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Estudantes ocupam maior unidade da rede paulista

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São Paulo (AE) – Pelo menos 50 estudantes ocuparam na madrugada de ontem a Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, na zona norte de São Paulo. Trata-se da maior unidade da rede estadual paulista, com 3,2 mil alunos matriculados, segundo dados do Censo da Educação Básica de 2014. Com isso, a Secretaria Estadual de Educação confirmou ontem que 60 colégios já estavam tomados contra a reorganização da rede, que prevê o fechamento de 93 escolas e a implementação de ciclo único (ensino fundamental, anos iniciais, finais e ensino médio) em outras. A Polícia Militar foi até a escola pouco após a ocupação, à 1 hora de ontem, e pediu que o grupo deixasse o local, mas nenhum policial chegou a entrar na escola. Os alunos recusaram e o protesto foi mantido.

A ocupação causou revolta entre algumas mães de estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental – o colégio atende a todas as séries. Estava previsto para a manhã um passeio das crianças do 1°, do 2° e do 3° ano do ensino fundamental. Como o colégio estava fechado, houve dificuldade em organizar as crianças nas calçadas, o que atrasou os ônibus. Uma dirigente regional tentou conter os ânimos no local.

O protesto na Brigadeiro Galvão Peixoto segue a lógica de outras ocupações dos últimos dias: a de reivindicar melhorias para a unidade. A escola não está incluída na lista da reorganização da rede estadual, mas os estudantes temem que as mudanças afetem diretamente o cotidiano da sala de aula.

Para Vanessa Alves, de 16 anos, não faz sentido falar em reorganização quando não há nem sequer “estrutura básica”. “Não temos professor suficiente, não temos cantineira e a nossa quadra está interditada há quatro anos por falta de manutenção. Como vamos receber os alunos de outras escolas fechadas nestas condições?” Outra preocupação dos alunos é com a limpeza do colégio. “Tem goteira no teto da sala”, reclamou Júlia Ramos, de 16 anos.

A ocupação teve apoio do principal sindicato de professores do Estado, a Apeoesp, e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). A Secretaria da Educação afirma que tem mantido o diálogo com os manifestantes, mas critica a postura de movimentos “político-partidários” que impedem que estudantes possam assistir às aulas.

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