Woden Madruga
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O resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), apontando o Rio Grande do Norte como o terceiro Estado como o pior desenvolvimento do ensino médio do país, não surpreende a ninguém que vive por estas terras potiguares. No caso, trata-se do ensino na rede pública das escolas públicas estaduais.
Esse índice negativo do governo Robinson Faria na área da Educação é mais ou menos igual, o mesmo desempenho da sua administração nas áreas de Saúde e Segurança Pública. Abaixo da média a nota dos três. Na Saúde há exemplos de situações caóticas; na Segurança Pública, idem. O Rio Grande do Norte é um dos mais estados mais violentos do país, destaque das manchetes nacionais.
A meta prevista para o Rio Grande do Norte em 2017 era de 3,9. Chegamos apenas a 2,9, quase a mesma de 2015 que era de 2,8. Uma diferença afastada de 10 pontos. O que o Ideb constatou está não somente nas salas de aula, mas também nas conversas das calçadas ao redor dessas escolas. Basta ouvir as queixas dos professores. Não somente por conta de seus salários baixos (coisa de 2 mil reais) e com pagamento em atraso, mas também por conta de falta de investimentos no ensino (melhoria do prédio da escola, falta de equipamentos, sem acesso à internet, transporte precários para os alunos também sem merendas). Muita coisa.
Quem já viu o governador falando no horário eleitoral (ele é candidato à reeleição) deve ter percebido que nenhuma vez ele fez qualquer referência a “qualidade” do ensino público do Rio Grande do Norte, mas enfatiza que a sua administração conseguiu alcançar o nível mais alto do sistema prisional no Nordeste. Isso quer dizer que o Estado tem as melhores cadeias do País, construídas por ele. Uma coisa fantástica que, certamente, irá concorrer muito, muito mesmo para o nosso desenvolvimento econômico e social, o bem estar das tribos daqui e de fora.
Quem sabe, a partir de agora, Alcaçuz (o presídio aparece na propaganda eleitoral televisiva do candidato Robinson) venha a ser uma atração turística? “Venha conhecer o Rio Grande do Norte. Não deixe de visitar Alcaçuz”. Detalhe: esta obra foi custeada (mas não dita na fala do governador) com dinheiro do governo federal.
Isso é o Rio Grande do Norte!
As cinzas do museu
Para ler e guardar o artigo de Miriam Leitão sobre a tragédia do Museu Nacional, publicado ontem no jornal O Globo. Transcrevo trechos:
– Na manhã do dia seguinte, acordamos desamparados, sem identidade, sem uma parte de nós. Mas precisamos entender o que houve, onde foi o que erramos tanto e tentar prevenir novos desastres. Há um patrimônio ainda a preservar e isso deve envolver todo mundo, cidadãos, empresas, instituições, governos.
– Não adiantará culpar um governo, mas todos; uma pessoa, mas todas; os outros, mas cada um de nós. E mais do que culpar é preciso refletir e entender. Ainda é cedo, é o momento do choque da perda abrupta, total e inesperada. Só há uma forma de começar de novo: é pensar no que fazer com os outros museus e sítios históricos, com o patrimônio natural que permanece, com os fatos passados que ainda não entendemos.
– Há países em que as empresas abraçam constantemente a história para a recuperação e a manutenção. Podem dizer que fazem isso porque depois descontam no imposto de renda. Pode ser. Mas aqui os governos dão cada vez mais dinheiro para as empresas, reduzindo os tributos de forma aleatória, sem que haja qualquer contrapartida. Os grupos econômicos recebem por receber, só para aumentar seus lucros, apenas porque dizem que irão embora para outros países se nada receberem, ou estão com a existência ameaçada pela concorrência externa. Quase não há mecenas e benemerentes, nem grandes, nem pequenos. ”
Política
Deu na coluna BR-18, do Estadão:
– Terá Jair Bolsonaro batido no teto de seu potencial no primeiro turno, algo na casa de 20% das intenções de voto? Em seu artigo em O Globo, Carlos Andreazza aposta, “com prudência”, que sim, e avalia que esta é uma questão crucial para definir o jogo daqui para a frente.
– Ele se baseia no fato de que as intenções de voto em Bolsonaro não crescem na mesma proporção dos votos declarados em Lula e que sua rejeição, essa sim, tem escalada mais clara. “A ser verdade que o deputado tenha encontrado seu teto, isso significaria tê-lo feito prematuramente; o que, por consequência, significaria ver-se imposto a mais de mês em permanente estado de defesa, restrito e obrigado a proteger seu patrimônio eleitoral”.
No Instituto A direção do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, a instituição cultural mais antiga do Estado, está preocupada com os riscos que ameaçam o seu prédio por conta das instalações elétricas que precisam ser renovadas, segundo recomendações do Corpo de Bombeiros.
Acontece que faltam recursos financeiros para o instituto (que é uma instituição privada) custear as obras. Falta dinheiro porque o Estado não libera os recursos orçamentários devidos ao Instituto. O presidente do IHGRN, Ormuz Simonetti já falou à imprensa sobre o problema, e o deputado Hermano Alves tocou no assunto na sessão de ontem na Assembleia Legislativa.
O governo continua mouco.
Livro
Anote em sua agenda, enquanto setembro vai andando: no dia 13, quinta-feira da outra semana, acontecerá o lançamento do livro de Geraldo Queiroz, Passagens.
Será na Galeria Fernando Chiriboga, no terceiro piso do Miduei.
Sylvio Pedroza
Outubro que se aproxima terá mais uma Festa do Boi no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, com todos os cuidados da Anorc (Associação Norte-Riograndense de Criadores).
Este ano tem uma atração muito especial: a inauguração da estátua do Governador Sylvio Piza Pedroza, que construiu o Parque durante o seu governo (1951/1956). 2018 é o ano do centenário de seu nascimento (12/03/1918).
Justíssima homenagem.
