Buenos Aires – O presidente Evo Morales propôs segurança recíproca às 12 empresas petrolíferas que operam na Bolívia, durante discurso após a assinatura do protocolamento dos 44 contratos entre as companhias e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). “Quero dizer-lhes, com muito respeito às empresas, como Estado, como bolivianos, como Nação, e como autoridades do Poder Executivo, que em todo caso temos a obrigação de respeitar esses acordos, fazer respeitar a segurança jurídica, mas também convidamos vocês a respeitarem as normas bolivianas”, afirmou Morales aos executivos das companhias, após a assinatura, no Palácio Quemado. “Quando há respeito de ambas as partes, ambos ganham, os resultados serão benéficos para a Nação e também para as empresas, creio que isso expressa nossos contratos correspondentes”, detalhou.
Morales pediu ainda transparência dos contratos assinados e ressaltou que a principal diferença dos primeiros acordos de risco compartilhado, assinados pelos governos neoliberais, é que tiveram um caráter reservado, o qual causou danos irreparáveis à Bolívia. Morales repetiu que a filosofia implementada por sua administração de que a “Bolívia necessita sócios, mas não patrões”, começou a dar seus frutos e estimou um futuro promissor para a atividade petrolífera no território boliviano, “onde ganhará o Estado, mas os investidores privados também, no marco do respeito mútuo”. “São contratos constitucionais ratificados pelo Congresso Nacional, são contratos transparentes, contratos de conhecimento de quem queira conhecer os contratos. É uma responsabilidade do Governo, nós não temos nada que ocultar, não temos nada que fazer em reserva e isso é um avanço importante para Bolívia como também para as empresas”, afirmou.
“Lamentavelmente o Estado boliviano não tem recursos econômicos para investimentos em temas de exploração, produção e industrialização, e por isso estamos obrigados a buscar sócios”, argumentou. Por outro lado, Morales destacou as conquistas de sua economia: durante 2006 registrou um superávit depois de 26 anos; o desemprego caiu de 11 para 9%; e as reservas internacionais chegaram a US$ 4,499 bi em março, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Alívio
Depois de uma série de conversas com autoridades bolivianas para evitar que as refinarias da Petrobras fossem expropriadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ontem alívio com a decisão do governo Evo Morales de não patrocinar nenhuma medida drástica no feriado do Dia do Trabalho.