Reunião contou com secretários estaduais do Estado, de Pernambuco, Paraíba e Ceará
“Uma empresa privada se instalaria em parques próximos aos canais da transposição e faria suas plantas de energia solar. A empresa vai gerar a energia, fornecê-la o suficiente para o bombeamento das águas e o excedente venderia”, explicou. “Um dos itens mais caros da transposição é a energia”, completa João Maria Cavalcanti, secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. A ideia será levada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela obra. O titular da pasta sinalizou que já há conversas adiantas e há boas expectativas quanto ao assunto.
Nesta quinta-feira (22), secretários e autoridades diretamente envolvidas nos seus respectivos estados estiveram em Natal, na Escola de Governo, juntamente com representantes da Agência Nacional das Águas, para discutir ideias, modelos e procedimentos administrativos e estratégicos para o pagamento e a chegada das águas.
A obra tem 477 quilômetros de extensão e é dividida em dois eixos (Leste e Norte) e o objetivo é garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente.
O empreendimento engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230KW, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Com 15 quilômetros de extensão, o túnel Cuncas I é o maior da América Latina para transporte de água.
As obras passam pelos seguintes municípios no Eixo Norte: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante (PE); Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro (CE); em São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras (PB). Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e em Monteiro, na Paraíba.
Importância
No Nordeste estão 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água do País. O Rio São Francisco detém 70% de toda a oferta de água da região, historicamente submetida a ciclos de seca rigorosa, como a que vivemos atualmente.
Conforme Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o Projeto de Integração do Rio São Francisco foi a mais consistente alternativa estrutural para o fornecimento adequado de água à região.
A integração das bacias do São Francisco representa uma extraordinária contribuição para amenizar o sofrimento das populações mais castigadas e auxiliar no desenvolvimento das regiões do Semiárido.