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Eu vou bater as minhas metas

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Edu Lyra [CEO da rede Gerando Falcões]

Quando procurei os maiores empresários do Brasil para pedir apoio financeiro para minha ONG, eles colocaram uma condição: eu deveria apresentar as minhas metas e indicadores de performance do ano.

Apresentei e, assim, vieram os recursos para eu criar a Gerando Falcões. Mas um aporte extra, que me ajudasse a fazer ainda mais, só viria se eu batesse as minhas metas. Uma lógica interessante, que tira o sujeito da zona de conforto. 

Assim, todos os dias eu penso nessas metas e que, se eu fracassar, vou atrapalhar a continuidade de um plano ousado de mudança das favelas brasileiras. Eu penso muitos nas crianças e milhares de famílias que dependem da minha liderança.  

Agora em dezembro vou apresentar meus indicadores de performance para meus investidores, e com uma boa notícia: vou bater as metas! Mais do que isso: vamos entregar mais do que o dobro do que realizamos ano passado.

Sabem por quê? Porque não atingir as metas não é uma opção. E na minha vida eu aprendi quem quando a gente não tem muita opção, a gente faz de tudo para mudar essa realidade. Eu cresci tendo poucas opções. Na favela, no barraco, visitando meu pai no presídio, ou eu estudava e dava duro ou nada iria mudar.

E quando eu bati na porta da Ambev pedindo ajuda, eles me deram mais do que isso. Eles me ensinaram a criar minhas próprias opções. Todo mundo sabe que essa turma é genial em fazer gestão e eles me ensinaram como isso faz toda a diferença na vida da gente. O CEO Bernardo Paiva mais do que me abraçou. Ele colocou a turma toda para cuidar de mim.

Com o apoio e conhecimento que me passaram, implantamos a gestão na favela. Hoje, na Gerando Falcões todo mundo tem metas, indicadores de performance, gratificação, plano de carreira e rituais de gestão. Aprendemos até a falar esses termos do mercado!

Mas “bater meta” não é só atingir um número, não. Para nós, atingir a meta significa que mais jovens foram qualificados e inseridos no mercado de trabalho. Mais famílias que durante toda a vida tiveram seus direitos sociais negados, agora possuem com cobertura social. Mais homens e mulheres fora da criminalidade. Mais crianças com acesso a esporte e cultura.

Porque quando a gente bate as metas, o Brasil das favelas dá um passo para a frente, a gente dá uma mexida no ponteiro social dos locais de miséria. E ainda garante recursos para o ano seguinte.

Mas tem uma notícia ainda melhor. É que esse conhecimento que permitiu que a gente chegasse lá é acessível a outras ONGs e mais delas podem seguir esse mesmo caminho. Neste ano a Ambev criou o VOA, a maior consultoria de ONGs do país. Eles engajaram executivos, diretores e gerentes para colocar gestão nas ONGs por meio de aulas práticas e mentoria individual.

Imagina se isso pega? No Brasil temos milhares de ONGs que geram impacto direto na vida de milhões de brasileiros que vivem em situação de vulnerabilidade. Se todo mundo sair implantando processos, metas de captação de recurso, geração de renda nas favelas, melhoria na educação e criação de oportunidade, a gente vira o jogo do país mais rapidamente.

Com essa consultoria, eu alcancei o voo de falcão e agora só vou mais longe. Sem isso, certamente a caminhada teria sido mais difícil. Mas a luta sempre continua, porque a minha meta de longo prazo é mandar a favela para o museu. Ainda tem muito trabalho pela frente, mas como a gente sempre diz… vai que dá!

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