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F1 e a lenda mexicana

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Alex Medeiros

Evidente que o título não é direcionado ao piloto Sergio Perez, vencedor do GP do Arzerbaijão no domingo passado. Mas a vitória dele tem uma importância histórica de grandes dimensões para o seu país, graças aos elementos afetivos e até místicos incorporados na inusitada corrida. Perez vence pela segunda vez, igualando a marca de um mito e no ano em que o México cultua os 50 anos da sua morte. Em 1971, Pedro Rodriguez de la Vega partiu para sempre.
O maior piloto mexicano de todos os tempos foi um dos mais temidos em sua época, considerado um cara ousado nas pistas e aquele mais veloz quando a chuva banhava os autódromos. Não foi um campeão de F1 como alguns gênios contemporâneos, mas azucrinou todos nas 55 corridas que disputou, vencendo os GPs da África do Sul (1967) e Bélgica (1970). Por dirigir velozmente nas curvas e na chuva, os amigos o apelidaram de Olhos de Gato.

Estreou em corridas internacionais aos 17 anos a bordo de uma Ferrari 500TR, nas Bahamas, em 1957. E debutou na F1 em 1963 no circuito Watkins Glen, nos EUA, um ano depois do irmão Ricardo morrer aos 20 anos numa Lotus.

Em 1968 Pedro Rodriguez se tornou o único piloto mexicano a vencer uma prova das 24 Horas de Le Mans, dirigindo um Ford GT40 ao lado do belga Lucien Bianchi. O segundo colocado concluiu com cinco voltas atrás dele.

Naquele ano foi contratado pela escuderia inglesa BRM, que ele consagraria com atuações espetaculares debaixo de chuva e arrancando suspiros do público nas curvas feitas em alta velocidade, coisa que amava desde garoto.

Transformou o carro num bólido endiabrado, levando-o ao segundo lugar na Bélgica, terceiro na Holanda e Canadá, quarto no México e sexto na Alemanha, uma temporada espantosa para um piloto ao volante de um carro inferior.

Seu ídolo era o argentino Juan Manuel Fangio, o mesmo que seria adorado vinte anos depois por um jovem brasileiro que como ele dirigia debaixo d’água e fez misérias nas pistas dirigindo um carro não tão competitivo quanto o resto.

Aliás, quando venceu sua primeira corrida na chuva, em 1985, Ayrton Senna foi festejado pelos mecânicos da escuderia Toleman. “Eles disseram que eu era o novo Pedro Rodriguez”, revelou anos depois o já tricampeão numa entrevista.

Em 1970 ele estava no auge, campeão da temporada e se tornando o maior ídolo do seu povo. A glória festejada nas ruas do México como se fosse uma Copa de futebol. Aos 13 anos, o futuro pai de Sergio Perez era um dos fãs.

A imprensa europeia enfeitava as manchetes para reportar seus feitos às vezes ensandecidos. Enciclopédia das pistas, recital da chuva, tempos de show de homens e motores. Só o belga Jacky Ickx se aproximava dele no molhado.

Em 11 de julho de 1971, ele foi disputar uma corrida especial em Norisring, na Alemanha, ideal para testar o novo BRM T163. No meio da prova, aceitou pilotar uma Ferrari 512 S, que logo furou o pneu, bateu na parede e incendiou.

No impacto, o carro voltou pro meio da pista em chamas e foi atingido em cheio pelo Porsche 917 do alemão Kurt Hild. E Pedro Rodriguez morreu queimado, com fraturas no crânio e pernas, após tentativas de reanimação em Nurenberg.

Em 2015, quando o GP do México retornou ao calendário da F1, Sergio Perez era só felicidade vendo as obras do circuito Irmãos Rodriguez avançarem. Numa solenidade, foi aplaudido dirigindo um carro que foi de Pedro Rodriguez.

No domingo passado, numa corrida que resgatou as emoções de antigamente, ele dirigiu com valentia e ousadia, como se a lenda do México descesse sobre ele para lhe dar a segunda vitória comemorando 50 anos de um adeus que ninguém esquece.

Pedro Rodriguez, a lenda mexicana da Fórmula 1
Cinismo
O jornalismo da Globo vomitando intriga porque a PGR pede arquivamento do autoritário inquérito sobre “atos antidemocráticos”, mas nada diz sobre o fato vergonhoso do STF em não permitir que a PF investigue venda de sentenças.

Farsa
O site da BBC de Londres destaca desde sábado o caso do vazamento dos e-mails do cientista americano Anthony Fauci, onde ele desdiz sobre importância do uso de máscaras e da inocência chinesa na fabricação do vírus da Covid.

Manchete
Na capa de ontem a pergunta “Por que as pessoas estão falando sobre os e-mails do Dr. Anthony Fauci?”. E no miolo, a revelação de mais de 3 mil e-mails obtidos pelo Washington Post e CNN, do período janeiro a junho de 2020.

Ladrão
A emenda de Gleisi Hoffmann saiu pior que o soneto. Ao ameaçar processar o cantor Amado Batista, por chamar Lula de ladrão, ela atiçou o Twitter e em poucas horas (até à noite do domingo) a tag #Lulaladrao teve 200 mil menções.

Barriga
A jornalista Andréia Sadi teve gêmeos em abril, mas quem ficou com barriga foi o marido André Rizek, ao publicar em tom de furo que Caboclo avisou Bolsonaro o convite a Renato Gaúcho para substituir Tite. Era só fake news.

Assédio
Em menos de dez horas, a “bomba” de Rizek virou traque com a suspensão do próprio Caboclo pela comissão de ética da CBF. Aliás, como a entidade vai tratar o mesmo deslize em relação a Neymar com uma funcionária da Nike?

Decepção
A GloboNews escolheu o comentarista mais discreto, Waldo Cruz, para a missão de fazer um contorcionismo de narrativa diante do apoio do elenco da seleção à Copa América. O motivo da pandemia foi trocado pelo Caboclo. tsc.

Seleções na TV

Se ligue: Espanha x Lituânia, França x Bulgária, Polônia x Islândia, Hungria x Irlanda, República Checa x Albânia, Nigéria x Camarões, Equador x Peru, Venezuela x Uruguai, Colômbia x Argentina, Chile x Bolívia, Paraguai x Brasil.

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