A autoria e o motivo do assassinato do empresário espanhol Jaime Florensa Roche, 57 anos, morto com três golpes de facão no tórax, ainda são um mistério para a polícia. O estrangeiro morava há três anos na cidade e, nos últimos meses, residia num apartamento do hotel Caminho do Mar, em Ponta Negra, próximo ao Praia Shopping, onde foi encontrado. A polícia iniciou a investigação pela vida pregressa da vítima que tinha sido presa, em meados do ano passado, acusado de cárcere privado contra um contador.
O espanhol foi encontrado morto na noite de terça-feira, num quarto do hotel. Os funcionários disseram à polícia que abriram o quarto por causa do mau cheiro. A vítima, segundo a perícia do Itep, estava morta há alguns dias e já apresentava sinais de decomposição.
No quarto os policiais perceberam sinais de luta corporal, como objetos fora do lugar ou quebrados, além de manchas de sangue pela parede. A arma usada no crime foi um facão com cerca de 40 centímetros de lâmina – do tipo conhecido popularmente como Rabo de Galo. O facão estava manchado com sangue e foi encaminhado ao Itep.
A polícia não tem informações de quem foi a última pessoa a entrar no quarto. Tampouco se ele estava em situação legal ou ilegal no País. Sabe-se, no entanto, que ele foi visto com vida na noite de domingo.
O subsecretário de Defesa Social, delegado Maurílio Pinto de Medeiros, disse que a vítima já teve problemas com a polícia brasileira. Há seis meses, ele foi detido pela equipe do delegado sob a acusação de manter um contador em cárcere privado. Ele foi preso com um brasileiro – acusado do mesmo crime e que seria sócio dele – mas respondia ao processo em liberdade. O cúmplice do espanhol na extorsão foi interrogado ontem, mas oficialmente não é tido como suspeito. A extorsão, segundo o delegado, foi motivada porque o contador não conseguiu legalizar o visto de permanência do espanhol, embora tivesse recebido o dinheiro para obter o documento. O espanhol nasceu na cidade de Benavent de Segria, em Lleida.
