quinta-feira, 28 de março, 2024
29.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Entrega de encomendas sofre atraso

- Publicidade -
Os trabalhadores ligados à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) no Rio Grande do Norte decidiram acompanhar a deliberação nacional e vão continuar com a greve da categoria, iniciada no dia 17 de agosto, em vários Estados do País. Os servidores irão aguardar o julgamento do Dissídio Coletivo da categoria, com data marcada para o próximo dia 21 de setembro. No RN, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares do RN (Sintect/RN) estima que a adesão da greve seja de aproximadamente 60%.
Conforme levantamento do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no RN, cerca de 60% dos carteiros aderiram à greve nacional
“Estamos na quinta semana de luta de greve nacional, mas está claro que eles querem privatizar os Correios. O problema é que eles querem começar a privatizar a partir de agora, porque se não assinarem esse acordo coletivo e tirarem nossos direitos todos, é o princípio para a privatização”, disse o presidente do Sintect, José Edilson Silva.
No Estado, a paralisação começou no dia 18 de agosto com a suspensão de vários serviços. A categoria, além  de ser contra a privatização, reivindica a revogação de cláusulas previstas em um acordo coletivo firmado em 2019, com prazo de validade até 2021. Essas cláusulas, segundo os trabalhadores, retiram uma série de direitos como adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade, auxílio creche, indenização de morte, horas extras, entre outras.
Na sexta-feira (11), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) promoveu uma audiência de conciliação por videoconferência com os Correios e com os representantes dos funcionários, mas não houve acordo.
“O TST apresentou uma proposta, com duas retiradas de direitos, e mesmo assim a empresa negou, mesmo a gente concordando com essas retiradas. Essas mudanças não mudariam economicamente o trabalhador, além da gente não ter aumento, ainda acatamos algumas retiradas, mas a empresa não aceitou”, comentou a diretora de Comunicação do Sintect/RN, Esiêdla Andrade. Os filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) também deliberaram que haverá manifestações nacionais no dia 17, quando a greve completará um mês.
Serviços
Ainda de acordo com Esiêdla Andrade, vários serviços estão prejudicados no Rio Grande do Norte com a paralisação dos trabalhadores, inclusive, as entregas. “As entregas estão totalmente impactadas, porque quem está fazendo é a área administrativa, isso mesmo com muitos que não sabem entregar, não conhecem ruas. Quem conhece distritos e percursos são os carteiros. Aqui em Natal, posso te dizer que 80% dos carteiros estão parados”, destacou a sindicalista. Ela comentou, ainda, que há agência abertas, mas com poucos funcionários trabalhando, o que dificulta o atendimento.
Potiguares que dependem do serviço de entrega dos Correios lamentam a situação e esperam que o imbróglio se resolva o mais rápido possível. É o que espera o professor aposentado Cláudio Emerenciano, 75 anos, que aguarda a chegada de livros de literatura que ele comprou pela internet. Ele lamentou não poder sair de casa em busca dos seus pacotes, uma vez que é do grupo de risco para a covid-19.
“Tenho encomendas para receber que estão desde o dia 8 de agosto em Natal. O Correios é uma instituição de extrema necessidade para o País, de interesse público, e a Justiça do Trabalho leva esse tempo todo para resolver julgar. Aqui onde eu moro, há dias que o Correios não passa. Todo dia eu pergunto ao porteiro do prédio onde eu moro. Imagine quantas pessoas pobres no Brasil, no interior, que têm objetos para receber do Correios? Eu posso esperar, mas sei que há milhões prejudicados com essa greve”, lamentou Emerenciano.
Outro potiguar que está passando por dificuldades no recebimento de suas encomendas é Roney Sérgio Oliveira, 30 anos, vendedor de camisas importadas. Com a greve e a dificuldade nas entregas, Roney comentou que tinha uma remessa de camisas para chegar na semana em que a greve iniciou e que está contornando a situação junto aos clientes, explicando que a demora é em virtude da paralisação.
“Na semana que começou a greve, travou tudo. Tinha seis encomendas para chegar, não veio nenhuma. Em dias normais era pra ter chegado naquela semana, mas demorou mais duas para ser encaminhada para Currais Novos. Atrasou tudo. Para chegar no Brasil está rápido e em Recife também, a questão é de Pernambuco para cá”, declarou. 
Outro lado
Em nota enviada à TRIBUNA DO NORTE, o Correios informa que aguarda, por parte dos trabalhadores, o efetivo mínimo nas unidades da empresa, em cumprimento à liminar concedida no dia 1º de setembro pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Kátia Magalhães Arruda. Além disso, a superintendência da EBCT informa que, no RN, são mais de 120 agências abertas com a oferta de serviços e produtos. Além disso, segundo o órgão, o monitoramento do sistema aponta uma baixa adesão ao movimento grevista.
- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas