Ontem, os estudantes de Medicina da UFRN realizaram o último dia de paralisação e manifestações contra o “Programa Mais Médicos”. Desde a última quinta-feira, dezenas de alunos ocuparam algumas ruas da capital e realizam atendimento à população. Os estudantes fazem coro juntamento com os órgãos representativos dos médicos contra as medidas anunciadas pelo Governo Federal. A “perseguição contra os médicos”, como alguns definem, tem causado mal estar na categoria. O contato com a imprensa nem sempre é amigável.
A reportagem da TN começou a apuração dessa matéria na última segunda-feira. O primeiro contato foi com a atual e ex-coordenador do curso. Quando informados que gostaríamos de conversar com os alunos, a reposta foi uníssona: “Não é um bom momento”. A professora Elaine Bezerra tentou explicar afirmando que as últimas notícias sobre a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil e demais informações sobre médicos causou incômodo nos alunos.
#SAIBAMAIS# A análise da coordenadora foi confirmada no dia seguinte. Alguns professores e alunos ouvidos pela reportagem, mas não citados nessa matéria, demonstraram irritação e desconforto com nossa presença. A equipe foi questionada sobre o motivo da reportagem. “Você vai escrever o quê?”, “Posso ver seu texto antes?” e “Cuidado com o que você vai escrever” foram algumas das frases direcionadas ao repórter.
A presença de repórter e fotógrafo foi proibida por uma turma que assistia aula numa das salas do laboratório de treinamento clínico. O espaço é equipado com bonecos que são usados pelos estudantes para simular alguns atendimentos e é apontado como uns dos diferenciais na formação dos médicos na UFRN.
A reportagem questionou a alguns dos entrevistados o porquê do clima de animosidade perceptível entre estudantes, médicos e imprensa. “Sabemos o poder que a imprensa tem. Queremos apenas que somente a verdade seja publicada”, disse um. “Há uma cobrança por parte da sociedade contra os médicos. Parece que temos uma dívida social. Mas você está vendo que, durante nossa formação, já prestamos um grande serviço à sociedade”, disse.
