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Estado quer maior controle sobre dados de cobertura

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Apesar do Rio Grande do Norte ter alcançado a meta de 92,9% de vacinação contra o sarampo na campanha multivacinal de 2018, 12 cidades aplicaram menos da metade das doses necessárias para a imunização das crianças. Para a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), a baixa cobertura está ligada a dois fatores: ou a dose não foi de fato aplicada; ou houve erro na inserção dos dados.
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A segunda razão, segundo Alessandra Lucchesi, subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, é comum de acontecer. “A efetividade do processo é maior em alguns municípios. Em outros, muitas vezes o dado não é inserido corretamente ou existe erros e negligência”, afirma. “A gente tem colocado equipes de saúde para acompanhar mais próximo essa inserção dos dados e evitar erros”.
Já a primeira razão está ligada à desinformação e boatos em torno da vacina. O chamado “movimento anti-vacina” ganhou força nos últimos anos em países como Estados Unidos, França e Itália, espalhando desinformações, como a de que vacina gera câncer ou outras doenças. Apesar de não ter um movimento articulado no Brasil com essa intenção, os boatos acabam alcançando a população por meio das redes sociais. “Eu não conheço nenhum grupo organizado no Brasil que lute contra a vacina, mas existem as teorias da conspiração e com as redes sociais isso se disseminou”, enfatiza o infectologista André Prudente.
Existe ainda o caso de cidades que podem ter a cobertura vacinal baixa porque os moradores estão procurando cidades vizinhas para se vacinar. A cobertura das vizinhas, nessas situações, fica acima de 100%.
No extremo-oeste do estado existem casos possivelmente desse tipo. A cidade de Apodi registrou 42% de cobertura da tríplice viral no ano passado. Cidades vizinhas, como Olho D´água dos Borges e Rafael Godeiro apresentam índices maiores, com 165% e 136%, respectivamente. Mossoró, também no Oeste, tem 128% de cobertura. A cidade de Apodi chama a atenção porque faz divisa com o Ceará, onde casos de sarampo foram confirmados este ano.  No entanto, dos três suspeitos deste ano, nenhum deles é residente da cidade. 
Para o infectologista André Prudente, as cidades do interior do Rio Grande do Norte demandam uma atenção maior porque ainda existe desconhecimento sobre a situação de saúde desses locais. “A gente conhece pouco as cidades mais afastadas, as cidades menores, que às vezes não notifica diversas doenças e às vezes os pacientes não são nem diagnosticados”, explica Prudente.
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