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Estresse provoca reações em vários órgãos

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O estresse provoca reações e respostas diferenciadas em vários  órgãos do corpo. São reações com componentes psicológicos, físicos, mentais e hormonais. Agora imagine se estressar todos os dias, seja no trânsito, em casa, no trabalho…

No sistema cardiovascular, o estresse, além de poder causar infartos, provoca o aumento da frequência cardíaca, das contrações do coração e da pressão arterial. Eleva também os níveis de gordura no sangue — triglicerídeos e colesterol.

Nas situações estressantes, uma boa dose de adrenalina é liberada pelo organismo, causando taquicardia e suor excessivo. Trata-se do hormônio responsável  por acelerar o nosso ritmo corporal.

Ao atingir o sistema neurológico, o hormônio ACTH gera sensações como ansiedade e fracasso iminente. Já os derivados do hormônio cortisol têm ação sedativa e causam uma sensação constante de depressão. Já o excesso dele é capaz de causar distúrbios do sono, perda da libido e do apetite.

Já o sistema imunológico reage ao estresse com uma superatividade, o que pode resultar no desencadeamento de doenças autoimunes — lúpus, psoríase, diabetes tipo 1, esclerose múltipla, artrite reumatóide, entre outras — ou agravamento delas.

De acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (Isma), estudos científicos comprovam que o nível de estresse e o estilo de vida determinam 60% das doenças. Mas as principais associadas ao mal são diabetes, depressão, enxaqueca e dislipidemias.

Muitos dos nossos órgãos mudam seu estado fisiológico ao perceber os primeiros sinais de estresse; coração, rins, estômago, sistema reprodutivo, além dos músculos.

O estômago e o intestino também apresentam reações em situações estressantes. É aquele velho “frio na barriga”. Afinal, quem nunca ouviu alguém falar “meu estômago deu um nó” diante de momentos tensos? Isso acontece porque o trato gastrointestinal possui um sistema nervoso próprio. Trata-se do Sistema Entérico, formado por células nervosas e neurônios ligados diretamente ao sistema nervoso central e ao cérebro. 

Terapias complementares
O médico e professor universitário Jorge Boucinhas comenta fazerem parte da abordagem terapêutica contra o estresse a psicoterapia, medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. Porém, de acordo com ele, a chamada Medicina Complementar tem ganhado cada vez mais espaço. A procura por algumas técnicas tem crescido bastante. Segundo ele, a acupuntura chinesa, a constitucional e a auriculoterapia oferecem resultados excelentes para equilibrar o indivíduo psiquicamente, sem apresentar efeitos colaterais, como a redução dos reflexos. “O que é algo bem importante quando se trata de dirigir em trânsito pesado, que exige muito reações rápidas.”

#SAIBAMAIS#Boucinhas ressalta também os bons resultados obtidos no uso de homeopatia e florais. “Lastimavelmente na Fitoterapia o uso de plantas medicinais tranquilizantes pode ajudar  a reduzir as tensões emocionais, mas pode reduzir os reflexos quase tanto quanto os remédios alopáticos.”

Marcando território
Jorge Boucinhas faz uma análise entre a tensão no trânsito e a noção de “espaço corporal”, traçando um paralelo entre as reações nos engarrafamento e o demarcamento territorial, característico de muitos animais.

“Os indivíduos que vivem em aglomerações urbanas têm que aprender a se acomodar, de forma relativa, a isto. Não obstante, no trânsito, em que já existe, inerente, um certo grau de risco gerador de estresse, as reações anti-sociais tornam-se mais difíceis de controlar e os impulsos agressivos vêm à tona mais facilmente”, comenta o médico, especializado em terapias complementares.

Em sua análise, algumas pessoas, por questões de educação mesmo, se alteram com mais facilidade que outras quando estão ao volante.

E o responsável por as reações mais agressivas é o hormônio cortisol. Jorge Boucinhas afirma ser fundamental para a manutenção da vida, na regulação geral do metabolismo, na tensão arterial e nas respostas imunológicas. “Mas, se produzido em excesso, leva ao aumento do nível de hostilidade interpessoal e ao desgaste acelerado das funções corporais.”

Ele observa que praticamente todos os motoristas consideram o automóvel uma extensão de seu próprio corpo, e se sentem ameaçados pela proximidade de outros carros, tal qual animais protegendo seu território. “Dirigir transforma-se em estado quase permanente de tensão.”

A prática de meditação e ioga, por trabalharem a respiração e o alongamento corporal, também costumam apresentar resultados positivos.

DEPOIMENTOS
“Estressa muito. Sinto isso diariamente, principalmente aqui neste setor (Hermes da Fonseca, próximo ao Hotel Tirol), neste percusso; porque ele fica engarrafado desde lá da AABB até a Igreja Universal, todos os dias.”
Nerival F. De Araújo, advogado

“Cara, isso tá comparado a Recife ou pior. Aqui era mais tranquilo. Venho todo mês a Natal, trabalhar; mas tinha uma facilidade de mobilidade muito grande em Natal, principalmente por serem as avenidas muito grandes. Agora, de um tempo para cá, está muito complicado. E para uma cidade sede da Copa, eu quero ver como é que vai ficar isso. Gera estresse demais, ansiedade, você fica mais nervoso e você descarrega isso justamente no seu trabalho. Só para ter um exemplo, eu estava aqui no hotel, na segunda quadra, e estou há vinte e cinco minutos para chegar no Midway; um trajeto de duzentos metros.”
Manoel Antônio, representante comercial

“Por enquanto está tudo fluindo bem. Por enquanto a gente não recebeu nenhum estresse não. Mas tem dias bem piores. Gera bastante estresse para a nossa profissão, bastante.”
Nalmir, agente de trânsito da Semob

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