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Engenheiro diz que custo de respirador seria de R$ 15 mil

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Engenheiro eletrônico paulista responsável pelo desenvolvimento dos 300 respiradores que seriam vendidos pela empresa Biogeoenergy sediada em Araraquara (SP) à empresa Hempcare Pharma ao Consórcio Nordeste, depois da frustração da compra de ventiladores na China, Antonio Carlos Alvarez Fasano negou ter relações comerciais com o estado da Bahia e o próprio Consórcio.
Jório Dauster afirmou que  negociou a dívida externa brasileira
 Mas Antonio Carlos Fasano confirmou que conheceu a sócia da Hempcare, Cristiana Prestes e também Luiz Henrique Ramos, embora afirmando que não tem nenhuma ligação com os donos da empresa. 
Fasano informou na CPI, que desenvolveu o protótipo com recursos próprios e em parceria com um amigo e validado em dois hospitais de São Paulo, Clínicas e Santa Casa, e quando estava para obter o registro na Anvisa, foi procurado pela Biogeonergy, que estaria acertando o financiamento com o Itaú e a Petrobras e depois comercializar pelo Brasil.
“Negociamos a transferência da tecnologia, treinamento dos montadores e cinco protótipos, essa era a nossa responsabilidade, a gente negociou isso”, afirmou Fasano.
Segundo ele, algumas semanas depois é que apareceu o Consórcio Nordeste, “do qual nunca tinha ouvido falar, achei muito bom, era um cliente em potencial a mais para a Biogeo além da Petrobras e do Itaú e fui convidado para levar o protótipo e apresentar para o vice-governador João Leão, da Bahia”.
Inicialmente, ele disse que  recebeu R$ 500 mil, mas o primeiro protótipo precisou ser aperfeiçoado por solicitação dos clientes em potencial, mas quando estava chegando no fim dos testes, “veio a Operação Ragnarok  e tudo parou” .
Fasano explicou que o valor inicial era de R$ 8 mil e, com as mudanças implementadas após estudos e trabalho de sua empresa, o custo ficaria em R$ 15 mil. Pelo serviço e para a compra de novas peças, Fasano disse ter recebido outro adiantamento no valor de R$ 2 milhões da Biogeoenergy “e acabou por ai”.
O presidente da  CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), destacou que os preços dos aparelhos que seriam vendidos ao Consórcio Nordeste, teriam  um valor 10 vezes superior ao custo de produção: “Os respiradores não existiam. Sendo desenvolvido, eles custariam ao povo do Nordeste dez vezes mais do que o seu custo”. Para Fasano, faltou na época um indutor público, que pudesse gerar todo esse processo: “Ficou tudo perdido, havia quatro ou cinco grupos fazendo ventiladores, nenhum chegou a lugar nenhum”.
Na condição de testemunha, Fasano depôs na CPI a partir de convocação do próprio relator, deputado Francisco do PT, que detalhou trechos da revista “Piauí”, de junho de 2020, citando-o que teria sido procurado para desenvolver protótipo de respirador como parte de um programa do governo federal – o “Respira Brasil”.
Irmão do ex-chefe de gabinete da Bahia nega envolvimento 
A 31ª reunião da CPI da Covid-19 tomou o depoimento, na tarde de ontem, do embaixador aposentado Jório Dauster, 84 anos, por videoconferência. Ele é irmão do ex-chefe da Casa Civil  do governador da Bahia, Rui Costa (PT), destituído da pasta depois que estourou o caso da compra frustrada dos respiradores através do Consórcio Nordeste. 
No decorrer do depoimento, Jório Dauster afirmou que “jamais teve qualquer envolvimento, direto ou indireto, com tal operação”, só tendo conhecimento dela pela mídia. Antes de começar a oitiva,  advogada Thaís Pereira de Souza informou que desde a primeira convocação de Jório Dauster, tinha  sido enviadas à Comissão cinco cartas, que o seu cliente pediu que fossem juntadas para conhecimento dos membros da CPI.
Ela disse que todas as perguntas seriam respondidas por seu cliente, que também solicitou e foi aceito pelo presidente da CPI da Covid-19, deputado Kelps Lima (Solidariedade), no sentido de “fazer pequenos apontamentos para esclarecer o papel social dele como cidadão e o seu comprometimento com o estado desde o inicio de sua carreira, com o único fim de esclarecer alguns pontos que ele julgasse pertinente”.
Pra começar, Dauster disse que era embaixador aposentado, tendo entrado para o serviço diplomático em 1961, fez parte da negociação da divida externa brasileira entre 1990 e 1991 – “fui eu que acertei com alguns credores internacionais, que eram algumas centenas, a saída da moratória decretada pelo presidente José Sarney e que mais tarde passou para o seu amigo Pedro Malan”.
No início do depoimento, odeputado Kelps Lima afirmou que não tinha ainda revelado publicamente, que um parlamentar federal do  PT o procurou para “tentar persuadir a não convocar (Dauster)”, e agora o fazia publicamente para que “não reste nenhuma dúvida porque não fez”.
Kelps Lima disse o senador Jean Paul Prates o procurou para pedir para dispensar o depoimento do diplomata aposentado: “A carta que o senhor fez chegar aqui, chegou pelas mãos de um assessor de um senador do PT, sendo o PT o partido que tem o maior número de investigados nessa CPI”, comentou.  
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