quinta-feira, 28 de março, 2024
27.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Eterno mito sexual, Marilyn Monroe faria 90 anos

- Publicidade -

São tantas histórias sobre Marilyn Monroe que é difícil separar a
realidade do que virou lenda. Norma Jean Mortensen nasceu em 1.º de
junho de 1916 – há 90 anos. Morreu no auge da fama, em 5 de agosto de
1962, aos 36 anos. Há mais de meio século! Nunca houve, para os viúvos
de Marilyn – seus inúmeros fãs -, outra imagem que não a da mulher
eternamente jovem, e desejável.
Marilyn Monroe (1926-1962) teve uma curta e meteórica carreira
Para muita gente, foi, e ainda é, o maior mito sexual do cinema. Um de
seus diretores, Roy Ward Baker, dizia que ela tinha um apetite
insaciável por sexo. Seria, por mais que a palavra pareça crua, uma
ninfômana. Conheceu o sucesso, mas não foi reconhecida como atriz
dramática, como queria. E morreu sozinha, em circunstâncias até hoje
polêmicas.

Morreu de uma dose excessiva de barbitúricos, o que pode fazer sentido,
considerando-se a mistura de depressão e solidão. Mas há uma lenda de
que foi assassinada – uma queima de arquivo providenciada pela CIA.
Nenhuma mulher, nem mesmo a mais cobiçada do mundo, pode ser ao mesmo
tempo amante de um mafioso e do presidente dos EUA, como Marilyn foi.

Sua história é conhecida. Filha de mãe solteira, mais tarde
diagnosticada como esquizofrênica, Norma Jean passou a infância entregue
a diferentes famílias. Dizia que era órfã, com vergonha de revelar que a
mãe estava internada. Casa-se, aos 16 anos, com James Jim Dogherty, e,
quando o marido vai para a guerra, ela trabalha numa fábrica de
equipamentos militares. Sua beleza chama a atenção de fotógrafos do
Exército. A imagem de Norma Jean, que ainda não é Marilyn,
multiplica-se. Ela posa nua para um calendário.

Chamada para um teste na Fox, ela encontra oposição do poderoso Darryl
Zanuck. Uma ‘tramp’ que posou nua não pode ser estrela de Hollywood. Por
ele, Norma Jean, rebatizada como Marilyn – Miller depois Monroe -,
seria apenas mais uma garota para divertir executivos. Mas Marilyn
começa a filmar, e com grandes diretores. Um papel com Joseph L.
Mankiewicz em ‘A Malvada’, outro com John Huston em ‘O Segredo das
Joias’.

Em dezembro de 1950, é tema de uma reportagem de capa em ‘The Photoplay
Magazine’ – ‘Como nasce uma estrela?’ Nessa altura, e contra a vontade
de Zanuck, a Fox investe nela. Marilyn passa pelo bisturi. Corrige os
seios, o rosto. E filma muito. Os primeiros papéis são de loira burra, o
que ela, definitivamente, não é. Marilyn filma com Fritz Lang, Henry
Hathaway, Jean Negulesco, Howard Hawks, Otto Preminger. ‘Só a Mulher
Peca’, ‘Torrente de Paixões’, ‘O Inventor da Mocidade’, ‘Como Agarrar Um
Milionário’.

Os filmes chamam-se ‘Os Homens Preferem as Loiras’, ‘O Rio das Almas
Perdidas’. Encontra Billy Wilder, e ele lhe oferece papéis gloriosos –
em ‘O Pecado Mora ao Lado’, com a célebre imagem do vento no metrô que
levanta seu vestido e mostra a calcinha, e como Sugar/Docinho em ‘Quanto
Mais Quente Melhor’.

Marilyn casa-se com o astro do futebol americano Joe DiMaggio e com o
dramaturgo Arthur Miller, que escreve para ela o roteiro de ‘Os
Desajustados’, que será dirigido por John Huston. Miller é seu
passaporte para o respeito dos intelectuais, ela pensa. Marilyn vai
estudar arte dramática (no Actors Studio). Decepciona-se quando Richard
Brooks lhe recusa o papel de Grushenka em ‘Irmãos Karamazov’. Mais
tarde, Miller exorcizará essa união na peça ‘Depois da Queda’.

Chamada a cantar no aniversário de John Kennedy, Marilyn, naquele
vestido, deita-se sobre o piano e se oferece toda – ‘Happy Birthday, Mr.
President’. Mas, enquanto o presidente despacha na Casa Branca, a
amante recebe em seu leito o mafioso Sam Giancana. Em 1962, faz seu
segundo filme consecutivo com George Cukor, após ‘Adorável Pecadora’.
‘Something Gotta Give’ permanecerá inacabado por sua morte prematura.
Acidente ou assassinato?

As sucessivas revelações sobre Marilyn somente aumentam o mito. As
feministas protestam – Marilyn foi vítima do machismo de Hollywood. Esse
é outro estereótipo como o da loira burra. Como a Cherrie de ‘Bus
Stop’, de Joshua Logan, Marilyn ‘nunca foi santa’.

Ward Baker, que a dirigiu no sombrio ‘Almas Desesperadas’, dizia que ela
não era normal. Mas, de perto, há que pensar como Caetano Veloso – quem
é normal?

Tudo se combinou para o desastre – o desejo dela de perfeccionismo, a
baixa autoestima, a insegurança afetiva e profissional que a lançou nas
drogas e no álcool. Mas você pensa nela e se esquece de tudo. Vem sempre
a mulher bela e desejável. O que teria sido Marilyn aos 40, aos 50, aos
70? Nunca saberemos. Nos 90 anos de seu nascimento – daqui a pouco será
um século -, o vento continua levantando seu vestido. Marilyn é eterna.


Fonte: Estadão Conteúdo

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas