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Entre tempestades e calmarias

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Sendo a única empresa imobiliária possuidora de um auditório, a corretora Caio aproveitou bem a utilidade do espaço para preparar a reação contra a crise econômica, conquistando uma posição invejável: a mente de seus colaboradores. Através de encontros sistemáticos, e sob a batuta do diretor da corretora, Caio Fernandes, o time passou a ter um olhar diferente sobre o pessimismo reinante diante da conjuntura do mercado.

 O auditório de 60 lugares, foi usado todos os dias para treinamento e especialização dos colaboradores e, atualmente, a Caio está recebendo os serviços de uma consultoria de pessoal. “É uma consultoria  externa, terceirizada só para cuidar do desempenho”, observa o diretor.

Caio admite que, por algum momento, até tentou esconder a crise do seu time, com intuito de fazer com que seus ânimos não fossem contaminados pelo marasmo e desalento. Quando a situação piorou e os dados ruins da economia passaram a pautar a grande mídia, até psicólogos foram levados para a empresa. “Para quem recebeu os primeiros dados negativos, parecia que o mundo estava acabando e o Brasil é quem puxava o restante do globo”, explica Fernandes.
Caio Fernandes: “O estoque de imóveis prontos está perto de acabar e novos projetos surgirão”
Devoto de Nossa Senhora de Aparecida, Caio tem uma réplica da estátua original da santa em sua mesa do escritório, situado em   Lagoa Nova. Na parede, uma outra imagem de proporções consideráveis, a de Jesus Cristo. “Conversei muito com os dois nos últimos tempos”, relata ele. Portanto, estratégia e fé têm sido o fio condutor nos últimos dois anos.  

 Sua equipe foi a orientada com a noção de que “sempre haveria um comprador ”. Talvez a negociação demorasse um pouco mais, mas certamente os negócios viriam. “Com todo respeito à concorrência, tínhamos de trabalhar mais rápido que eles. Então não economizamos em treinamentos, mesmo que tivesse de levar a equipe para São Paulo. Era preciso combater também o pessimismo dos clientes”, fala.

Mas o empresário defende que o pior da crise já passou, após a definição do processo de impeachment ter afastada a ex-presidente Dilma Rousseff. Não exatamente por ser ela, ou pela sua posição ideológica, mas simplesmente porque, com a definição, as decisões de investimento voltarão. “Simplesmente por que as pessoas ganharam um norte, uma referência mais concreta do que iria acontecer”, diz ele. Acrescenta que o acontecido do início do ano até agosto foi ruim para toda a economia, para a indústria, comércio e setor imobiliário. Empresários e consumidores ficaram “sem ter o que fazer”, que rumo tomar e veio a insegurança jurídica e psicológica. “Então realmente passamos por um ano e meio muito difícil”, pontua. 

Quem se estruturou e se propôs a trabalhar muito, duas ou três vezes mais do que antes, conseguiu atravessar o momento ruim e manteve o seu faturamento na casa dos 50% ou 60%, observa o corretor. Mas quem embarcou na onda do pessimismo fechou as portas ou ficou batendo em 30% do que faturava antes, mal dando para pagar as contas. Muitas empresas remaram para se manterem abertas. Fernandes diz que atualmente o timing de vendas, o tempo de negociação é um pouco mais demorado e os clientes estão um pouco mais desconfiados, cuidadosos, mas o mercado não parou, havendo, porém uma necessidade maior de planejamento. 

“Existe uma necessidade maior de se acertar o nicho para o qual estamos vendendo e quem mais sofreu foi a classe média, justamente a que compõe nossa maior quantidade de clientes”, fala ele.

O RN, como todo o país, tem uma necessidade muito grande construir  moradias para a baixa renda e certamente esse segmento continuará crescendo. Porém, o mercado de luxo também continuará sorrindo aos bolsos mais largos que estiverem interessados em levar um belo apartamento.  Por exemplo, o João Olímpio, na descida da avenida Deodoro da Fonseca, em Petrópolis, não tem mais nenhuma unidade para vender. O Issa Hazbun, na avenida Getúlio Vargas, com vista para o mar, o preço médio da unidade gira em torno de R$ 5 milhões. Bem pertinho dele, o João e Marilda, ao lado da maternidade Januário Cicco, também vendeu bem.

“Os apartamentos de luxo foram as nossas melhores histórias desse momento. Como eu disse, a classe alta não foi tão afetada assim, muitoo pelo contrário, aproveitou o momento para investir, comprar e melhorar o seu padrão de moradia”. Ele ressalta o fato de o mercado local não ter lançamento há quase dois anos, mas toda construtora, de média para grande, com certeza tem um “projetinho” dentro da gaveta.

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