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Estadual definido

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Trazendo como novidade o Santa Cruz de Natal que subiu este ano, além do aumento de uma partida nas finais do turno – antes eram em apenas um jogo – o Estadual 2017 está definido e com as polêmicas de todos os anos. A da próxima edição é com relação ao mando de campo nos jogos das finais do turno, que serão, assim como em 2016, da federação e realizados na Arena das Dunas, assim como em 2016. No Conselho Técnico o tema foi colocado em votação – sem necessidade, por deferência da promotora do evento – e aprovada por 5 votos a 3, com ABC, Globo e Baraúnas votando contra. Prevaleceu a vontade da maioria, as finais dos dois turnos serão disputadas na Arena das Dunas, o que nivela por cima a competição. Alegar que times que não mandam jogos na Arena poderão ser prejudicados em uma final de turno, é um argumento sem sustentação. Jogar no gramado da Arena equilibra e nivela por cima qualquer jogo de futebol.

Clubes desunidos
A impressão que fica é que os clubes seguem para a reunião do Conselho Técnico, cada qual pensando nos seus próprios interesses. Não existe uma união, um entendimento que os clubes tem interesses comuns fora do campo de jogo. Talvez se os oito participantes tivessem marcado uma reunião prévia, talvez se os oito clubes tivessem discutido com antecedência hoje não estariam reclamando de determinados pontos do Estadual. Mas não, cada um pensa apenas nos seus próprios interesses.

É só no Estadual As reclamações sobre mando de campo, horário de jogos, cor da bola, corte da grama e direção do vento, aparecem apenas e tão somente no Estadual. Não vejo reclamações nas competições da CBF, não vejo reclamações na Série B e nem vi na Série C e por certo não verei na Série D. É no Estadual que as reclamações ganham forma e corpo para todos os gostos.

MP deu aval
O que está gerando choro e ranger de dentes, os mandos de campo nas finais de turno sob tutela da federação e na Arena das Dunas, não traz nenhuma ilegalidade, e entendo que o Promotor Luis Eduardo Marinho está coberto de razão quando diz que “ os clubes devem se ater as regras de quem promove o evento, desde que não afronte norma legais”.

Perigo das organizadas
Já faz tempo que a violência das torcidas organizadas dentro de fora dos estádios de futebol precisa ser encarado de frente e de forma dura. Já faz tempo que as tais medidas sócio-educativas como a proibição de entrar nos estádios sem portar símbolos das facções é para “inglês ver” e não resolve nada. As autoridades precisam dar ao problema a dimensão que realmente tem e não tratá-lo como um caso isolado que acontece de vez em quando, aqui e ali. Não! O problema é grave, é geral e é sério.

Não é só Polícia
A Polícia Militar é – pelo menos deveria ser – o último elo da corrente de combate às torcidas organizadas do mal, aquelas notoriamente identificadas com a violência e criminalidade. O combate deveria começar dentro dos próprios clubes, deveria partir dos próprios dirigentes, mas é o contrário! Boa parte dos dirigentes de clubes do Brasil apoiam as facções mais “pesadas”, incentivam política e financeiramente, dão aos dirigentes e membros o status que não merecem, e torna-se na minha avaliação – os dirigentes que agem assim – cúmplices de tudo.

Força-tarefa
Tão em moda hoje em dia, Ministério Público e Justiça deveriam criar uma força-tarefa e investigar a fundo o funcionamento das principais torcidas organizadas no Brasil. Já faz tempo que não são mais torcidas, mas sim organizações onde existe uma série de interesses que ultrapassam e muito os limites do futebol. É preciso uma devassa, um raio x completo do funcionamento das organizadas, da cumplicidades de clubes e dirigentes. Ministério Público e Justiça precisam usar as mesmas técnicas empregadas no combate ao crime organizado para aniquilar com as “torcidas” – aspeada assim, justamente para não generalizar – que também são organizadas, tais quais as facções criminosas.

Estatuto do Torcedor É um instrumento que não serve para combater as organizadas, que precisam de um tratamento de choque. O Estatuto é uma homeopatia para doença terminal, não vai resolver.

Terapia de choque
Ou passam a punir severamente as facções organizadas na forma da lei criminal ou os caras vão continuar dando risadas e aprontando. O cara apronta hoje, na semana seguinte está no estádio. Aqui no RN, o cara é detido antes do jogo e solto depois, para na rodada seguinte estar novamente no estádio. Não existe mecanismo de controle e punição.

Máfia das apostas
OMPSP investiga desde 2014 a máfia das apostas ou máfia dos resultados no futebol. O esquema funciona da seguinte maneira, os apostadores ganham em sites de apostas do exterior. O modo de operar lembra a “Máfia da Loteria Esportiva” esquema desbaratado pelo Polícia Federal na década de 70. Intermediários negociam com jogadores para que percam jogos. As apostas são descarregadas nos jogos onde os resultados estariam garantidos via propina. Foi essa investigação do MP que desencadeou a operação Game Over que prendeu em Natal, o ex-treinador do Palmeira.

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