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Escolas do RN se preparam para reabertura em agosto

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Com aulas oficialmente suspensas até o dia 14 de agosto, escolas das redes pública e privada do Rio Grande do Norte estão preparando os espaços físicos e protocolos de biossegurança para o retorno presencial às atividades. Apesar do Decreto em vigor, editado pelo Governo do Estado, ter possibilidade de renovação como já aconteceu, gestores das instituições afirmam que a queda no número de mortes e ocupação de leitos específicos para a covid-19 no Estado, é uma sinalização de que o retorno das aulas pode estar mais próximo, especialmente na rede particular de ensino. De acordo com uma recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE), a retomada das aulas no ambiente  físico dos órgãos privados poderá ocorrer antes das escolas públicas, a depender das determinações das autoridades de saúde. 
Escolas e universidades públicas e privadas de todo o Brasil estão com as aulas suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus desde meados de março
Em alguns Estados, nos quais as medidas de distanciamento social já foram flexibilizadas, como é o caso do Rio de Janeiro, Maranhão e Distrito Federal, também há previsão para retorno parcial para o mês de agosto. De acordo com o CNE, desde que as condições de segurança sanitária sejam atendidas, as escolas particulares poderão retomar as atividades antes das públicas, tendo em vista o impacto provocado na pandemia no setor privado, que levou ao fechamento de escolas e a demissão de professores e outros funcionários.
No Rio Grande do Norte, a retomada das aulas está sendo discutida pela Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN). A pasta debate, com instituições públicas e privadas, sobre o cenário sanitário que permita a segurança da comunidade escolar. A Secretaria destaca que, embora o decreto mais recente fixe como 17 de agosto o dia de uma possível retomada, “não existe uma data precisa para tal ação, pois, assim como nos demais [decretos], os cenários vigentes foram decisivos para a manutenção da suspensão”.
Durante a pandemia, mais de 100 instituições de ensino do Estado passaram a se organizar através da União das Escolas, que  atua na preparação para o retorno, com a elaboração de protocolos e parcerias para reforçar a segurança nas instituições de ensino. “As escolas particulares já vem se preparando há algum tempo. Já começamos a adquirir EPIs e outros materiais de segurança que serão necessários nessa volta, além de estarmos organizando treinamentos de biossegurança em parceria com o SESI/Sebrae para que isso possa acontecer da forma mais segura possível”, afirmou Crislan Viana, coordenador da União.
De acordo com ele, o impacto do fechamento das escolas particulares por quatro meses vai além do prejuízo pedagógico e de socialização aos estudantes, e afeta também a economia do Estado. “As escolas particulares,  hoje, têm uma média de 170 mil alunos. Se fizermos uma média de 1 colaborador para cada 10 alunos, temos aí 17 mil colaboradores. De acordo com o último Censo, de 2019, são mais de 600 escolas privadas no Estado, mais de 200 mil pessoas impactadas por essa realidade, que além de prejudicar milhares de alunos também afeta milhares de profissionais que dependem dessas instituições, direta e indiretamente”, ressaltou.
Gestor da escola Mater Dei, Crislan Viana explicou que o retorno não será obrigatório para todos os alunos, e os pais de crianças com comorbidades e também aqueles que não se sentirem seguros quanto à volta presencial serão atendidos em suas especificidades. “Não será algo feito de qualquer jeito e ignorando as necessidades dos estudantes. As aulas virtuais vão continuar. O processo, quando acontecer, será gradual, com rodízios de alunos”, disse.
Pressão 
O retorno de vários setores da economia a partir do mês de julho tem aumentado a pressão para que escolas voltem a abrir as portas. De acordo com Viana, pais, especialmente na educação infantil, estão encontrando dificuldades para conciliar o retorno do trabalho e o cuidado dos filhos, que permanece em casa. “É uma realidade. As demais atividades voltaram, e muitos pais precisam da escola, porque vão ter que sair de casa e não podem deixar os filhos sozinhos. Muitos não têm com quem deixar. Então, não é possível considerar as instituições de ensino à parte. É preciso pensar no conjunto da situação. Temos tanto pais que afirmam não se sentir seguros com a retomada no momento, como pais que estão sempre nos perguntando quando as atividades serão retomadas”, confirmou Crislan Viana.
Retorno condicionado às autoridades de saúde do RN
Em Natal, o Colégio CEI Romualdo é uma das instituições que iniciaram as mudanças para começar a se preparar para o retorno às aulas. “O nosso retorno está condicionado à autorização dos comitês científicos e de saúde. Mesmo assim, já começamos a nos organizar para quando isso for possível, com treinamentos de biossegurança para os colaboradores, demarcação dos espaços físicos com os distanciamentos adequados…”, explicou a diretora da instituição, Cristine Rosado. 
Cristine Rosado detalha medidas de biossegurança no CEI Romualdo
Conforme esclareceu, o retorno à escola virá com mudanças na rotina dos estudantes. Barreiras sanitárias serão montadas em todas as entradas, onde a temperatura de todos será medida. O retorno também não será para todos de uma vez: vão acontecer rodízios de alunos para evitar aglomerações nos prédios, e horários de lanches e intervalos serão organizados em escalas. Além disso, equipes de limpeza, que antes atuavam na entrada e na saída dos estudantes, passarão a atuar ao longo de todo o dia para garantir a higienização do ambiente. 
“A escola estará totalmente sinalizada com rotas específicas para evitar aglomerações, das áreas internas ao ar livre, onde as crianças vão para brincar. Estamos montando operações específicas para que as crianças usufruam de seu direito a brincar, a socializar, com segurança”, afirmou a diretora. O CEI Romualdo, a exemplo de outras na rede privada, também vai continuar oferecendo aulas remotas para os alunos cujos pais não se sentirem confortáveis com o retorno presencial ainda este ano. “Há crianças com comorbidades e que tem pessoas de grupos de risco em casa, e essas crianças não podem ficar desassistidas”, ressaltou Cristine Rosado. 
De acordo com a representante do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino do Rio Grande do Norte (Sinpro/RN), Mônica Antunes, o Sindicato aguarda o envio da minuta do protocolo que será adotado nas escolas, “para que possamos ter anuência em conjunto”. Os representantes afirmam que estão “atentos para que o retorno aconteça com responsabilidade e segurança”.
SME Natal não definiu datas para reinício
Na rede de ensino municipal de Natal, não há ainda previsão de data de retorno para as atividades presenciais. “Está havendo uma discussão entre a Secretaria Municipal de Educação e o Comitê Científico que vem orientando as ações da Prefeitura Municipal de Natal sobre a covid-19. Nosso diálogo está sendo todo embasado pelas previsões feitas por essas comissões. Dessa forma, não temos ainda uma previsão oficial para o retorno das aulas”, afirmou a titular da Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME Natal), Cristina Diniz. 
De acordo com ela, para que as aulas retornem na rede municipal, será preciso que a curva de casos em Natal comece a apresentar queda e haja vagas disponíveis em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e demais leitos de hospitais. “Além disso, temos a questão dos Centros Municipais de Educação Infantil, que terão de ser adequados em relação à sua infraestrutura para a biossegurança”, frisou a secretária. 
Assim como na rede particular, a rede municipal afirma que pretende retornar às atividades em forma de rodízio, para os quais terão de ser feitas adequações pedagógicas e aquisição de materiais de proteção e higiene. 
“Nós já estamos montando um protocolo, com a orientação do Comitê Científico e já há um esboço pronto que será avaliado pelo Comitê”, afirmou Cristina. Entre as medidas previstas, a secretária adiantou que estarão os protocolos de desinfecção, uso obrigatório de máscaras, lavagem periódica das mãos e redução do número de alunos por sala para garantir o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os estudantes. 
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