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Estado terá rede de ensino profissional

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A construção de dez centros de educação profissionalizante, anunciados desde 2010, por meio do programa “Brasil Profissional”, segue na velocidade inversa em que o Estado demanda mão de obra qualificada. As obras paralisadas há um ano e meio estão sendo retomadas, desde abril em cinco unidades. A paralisação se deu em função de ajustes no projeto inicial. A obra está orçada em R$ 17 milhões, que foram repactuados em 2011.

“Os recursos estavam prestes a serem devolvidos devido a incapacidade de execução. Fora isso, passamos um ano e meio corrigindo projetos de execução e gora estamos retomando”, explicou a secretária de educação Betânia Ramalho. A previsão é que as unidades comecem a funcionar no próximo ano.
Uma das 10 unidades dos centros profissionalizantes está sendo erguida na avenida Abel Cabral, próximo à BR 101. Obras devem ser retomadas nos próximos meses e concluídas em 2014
Mais que viabilizar a construção, a Secretaria Estadual de Educação esbarra na falta de conhecimento técnico para atender esta demanda, como admite Betânia. “Não há competência instalada. É um grande desafio. A educação básica não está preparada para esse tipo de escolaridade que exige outras maneiras do conhecimento ser repassado, uma vez que conjuga currículo escolar com o conhecimento técnico voltado para determinada profissão”, avalia a secretária.

O trabalho deverá ser feito em parceria com o Sistema S (Senai, Sesc, Sesi, Sest) que já trabalha com a Seec na oferta de cursos do Pronatec, além de  universidades e institutos. “Iremos formar uma grande rede para atender a formação profissional também na educação básica”, frisou Ramalho.

O ensino profissionalizante é, por meio do programa federal Brasil Profissional, uma decisão de governo de construir e equipar escolas nos estados para oferecer ensino, retomando um projeto de educação profissional durante o ensino médido que foi paralisado no final da década de 1970. 

A formação é condizente com a proposta de flexibilizar e  diversificar o currículo de ensino médio, para  ser integrado ao ensino profissional, como em outros países. “Temos que dar mais opções do que apenas formar para ir para a universidade; a integração atrai mais os alunos”, afirma.

Os estados estão discutindo em conjunto como conciliar a formação técnica à formação escolar. A primeira tem currículo pré-definido. Já a formação técnica, explica a secretária, dependendo da área, exige profissionais diversificados em vários setores. A Seec já contrata junto ao Cenep, a hora-aula de alguns professores. “Deveremos trabalhar nesse modelo e pensar numa pactuação com o Sistema S”, disse.

A grade curricular ainda não foi definida, mas o Conselho Estadual de Educação (CEE) já apontou algumas demandas por cursos técnicos, como enfermagem, edificações, transações imobiliárias, guia de turismo e informática.

Além de Natal, as unidades serão erguidas em mais oito cidades do Rio Grande do Norte: Ceará-Mirim, Parnamirim, Macaíba, Extremoz, São Gonçalo, Alto do Rodrigues, Mossoró e Tibau do Sul.

Bate-papo: Sônia da Costa, diretora do Departamento de Ações Regionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (Deare/MC&T)

Dentro  das políticas de inclusão digital e novas tecnologias do MCT, o que está previsto para o RN?
O Rio Grande do Norte está sendo considerado prioritário pelo Ministério para apoio de desenvolvimento de novas tecnologias sociais que possam prever e empreender o desenvolvimento regional. Por determinação, temos obrigação de aplicar 30% a mais, de todos os recursos para as regiões Norte e Nordeste. Para o Rio Grande do Norte, o projeto que está em construção é o Museu ou um planetário, que e será feito em parceria com o governo do Estado. E temos a previsão de mais três Centros de Vocação Tecnológica (CVTs) que serão feitos com a parceria entre governo do Estado e as universidades. Esses ambientes tecnológicos terão foco em áreas de relevância para o Estado, como apicultura, psicultura e na área de irrigação, que também tem grande demanda.

Esses centros funcionam como escolas de formação técnica?
O CVT é diferente da escola técnica. É um ambiente tecnológico, equipado pelo MCT com aparelhos de ponta, para  interagir simultaneamente com o arranjo produtivo local, as empresas e instituições de ensino, como universidades, os institutos federais, o Sistema S, entre outras, e também com a população local para melhorar produtos e serviços. Para isso, é necessário um arranjo institucional desses vários atores locais, como organizações sociais, organismos reguladores das profissões e mercados locais, instituições de ensino e as três esferas do governo.

As escolas da rede pública de ensino estão desconectadas com as novas tecnologias?
Este é um grande desafio. E o MCT junto com o Ministério das telecomunicações, trabalhamos no projeto banda larga. A informação está on-line. O objetivo é montar pontos de acessos públicos e nos locais mais remotos possíveis. Existem várias articulações em níveis nacionais, como a institucionalização de cidades digitais, um anel com  vários pontos que articulam os principais pontos da  Prefeitura com espaços públicos de inclusão digital, que poderão receber  telecentros.

Os professores da educação básica estão preparados para essas novas tecnologias?
Quando analisamos a situação de acesso a informações dos professores da educação básica a realidade é bem assustadora. Os professores dos primeiros anos da educação básica, em geral, não têm acesso sequer ao computador da sua escola.

Como o Rio Grande do Norte está em relação ao acesso a essas novas tecnologias de inclusão social e digital, comparando com outros Estados brasileiros?
Aqui, nós percebemos uma grande articulação em todas as esferas de governo, temos vários parlamentares propondo emendas para a implementação de redes de acesso a banda larga. Mas não temos ainda um nível de projetos para captar recursos em editais, como vemos nas regiões Sul-Sudeste. Isso ocorre por  falta de informação, na verdade, e por falta de capacidade técnica de montar projetos.

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