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Estados Unidos em novos rumos

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Garibaldi Filho 
Ex-senador da República
Assistimos ontem, em transmissões nos canais de notícias, à possa do novo presidente norte-americano, Joe Biden certos de que estávamos testemunhando mais do que uma mera solenidade formal, mas o início de um período que tem o potencial para marcar a história global. Estávamos, por isso, atentos, na expectativa do teor do pronunciamento de Biden, uma vez que a mudança no governo daquele país é de uma importância inegável para as demais nações, dada a relevância econômica e do papel geopolítico dos EUA. Ao mesmo tempo, havia um temor diante dos acontecimentos violentos que chocaram o mundo no dia da homologação, pelo Congresso dos Estados Unidos, do resultado das eleições favoráveis ao democrata. 
Mas, felizmente, não houve, ontem, novos conflitos nas ruas nem tentativas de invasões de prédios públicos em Washington. Na cobertura da CNN, o que se viu de mais inusitado foi uma figura bizarra, que  apareceu orando em trajes extravagantes e terminou indo parar em uma delegacia. Este foi o fato mais estranho na tarde da quarta-feira. 
Mas o discurso do novo presidente, sim, merece vários registros. De forma alvissareira, correspondeu à expectativa dos que viram na derrota eleitoral de Donald Trump a perspectiva de mudanças não só de estilo, mas nos rumos do governo dos Estados Unidos e na agenda de medidas a serem implementadas pela Casa Branca.
Biden fez, no pronunciamento de posse, uma apelo à unidade dos que querem e estão dispostos a contribuir com a civilidade. “A democracia prevaleceu”, destacou, ao se fazer ouvir solenemente. 
Em seguida, o presidente empossado dos Estados Unidos complementou: “Precisamos de mais do que palavras, precisamos de uma das coisas mais difíceis de uma democracia: a união. E peço que todos os americanos façam o mesmo comigo nesta causa: unidos para combater os inimigos que temos, a raiva, ressentimento, extremismo, ilegalidade, violência, doenças, desemprego. Juntos, podemos fazer coisas grandes e consertar erros”. 
O novo presidente, ao anunciar um pacote trilionário de isentivos à retomada, afirmou também que não há tempo a perder.
Mas se a busca da recuperação econômica é um desafio, algo ainda mais difícil é enfrentar as dificuldades que encontrará na política e na citada tentativa de união. Afinal a divisão dos americanos é algo perceptível na violência dos acontecimentos como a invasão do Congresso há poucos dias da posse e nos protestos rencentes com choque entre manifestantes e policiais. Isso colaborou para acirrar ainda mais os ânimos. E pandemia da Covid-19 leva o luto para milhares de famílias americanas. 
Um quadro complexo que vai exigir do novo presidente a atuação de um estadista. 
“Há muito a ser feito. E uma certeza: prometo a vocês, nós seremos julgados por como vamos lidar com essa crise da nossa era”, disse Joe Biden. 
Ao afirmar isso, ele acertou. Poderá entrar para a história por ter reencontrado o rumo do país que agora tem a responsabilidade de governar. Se for assim, teremos lá referências que podem ser úteis. Não copiadas, mas relevantes para uma nação como a nossa que também precisa se reencontrar com o desenvolvimento e deixar para trás tempos de tanta discórdias, extremismos, ilegalidades e incapacidades.
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