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Estadual importante

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Itamar Ciríaco
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Olhando a infindável lista de contratações dos clubes potiguares para o Campeonato Estadual de 2018, fica muito claro a importância, para o emprego e para a movimentação da economia em alguns municípios do interior, no que diz respeito a competição local. São jogadores que chegam de todas as partes do País e que terão que ter moradia no local, ou seja, alguém vai ganhar com a locação do imóvel, que terão de se alimentar, ou seja ganho para quem faz e comercializa alimentos, sem falar nas compras diárias e, em alguns casos, até nos bares e em casas de fama duvidosa. Fica muito evidente também que jovens, ou as vezes não tão jovens, talentos das regiões podem e devem ganhar espaço nesses times, o que também distribui renda com a população local e pode alavancar a carreira de algum atleta, fazendo com que a tão sonhada ascensão social chegue a uma ou mais famílias do interior potiguar, castigado pela crise econômica sem fim, em alguns locais pela seca e em outros pela insegurança e até pela invasão homicida do tráfico de drogas.

Nesse ponto, as drogas, o esporte, como ninguém, é capaz de produzir o efeito necessário para evitar que este mal destrua famílias inteiras, vidas promissoras e/ou acabe com o futuro de muitos. Essa é uma contribuição que o futebol pode e deve dar em todos os lugares e que tem que ser melhor aproveitada em oportunidades como essa de um Campeonato Estadual que visita vários pontos e várias realidades do Rio Grande do Norte. Mas também é hora de ficarmos atentos às condições que esse atletas têm que ficar em seus clubes. A Federação Norte-rio-grandense de Futebol e os clubes têm um Termo de Ajustamento de Conduta assinado junto ao Ministério Público do Trabalho no RN para que todos se comprometam a cumprir com as obrigações trabalhistas e principalmente com as condições de trabalho desse verdadeiro exército de profissionais que entra em campo a partir de janeiro aqui no Estado. Existe a preocupação com a forma com que esses jogadores são acomodados, muitas vezes em casas improvisadas, empilhados em beliches, comendo refeiçoes sem nenhum acompanhamento nutricional e por vezes até pagando do próprio bolso para ter a oportunidade de estar em um clube de futebol e quem sabe “beliscar” uma oportunidade de ouro de ir para um time de maior projeção. O MPT, o Sindicato dos Atletas e a FNF precisam ficar atentos também as condições médicas desses jogadores. Os exemplos são muitos de atletas que morreram em campo, ou durante treinamentos. Eles precisam passar pela bateria obrigatória de exames e precisam ser acompanhados durante toda a trajetória dos clubes na competição. Some-se a isso um outro grave problema. Os acidentes de trabalho. Jogando e treinando em campos ruins, esses atletas estão muito mais sujeitos a contusões do que aqueles que atuam e treinam em condições adequadas de gramado. Muitos deles, depois que estão machucados, são abandonados e não conseguem mas voltar a jogar como profissional. Isso é crime e precisa ser punido. O atleta tem o direito a ser ressarcido e aposentado caso não possa mais atuar. Esse acompanhamento médico tem que ser constante e profissional. Parece que são muitas exigências, mas tudo precisa ser visto sob duas ou mais óticas. O Campeonato Estadual é importante para alavancar tudo que citamos no começo deste texto, mas também deve ser executado com profissionalismo dos clube e respeito aos direitos dos atletas e sua segurança. No mais, que todos possam brilhar nos nossos campos e quem sabe realizar o sonho de muitos.

Segundona
O Campeonato Estadual da Segunda Divisão foi um sucesso. Se não de público, afinal até na elite do futebol nacional a torcida anda distante, dentro de campo o futebol local tem o que comemorar. Foi uma última rodada emocionante com o título ficando nas mãos do Força e Luz, que estará na elite do Campeonato Potiguar em 2018. A ideia de utilizar, por força de regulamento, a maioria de jovens jogadores também merece aplauso, uma vez que abre mais portas para os jovens talentos que podem conseguir uma vaga em equipes para o ano que vem. Parabenizar o Clube Atlético Potiguar pelo vice-campeonato e ao Palmeira de Goianinha pela terceira colocação. Lamentar o erro do Mossoró Esporte Clube que obteve, em campo, pontuação suficiente para conseguir o título, mas que pagou pelo erro administrativo de inscrever irregularmente um de seu atletas e terá que esperar mais um ano para voltar a ter a oportunidade de uma vaga na Primeira Divisão. Uma bela festa do time elétrico, ontem, no Frasqueirão, fechando com chave de ouro o calendário do futebol no Estado. Parabéns, Força e Luz.

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