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Estados buscam PPP para diminuir custo de energia na Transposição do Rio São Francisco

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Os quatro estados envolvidos no Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco – Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte – estão articulando, junto à Agência Nacional das Águas, uma parceria público-privada para diminuir os custos de energia no bombeamento das águas do empreendimento, no que é considerada a parte mais onerosa do projeto. Aliado a isso, a chegada das águas do rio ao RN ganhou um novo prazo: julho de 2021.

Reunião contou com secretários estaduais do Estado, de Pernambuco, Paraíba e Ceará


Reunião contou com secretários estaduais do Estado, de Pernambuco, Paraíba e Ceará

“Uma empresa privada se instalaria em parques próximos aos canais da transposição e faria suas plantas de energia solar. A  empresa vai gerar a energia, fornecê-la o suficiente para o bombeamento das águas e o excedente venderia”, explicou. “Um dos itens mais caros da transposição é a energia”, completa João Maria Cavalcanti,  secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. A ideia será levada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela obra. O titular da pasta sinalizou que já há conversas adiantas e há boas expectativas quanto ao assunto.

Nesta quinta-feira (22), secretários e autoridades diretamente envolvidas nos seus respectivos estados estiveram em Natal, na Escola de Governo, juntamente com representantes da Agência Nacional das Águas, para discutir ideias, modelos e procedimentos administrativos e estratégicos para o pagamento e a chegada das águas.

“Essa reunião foi para fazer uma unificação dos procedimentos administrativos e estratégicos dos estados para apontar soluções para a chegada dessas águas. Hoje existe um vácuo muito grande em relação a quais são os procedimentos que os estados vão tomar para o pagamento das águas, quem vai gerir, modelo de gestão”, disse. Aliado a isso, as obras do Rio São Francisco se arrastam e ganham novos prazos constantemente. Antes, a previsão era de que as águas chegassem ao Estado neste ano, conforme publicou a TRIBUNA DO NORTE em reportagem em outubro do ano passado. Até chegar no RN, as águas vão passar pelo Ceará, via reservatório do Jati, para poderem seguir à Paraíba, ao Açude Engenheiro Ávidos, para poderem chegar ao Rio Piranhas Açu, no Oeste potiguar, para poderem ir a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. 

Projeto é a maior obra de infraestrutura
O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) é a maior obra de infraestrutura hídrica do País, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos. Iniciada em 2007, o orçamento inicial da obra era de R$ 5 bilhões. Atualmente, as estimativas é de que a obra já atinja a casa dos R$ 12 bilhões.

A obra tem 477 quilômetros de extensão e é dividida em dois eixos (Leste e Norte) e o objetivo é garantir a segurança  hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente.

O empreendimento engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230KW, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Com 15 quilômetros de extensão, o túnel Cuncas I é o maior da América Latina para transporte de água.

As obras passam pelos seguintes municípios no Eixo Norte: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante (PE); Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro (CE); em São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras (PB). Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e em Monteiro, na Paraíba.

Importância
No Nordeste estão 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água do País. O Rio São Francisco detém 70% de toda a oferta de água da região, historicamente submetida a ciclos de seca rigorosa, como a que vivemos atualmente.

Conforme Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o Projeto de Integração do Rio São Francisco foi a mais consistente alternativa estrutural para o fornecimento adequado de água à região.

A integração das bacias do São Francisco representa uma extraordinária contribuição para amenizar o sofrimento das populações mais castigadas e auxiliar no desenvolvimento das regiões do Semiárido.

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