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Esperar

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Dácio Galvão
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Depois do vendaval vem a bonança! É no adagiário popular que por vezes se procura alentar situações complicadas com tiradas metafóricas aliviando o destrinchar problemático. Em qualquer terreno. O que não falta é quebra-cabeças. Faltando alternativas a curto ou médio prazo resta o consolo da luz no fim do túnel. Ninguém sabe quando vai iluminar ou reacender.

A barra pesada neste tempo de internet das coisas, do uso de armas químicas e da instauração da guerra fria fatiada entre nações. Interseções em poucos interesses e divergentes em tantos outros. Uma tábua de pirulito. Jogo de xadrez. Difícil de apreensão: a geopolítica com o redesenho de novo oligopólio planetário.

 Ouvi da escritora Beatriz Bracher, vencedora do respeitado Prêmio de Literatura São Paulo, 2016, quando aqui esteve no Festival Literário de Natal – FLIN, promovido pela prefeitura, do seu cotidiano. Pela manhã após o desjejum se dirigia para seu escritório de bicicleta. Lia todos os possíveis jornais especialmente as notícias internacionais e depois dedicava seu tempo ao ofício do exercício da escrita artística. A escritura carregada de literariedade. Relembrei agora da fala aparentemente despretenciosa. Foi numa roda de conversa na sala vip aonde os escritores conversavam entre si antes dos debates na Tenda dos Autores.

 Rememorei agora quando a curiosidade por pisar num chão firme requer informações intercontinentais. Sem as quais não nos situaremos. Vamos ficar de bobeira. Disso estou convencido. Da necessidade de lê-las. Do contrário o chão será movediço. Obviamente os editoriais e linhas políticas e ideológicas de corporações midiáticas podem ser cavilosas a serviço deste ou daquele campo. Portanto, algo não tão simples assim.

O humano não pode viver sem esperanças. Mas a rota civilizatória nos motiva a incertezas. Parecendo grande seriado de ficção. Pragmatismo capitalista gerador de emprego e renda é o sinal dos tempos somado a onda avassaladora do poder conservador que ora se engrandece no ocidente. E o comunismo socialista? O performan Tom Zé faz o alerta: a esquerda e direita estão parecidas.

No Brasil, há a incógnita. O populismo contaminou a esquerda que apostávamos. As alianças de coalizões com a burguesia, de 1960, para os dias atuais fracassaram.

O projeto da renovação ética na política por setores da esquerda dançou. A direita no judiciário mostra competência e entusiasma a classe média aliada historicamente da minoria dominante. Edir Macedo emerge forte no cenário. Flávio Rocha, Jair Bolsonaro, Meireles, Alckmin, Barbosa… Manuela, Marina. Guilherme Boulos é uma opção. Ciro Gomes tem o voto declarado de Caetano Veloso! Lula… Como vai ser isto, Chico?

Se a cultura popular no seu sentido lato perseverando o imaginário no eixo da similaridade, pode transcender e virar realidade, como nos adágios… Ficamos parcialmente salvos no tocante a tal da esperança. Pois vai pintar o reesboço da utopia do porvir. Ainda que seja sob a luz de candeeiro. Se não, teremos que esperar um pouco ou muito mais até configuração dos protagonistas: Trump, Kim Jong-un e Putin. Ou fazer como Bracher? Quiçá acreditar no imponderável escrever romances e bicicletar?

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