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Entrevista com Maria Isabelle Costa, assistente social

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Entrevista com Maria Isabelle Costa Pereira, assistente social do Colégio Nossa Senhora das Neves.
"A escola é uma instituição social que não pode estar isolada. Nós somos um organismo de um sistema de sociedade”, disse Maria Isabelle
#SAIBAMAIS#Há pesquisa indica a violência como um fator que culminou na suspensão de aulas para estudantes no RN. Há, violência no âmbito da escola privada?
O que chamamos de violência, que acontece em todas as escolas, é a violência verbal, o bullying, a violência psicológica, que é uma realidade principalmente entre os adolescentes. O bullying é uma realidade. Para enfrentá-lo, aqui nós temos um aparato de um equipe multidisciplinar, o que infelizmente é diferente da escola pública, onde muitas vezes o educador está lá sozinho.

É mais fácil enfrentar o bullying na escola pública?
Eu não diria mais fácil. Na verdade, estamos melhor equipados para isso. O problema é igual em qualquer espaço, difícil em qualquer situação.  Aqui nós temos uma equipe que cada um com seus saberes e olhares podem facilitar a intervenção junto ao aluno. Nós buscamos parcerias extras, com clínicas psiquiátricas, com entes públicos como o Conselho Tutelar, que agem não em repressão, mas na conscientização.

O aluno da escola particular é mais difícil de trabalhar essas questões do que o aluno da escola pública?
É indiferente. Porque, na realidade, é uma questão de consciência que precisamos trabalhar. Deveria ser até mais fácil, porque o aluno da rede privada tem uma condição melhor, teoricamente uma estrutura familiar melhor, mas infelizmente não há essa diferenciação. Hoje está tudo igual.

Hoje os registros de casos de bullying são maiores entre meninos ou entre meninas?
Está igual. Hoje a gente comenta que as meninas estão dando mais trabalho que os meninos, porque culturalmente sempre foi ao contrário. Mas está equiparado.

A pesquisa do IBGE aponta que os casos bullying estão relacionados a questão da aparência.
E (na prática) é isso. Ainda é. Em segundo lugar, é a questão social, no que diz respeito à renda. O ataque à questão estética ainda é destaque. Aqui não há, por exemplo, problemas com alunos que tem algum tipo de deficiência. Mas para chegarmos neste estágio, foi um trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos 10 anos.

É mais fácil fazer o trabalho de conscientização na escola privada, em comparação com a rede pública?
Eu acredito que na rede privada nós temos uma parceria maior com a família, que está mais envolvida. Talvez pela realidade social que estão, que possibilita mais isso. Na escola pública temos uma realidade onde a família termina não participando tanto. Para nós do serviço social, nós não entendemos o indivíduo sozinho, entendemos que ele é parte de um grupo social.

É possível estender essas políticas para a rede pública?
Sim, e depende do desejo de sair dos muros da escola. A escola é uma instituição social que não pode estar isolada. Nós somos um organismo de um sistema de sociedade. Aqui nós conseguimos avanços porque saímos dos muros da escola, buscando organismos sociais para nos auxiliar. Se você não se articula, ninguém vai procurar a escola. Tem que ter esse desejo.

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