Rio – A estiagem prolongada, que já chega a 40 dias em algumas regiões, já vem provocando impactos no nível dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o estoque de energia nas barragens das regiões Sudeste e Centro-Oeste caiu 4,4 pontos porcentuais em julho, ritmo mais acelerado do que o verificado nos últimos anos.
No Sul, a situação é pior: queda de 8,8 porcentuais no mês. Técnicos do setor, porém, dizem que a situação ainda não é preocupante. No Sul já começou a chover e ainda há um bom estoque de térmicas que pode ser usado para conter a redução do nível dos reservatórios. No Sudeste/Centro-Oeste, as barragens estavam ontem (23) com 75,3% de sua capacidade de armazenagem de energia – no dia 23 de julho de 2007, esse volume chegava a 79,2%; um ano antes, era de 83,7%. Os reservatórios ainda estão distantes do nível meta de 53%, estipulado para o fim do período seco, em outubro. Mas o ritmo de queda, na média de 0,3 pontos porcentuais nos últimos dias é maior do que os 0,2 pontos porcentuais estimados para que a meta seja atingida. Caso a estiagem persista, portanto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) terá de acionar mais térmicas a gás. Na quinta-feira, as térmicas a carvão e gás geraram 2,783 megawatts (MW) médios. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, já havia admitido em entrevista recente que poderia ter dificuldades para atingir o nível-meta, caso a estiagem persistisse.