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“Espero uma definição por consenso”

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Deputado Estadual Robinson Faria

Presidente do parlamento estadual, candidato à reeleição para esse cargo e deputado mais votado do Estado. Além disso, elegeu o filho (Fábio) deputado federal mais votado do Rio Grande do Norte e contribuiu para a reeleição da governadora Wilma de Faria. Os fatos falam por si quando o assunto é Robinson Faria. Nessa entrevista ele dá a sua versão de porque ser consenso na Assembléia e – mesmo ainda tão distante – ser um nome forte (muito lembrado) para suceder a governadora Wilma de Faria em 2010.

O deputado fala também das mudanças que operou à frente da presidência da Assembléia. Uma das principais foi a implantação da TV, que transformou o parlamento, pela transparência que lhe conferiu. Agora, a emissora prepara-se de forma pioneira para  levar a atuação dos deputados a todos os municípios do Estado.

TRIBUNA DO NORTE: Como está o processo de reeleição para a presidência da Assembléia?   
RF:  Desde o início está sendo muito tranqüilo. Sempre prevalecendo o consenso. Com relação ao cargo da presidência conta com o consenso dos 24 deputados. Não houve nenhuma divergência. Todos confirmaram e externaram seu voto para a presidência. E eu espero que prevaleça esse sentimento para os demais cargos da mesa, que não haja divergências até o final. E que seja formada uma chapa eclética e consensual. Espero que não haja disputa para nenhum cargo da mesa. E que prevaleçam dois pontos básicos na definição dos nomes: a mesa eclética e a proporcionalidade dos partidos.

• Como o senhor avalia o cenário político atual?
Robinson Faria: Acho que houve uma mudança no cenário. Porque a reeleição da governadora Wilma de Faria transformou esse cenário em algo novo. A vitória dela contra essa união que houve, de forças tradicionais; mostra uma mudança nítida. E isso foi obtido porque ela contou com uma nova geração de políticos para vencer essa superestrutura. Acho que isso foi a grande novidade da campanha. Por trás da vitória de Wilma, eu faço essa leitura: ela apostou numa nova geração para derrotar esse grupo tradicional, que se uniu.

• Já há algum outro nome que seja consenso para a mesa?
RF: Existem conversas dentro dos partidos que eu não posso me intrometer. Acho que os partidos já estão evoluindo para indicar os nomes. Acho que não haverá dificuldades na composição da mesa.

• A que se deve esse consenso em torno do seu nome?
RF:  Acho que se deve ao fato de que eu não partidarizei a presidência da Casa. Fui presidente da Casa. Fui presidente de todos. Não discriminei quem é de oposição ou de governo. Então os deputados se sentem seguros com a minha forma de presidir a Casa. Porque a casa tem altivez e também colaborou com o Rio Grande do Norte. Nos momentos mais importantes até a oposição, sintonizada com a nossa forma de trabalhar na Assembléia, foi cooperativa para aprovar projetos importantes. Acho que isso foi um amadurecimento importante até para o desenvolvimento do Estado. Além disso, eu dei condições para que todos tivessem um desempenho pleno. Eu trabalhei muito ainda para melhorar a funcionalidade da Casa. Acho que a Assembléia tem de ter um presidente que seja um magistrado; e não um presidente partidário, em detrimento do coletivo.

• Como está o processo de abertura da TV Assembléia?
RF: Está na sua última etapa. Tanto que eu já estou antecipando a compra dos equipamentos e a parte técnica. Porque não há mais risco. Está consolidada. Foram mais de três anos para conseguir a outorga, que é o mais difícil. No Brasil só há duas TVs com outorga para funcionar com sinal aberto: Ceará (que já inaugurou) e Rio Grande do Norte. E nós fomos os primeiros do Brasil a provocar o Ministério das Comunicações para conseguir a liberação. Tudo que ocorre no Brasil com relação à abertura do sinal das TVs Assembléias começou conosco. Eu mesmo quem provoquei.

• De onde veio a idéia?
RF:  Foi uma idéia minha. Demorou um pouco porque nesse período já tivemos três ministros. O Ceará só saiu na nossa frente porque contou com a ajuda de um desses ministros, que era do Ceará.

• Nesse processo o senhor contou com a ajuda do deputado Henrique Eduardo?
RF: Muito, muito. O deputado Henrique, nesse processo da TV aberta, foi o principal colaborador. Ele ajudou a nível de ministro, que era do PMDB. Todas as audiências que eu fui lá, ele estava comigo. Acompanhava lá a tramitação do processo, dentro do Ministério era ele quem acompanhava. E usou todo o seu prestígio com os ministros para ajudar. Então, desde o começo foi o deputado que mais colaborou. O principal aliado em Brasília da TV Assembléia Aberta é o deputado Henrique.

• Qual a importância da abertura do sinal da TV?
RF: A importância é total. Hoje quem assiste a TV é somente quem pode pagar a assinatura, o que não é possível à população mais carente. E ainda tem o fato do sinal não alcançar todo o Estado. A TV aberta vai possibilitar que todo o Estado assista.

• Qual sua opinião sobre Reforma Política, não esquecendo a cláusula de barreira?
RF:  Eu achei salutar a derrubada da cláusula. Acho que qualquer partido é bem vindo à democracia. Tudo ficaria muito cartorial. Ficaria um cartório dos grandes partidos. A pluralidade partidária é uma das alavancas da democracia. Parecia que alguns partidos somente tinham exclusividade. Eu acho que cabe à população – da mesma maneira que elege seus representantes – julgar se os partidos têm credibilidade ou não.

• Mas o senhor é favorável á reforma política?
RF:  Sim. Sou favorável à reforma, mas sou contra a limitação dos partidos. Porque privilegia os grandes e impede o surgimento de novas siglas partidárias. 

• Como é o caso do PMN?
RF:  O PMN, no momento que foi criado no Rio Grande do Norte, cresceu. Houve uma sintonia muito forte com a população, prova disso foi o resultado nas urnas – que fala mais alto que qualquer argumento. Acho que isso é o princípio básico da democracia. Agora, defendo a reforma política e defendo o voto distrital. Acho que é uma forma muito mais honesta e do mandato ser mais legítimo. Porque o político tem de dar satisfações permanentes a uma região que vai lhe eleger. Acho que o voto distrital é fundamental para o fortalecimento democrático. Outro aspecto interessante é a fidelidade partidária, o que considero fundamental.  

• É muito cedo para discutir 2008, a eleição?
RF: Acho que é incipiente. Mas na impede que naturalmente saiam nomes por parte da população. Mas o processo está totalmente incipiente.

• Da mesma maneira que surgem nomes para 2008, surgem para 2010. E um desses nomes é o seu. Como o senhor avalia isso?
RF:  Está havendo – sem querer me favorecer nesse argumento – uma ligação de uma parcela da população, principalmente dos que votaram em Wilma, que ligou muito a vitória da governadora a uma candidatura minha a governador. Isso aí está havendo em qualquer lugar que eu chego. Isso por enquanto é expectativa. O eleitor de Wilma vinculou a vitória de Wilma a uma continuação com a minha candidatura. Isso tudo porque na eleição fiquei muito próximo a Wilma. Por isso há esse sentimento. Isso aí é fácil de ser identificado. Agora isso por enquanto é uma expectativa, um momento. Ainda é momento de comemorar a vitória. O que quero dizer é que isso somado ao fato de ter sido o mais votado do Estado, quebrando inclusive o coeficiente para se eleger; fazendo meu filho (Fábio Faria) o mais votado do Estado; e ainda sermos os segundos mais votados (proporcionalmente) do Brasil. Acho que na história do Rio Grande do Norte apenas eu e Garibaldi conseguimos quebrar o coeficiente eleitoral. Então, isso tudo me credencia para que pelo menos eu possa vislumbrar esse projeto. Agora, esse projeto não depende somente de mim e de Fábio. Depende da governadora Wilma de Faria, de seu grupo, de Iberê (Ferreira de Souza), de todos os federais. Esse projeto depende do sentimento desse grupo. Em 2002, por exemplo, eu queria ser candidato a senador mas o nome do grupo foi Fernando Bezerra. Eu respeitei. Mas tinha esse sonho.

• E ainda tem?
RF: Tenho. Mas a nível de expectativa e sentimento está mais forte o sonho de governador.

• O que os seus eleitores podem esperar do senhor pelos próximos quatro anos?
RF: Esperar a mesma coerência e lealdade. Que tem sido uma marca minha e que eu pretendo manter isso até o fim da minha vida. Coerência política e lealdade àqueles que confiam em mim. Lealdade ao meu grupo, ao meu eleitor, à minha região e a todos que me ajudam.

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