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Entre altos e baixos, Casa da Ribeira completa 18 anos

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Ramon Ribeiro
Repórter

Entre altos e baixos, a Casa da Ribeira chega a maioridade em 2019. Nos seus 18 anos de atividades, não foram poucas as vezes que os responsáveis pelo espaço tiveram que ir à público clamar por ajuda financeira. Embora tenha uma estrutura bem atraente, o teatro carece de uma agenda regular de pautas capaz de viabilizar o custeio do local. Mas foi por superar os problemas e apresentar projetos criativos que a Casa da Ribeira fez seu nome, servindo de casa para mais de 2600 atrações e atraindo cerca de 231 mil pessoas ao longo de seus 18 anos. Em 2019 não será diferente. Segundo o diretor da Casa, o ator e dramaturgo Henrique Fontes, será um ano difícil, mas com parcerias dará para caminhar.

Camarim, o Musical vai reunir Dudu Galvão, Camila Masiso e Lysia Condé em torno de uma  história de amor à música

“Camarim, o Musical” vai reunir Dudu Galvão, Camila Masiso e Lysia Condé em torno de uma  história de amor à música

A temporada 2019 da Casa será aberta neste fim de semana com um programação alusiva ao aniversário de 18 anos. Na sexta-feira (18) e no sábado (19), ambos às 20h, o grupo Facetas Mutretas e Outras Histórias apresenta o espetáculo “Jornada de um imbecil ao entendimento”. No sábado o grupo ainda apresenta a peça “Sal, menino mar”, às 16h. E ainda no sábado, a partir das 21h, todos se encontram no show “Ajuntamento”, encabeçado pelo cantor e compositor Felipe Nunes e pelo percussionista Kleber Moreira. A dupla interpretará canções de Caetano Veloso, Milton Nascimento, Baden Powell, Luiz Melodia, Gilberto Gil, Jards Macalé, João Bosco e composições autorais. Na ocasião também será comemorado o aniversário de 44 anos de Henrique Fontes.

No domingo (20) a Casa segue aberta e promove o espetáculo “Camarim”, um show dramático-musical que conta a história de três irmãos unidos pela música: Carmem (Lysia Condé), Edite (Camila Masiso) e Louis (Dudu Galvão). A apresentação será às 20h. Por fim, a primeira série de atividades alusivas ao aniversário da Casa será encerra com o show da dupla Camila Masiso e Diogo Guanabara, na terça-feira (22). Atualmente residindo em Lisboa, o casal preparou um repertório que mistura canções autorais dos dois e imersões na cultura portuguesa.

Perspectivas para 2019
De acordo com Henrique Fontes, a programação de aniversário da Casa da Ribeira já sinaliza como será o ano de 2019 para a ong. “Vamos apostar na parceria com artistas e com o público para movimentar o espaço”, diz o gestor da Casa, que divide seu tempo com os trabalhos com o Grupo Carmin, onde é ator e dramaturgo.

Em duas noites, grupo Facetas apresenta Jornada de um imbecil ao entendimento

Em duas noites, grupo Facetas apresenta “Jornada de um imbecil ao entendimento”

“A Casa não é um órgão privado que gera dividendos. Temos 164 lugares no teatro. A pauta custa R$ 1.700. Para funcionar como negócio que dá lucro teríamos que aumentar bastante o valor dos ingressos. E nunca foi nossa intenção aumentar o preço da entrada. Queremos facilitar o acesso ao máximo. Além do mais, a bilheteria nunca fica com a gente, fica com o proponente”, conta Henrique. Como autocrítica, ele acredita que faltou uma melhor comunicação com a sociedade para que não houvessem mal-entendidos no tocante a como a Casa é mantida. “Acho que a gente falhou na comunicação. As pessoas vão na Casa, vêem o espaço bonito, refinado, estruturado e depois não entendem porque reclamamos tanto da situação financeira. Dizem que a gente chora demais. Mas é muito custoso manter o espaço. O dinheiro entra das pautas. É um dinheiro que nem sempre paga as contas. E não é sempre que se tem espetáculos”.

Uma das formas de conseguir a subsistência é com projetos em leis de incentivo cultural, onde a ideia é garantir um número suficiente de pautas para um ano. No entanto, não é sempre que se consegue a captação. Para 2019, por exemplo, a Casa está com um projeto aprovado, o Festival Internacional Casa da Ribeira (FICA), mas que até o momento não conseguiu nenhum patrocínio. “O nosso segmento é complicado. Somos da arte crítica, política, que incomoda. Nossos projetos não atraem multidões, não têm apelo comercial como outros que atrás marcas de cerveja, por exemplo”.

Num cenário em que os dois teatros públicos da cidade estão fechados, TAM e o Sandoval Wanderley, Henrique acredita que os gestores culturais poderiam olhar com mais atenção os espaços cênicos independentes, como a própria Casa da Ribeira e o Barracão do Clowns. “Se teatro fosse algo importante para as fundações de cultura, se houvesse compromisso com o público que aprecia teatro, essas fundações já teriam buscado algum tipo de parceria com os espaços abertos para não interromper a programação teatral”, comenta. 

Henrique adianta que para fevereiro a Casa da Ribeira já tem garantido apresentações do espetáculo “A Invenção do Nordeste”, do grupo Carmin. E para Março, mês de aniversário da Casa, está se pensando uma programação, de repente, com a realização do FICA. Mas de garantido tem  a abertura nacional do Palco Giratório, do Sesc, que dessa vez será em Natal, no final de março, e na Casa da Ribeira.

Serviço
“Jornada de um imbecil até o entendimento”, do Grupo Facetas

18 e 19 de janeiro às 20 h

Ingressos: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira)

“Sal, Menino Mar”, do Facetas

19 de janeiro às 16 horas

Ingressos: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira)

Show “Ajuntamento”

Dia 19 de janeiro às 21h.

Entrada colaborativa.

“Camarim – o musical”

20 de janeiro às 20h.

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$20 (meia)

Show de Camila e Diogo

22 de janeiro às 20h

Ingressos antecipados: R$ 30,00

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