Curitiba – Pelo segundo dia, equipes da Marinha, da Polícia Militar e da Força Aérea Brasileira não tiveram sucesso nas buscas pelo padre Adelir De Carli, de 41 anos, que está desaparecido, provavelmente no litoral norte de Santa Catarina. Ele tentava fazer um vôo de 20 horas, sentado em uma cadeira içada ao ar por balões de festa, cheios de gás hélio. A decolagem ocorreu por volta das 13h de domingo (20), em Paranaguá, no litoral do Paraná. Porém, por volta das 21h do mesmo dia (20), o padre voador entrou em contato com o Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer), de Joinville (SC), dizendo que estava pousando no mar.
O equipamento que o padre levava era composto por mil balões. Alguns tinham sido avistados no mar durante a segunda-feira. Ontem, no início da manhã, um conjunto deles foi percebido na região de Porto Belo, ao sul de São Francisco do Sul, onde as buscas concentraram-se no dia anterior. Por volta do meio-dia, outro grupo foi avistado a aproximadamente 50 quilômetros de distância da ilha de Florianópolis, ainda mais ao sul. “À primeira vista, são apenas balões”, disse o comandante do Graer, capitão Nelson Coelho.
“Para quem trabalha na área de resgate, a esperança é a última que morre”, acentuou o capitão. “As possibilidades (de que esteja vivo) existem, mas quanto mais tempo demora para achar, menores são as chances de achar com vida.” Na igreja São Cristóvão, em Paranaguá, onde o padre Adelir é pároco, grupos estão em vigília de oração desde que ele decolou. “Com certeza, vão encontrá-lo com vida”, disse uma das paroquianas por telefone.
O padre também trabalha na Pastoral Rodoviária, que tem como objetivo dar assistência espiritual e social aos caminhoneiros. Segundo informações das pessoas que trabalham na equipe de apoio do padre, ele estava vestido com uma roupa térmica, tinha água potável e barras de cereais. Para o capitão do Graer, o encontro dos balões mostra a direção para a qual está seguindo, caso o padre ainda esteja preso a alguns deles.
O rastreamento de uma das ligações feitas pelo padre, por volta das 19h de domingo (20), mostrou que ele estava a 40 quilômetros da costa naquele momento. Quando caiu, pouco antes das 21h, as coordenadas que ele informou eram de cerca de 20 quilômetros da costa. O Graer informou ter encerrado ontem sua participação no resgate, em razão de a área de busca ter-se ampliado em direção ao sul. “O nosso equipamento não tem características para esse tipo de operação”, disse o capitão. No entanto, as buscas continuam com a participação de um helicóptero da Polícia Militar de Santa Catarina, que vasculha a região costeira, outro da Marinha, que também tem quatro embarcações, e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Em nota, a FAB informou que as buscas estendem-se por uma área de 1.200 km², nas proximidades das cidades catarinenses de Navegantes e São Francisco do Sul.