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Exames realizados nos EUA associam microcefalia à Zika

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Exames realizados nos Estados Unidos confirmaram a associação entre o Zika vírus e a microcefalia em quatro casos ocorridos no Rio Grande do Norte. Os testes feitos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC – sigla em inglês para Centers for Disease Control and Prevention), em Atlanta, no estado da Georgia, utilizaram amostras de fetos relativos a dois abortamentos e dois recém-nascidos falecidos com poucas horas de vida no RN. A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), ontem, mesmo dia em que o Ministério da Saúde divulgou um novo balanço sobre a microcefalia no Brasil.
Equipe do Ministério da Saúde virá a Natal nesta semana para acompanhar projeto Vigiadengue
De acordo com o coordenador da Subcoordenadoria de Ações de Saúde, João Bosco Filho, há uma parceria entre o laboratório americano e o Ministério da Saúde. Amostras também foram enviadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Ananindeua, no Pará. O resultado deve sair em breve e servir de contraprova. “É mais uma evidência de que há a relação entre o Zika vírus e a microcefalia. Com esses estudos, temos mais dados. Além de servir de incentivo para a continuidade do combate ao mosquito Aedes aegypti”, ressalta João Bosco.

A investigação submeteu os fetos a exames que detectassem doenças como toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e até mesmo o vírus HIV, todas possíveis causas para a microcefalia. No entanto, os resultados foram negativos em todos os casos. Por outro lado, as análises foram positivas no teste laboratorial de PCR para vírus Zika. Além disso, as amostras de tecido de ambos os recém-nascidos foram positivas no teste de imuno-histoquímica (método de análise via microscópio), realizada pelo CDC. E os estudos clínico-epidemiológicos feitos anteriormente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informam que todas as quatro gestantes apresentaram febre e exantemas (manchas vermelhas) durante e gestação.

O informe epidemiológico divulgado ontem  indica que o número de casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika no RN, desde o início das investigações (em 22 de outubro de 2015) até 9 de janeiro deste ano, chegou a 181. Já são 12 óbitos suspeitos no estado e ocorrências foram registradas em 48 municípios.

No Brasil, são 3.530 casos, em 724 municípios. Também estão em investigação 46 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika, todos na região Nordeste.  Pernambuco, o primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

Programa de combate à dengue em Natal é modelo
O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, destacou  o Vigiadengue de Natal, como estratégia eficaz no combate ao Aedes aegypti a ser seguido no Brasil. O trabalho desenvolvimento pelo Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Natal no combate e monitoramento ao Aedes foi escolhido como projeto-piloto pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS). “Não podemos deixar o mosquito nascer. Se nasce, é um perigo ambulante. Agora, é guerra declarada ao mosquito, inimigo número um do Brasil”, disse o ministro.

Esta semana, uma equipe do Ministério da Saúde estará em Natal para acompanhar a força-tarefa que está sendo realizada no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte de Natal.

O Vigiadengue é um sistema de monitoramento ativo com base na vigilância epidemiológica e vigilância entomológica das arboviroses (doenças virais transmitidas por meio de vetores) de importância para a saúde pública. A nova abordagem tem a finalidade de realizar o monitoramento contínuo a fim de identificar as áreas de maior risco para a ocorrência de surtos e epidemias, além de criar categorias de risco, a partir da utilização de indicadores epidemiológicos e entomológicos que já são utilizados na rotina e outros a serem desenvolvidos, além de e estabelecer categorias de intervenção ou estágio de resposta para cada nível de risco.

Com a nova metodologia é possível classificar semanalmente a cidade em áreas com distintos níveis de risco, orientar a intervenção de acordo com o nível de risco de cada área, considerando as intervenções mais adequadas para cada nível de  risco.

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