Vicente Estevam
Repórter
Em seu primeiro ano de competições, Evelyn Xavier já conquistou um
total de 34 medalhas e cravou dois recordes potiguares
Desde o período de escolinhas, Evelyn costuma frequentar o lugar mais alto do pódio, nas provas que disputa, mas ao mesmo tempo que a filha vem fazendo sucesso e aumentando o seu número de medalhas, a preocupação dos pais cresce em proporção semelhante a do orgulho de ver o caminho que a filha única está trilhando no esporte.
A preocupação ocorre pelo fato de a filha vir conquistando resultados importantes e, com isso, obtendo a qualificação exigida para disputar provas fora do RN. Com recursos limitados para bancar a frequência das viagens de extrema importância para o desenvolvimento da carreira de Evelyn Xavier, a mãe da atleta Andrielly Rocha, decidiu lançar um grito de socorro em busca de patrocinadores para ajudá-la.
“Até aqui eu e meu marido, que trabalha como ambulante, vendendo produtos na praia, é que estamos assumindo todas as despesas em relação a carreira da nossa Evellyn. Mas os nossos recursos são limitados para manter o nível de exigência na preparação e com as viagens que ela tem de fazer para representar o Estado e a Escola nas Competições Regionais. Como pais queremos fazer o melhor para o futuro dela, nos esforçamos bastante, mas sabemos que necessitamos de patrocínio. Buscamos qualquer tipo de ajuda para poder manter o sonho dela sem maiores atropelos”, afirmou Andrielly.
Não existem campeões sem esforço e muita dedicação àquilo que se faz. A rotina puxada da atleta potiguar que desponta como um verdadeiro fenômeno das piscinas, começou aos seis anos de idade e logo em seu primeiro ano na categoria mirim, conseguiu amealhar 74% de todas as 46 medalhas que tem guardadas como relíquias do seu próprio esforço.
Para uma menina de 9 anos, Evelyn tem uma rotina pesada de treinamentos. Como toda menina na infância, ela gosta de brincar de boneca e ver desenhos animados na televisão, mas basicamente essas atividades lúdicas ficam restritas ao final de semana, quando surge a brecha na escala diária de treinos, consultas com profissionais da área de saúde e os estudos.
“A rotina de Evelyn é muito pesada. Ela acorda diariamente às 5 horas da manhã, quando se apronta para ir treinar. Saímos de Extremoz para estar no Expansivo, da Zona Norte, `às 7 da manhã. Ela tem treinos diários de duas horas e, como ela estuda à tarde, a gente almoça ao lado num restaurante ao lado do colégio e depois seguimos direto para a Unidade do Expansivo em Extremoz, onde ela estuda. Aos sábados o que muda é que ela não precisa ir à Escola depois do treino, porém a carga de trabalho nesse dia é maior, passa para três horas. Então geralmente não sobra tempo para minha filha se divertir durante a semana, pois quando chega em casa vai jantar, fazer o dever de casa e dormir para estar em pé cedo no outro dia logo cedo”, frisa Andrielly.
Além dessa rotina que exige deslocamentos de mãe e filha e da necessidade de realizar alimentação fora de casa, que atualmente pesa bastante no bolso do trabalhador, ainda existem os gastos com produtos para proteger a pele e cabelo da atleta mirim do cloro e da exposição ao sol, além dos investimentos para pagar uma nutricionista, com a finalidade de regular a dieta da menina e um psicólogo para auxiliar na parte de concentração e preparação mental da campeã.
“Esses são gastos extras que também temos de arcar. A preparação mental, no caso dela, é importante pois na disputa do Norte-Nordeste aqui em Natal (uma competição muito forte) ela sentiu a pressão pelo hábito de vencer e antes da prova teve uma crise de choro. Ela foi para piscina abalada emocionalmente e ainda assim conseguiu pegar um pódio. Então resolvemos investir nesse tipo de acompanhamento para fortalecer o lado psicológico dela”, afirmou a mãe.
Ainda faltam três competições oficiais para campeã pródigo encerrar a temporada de disputas. Primeiro vai ocorrer a quarta etapa do Campeonato Potiguar de Natação, prevista para ocorrer nos próximos dias 25 e 26 no Parque Aquático do Colégio Henrique Castriciano, onde existe a expectativa de Evelyn Xavier faturar medalhas uma vez que ostenta os recordes potiguares nos 100m e 200m livres e também possui a terceira melhor marca do Norte-Nordeste no nado Costas.
Além das três etapas do Estadual, em 2019 a campeã mirim também disputou sempre como destaque os Jerninhos, a Copa Potiguar, o Circuito de Natação e os Jogos Abertos da Zona Norte.
O ano será fechado com a disputa do Troféu Rinaldo Malta, em Maceió-AL, marcado para acontecer no período de 13 a 15 de dezembro, onde além de tentar voltar a brilhar na piscina, Evelyn vai ter a sua primeira experiência disputando uma prova no mar aberto.
É justamente para essa competição interestadual, que a família busca apoio para não privar a filha de disputar, uma vez que ela obteve a classificação por méritos próprios fruto dos bons resultados conquistados na temporada.
Andrielly Rocha estima que terá de levantar algo em torno de mil reais para cobrir os gastos com transporte, alimentação, hospedagem e o pagamento das taxas para inscrição de cada prova que a filha irá disputar na capital alagoana.
“Nós estamos realmente necessitando de um patrocinador. Mas na iminência de não dar tempo de surgir algum, peço as pessoas que puderem colaborar que nos dê qualquer tipo de auxílio. Quem desejar contribuir financeiramente pode realizar o depósito na conta do Banco do Brasil (agência: 0716-1 e a conta: 54911-8). Sendo patrocinador deixo o email: [email protected] para qualquer contato. Desde já agradeço a atenção de todos”, afirmou Andrielly Rocha.
E pensar que toda essa história começou, quando Evelyn Xavier viu uma colega da vizinhança ir para a escolinha de natação e pediu a mãe para também matriculá-la e ir junto com a amiga aprender a nadar.
