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FAB tenta ouvir militar preso com drogas

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Mais de dois meses após o início das investigações, autoridades
brasileiras ainda não conseguiram ouvir o sargento Manoel Silva
Rodrigues, preso em maio com 39 kg de cocaína, ao desembarcar em Sevilla
de um avião reserva que fazia parte de comitiva do presidente Jair
Bolsonaro. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Aeronáutica e
Polícia Federal aguardam o aval da Justiça espanhola para ouvir o
militar.

Sargento da comitiva de Bolsonaro

Sargento foi preso com 39kg em aeronave da FAB durante viagem de comitiva de Jair Bolsonaro

Rodrigues, que é comissário de bordo, fazia parte de uma equipe de 21
militares que prestava apoio à comitiva que acompanhou o presidente Jair
Bolsonaro na reunião do G-20, no Japão. O avião da Força Aérea
Brasileira (FAB) em que estava o militar parou na Espanha, onde haveria
uma escala na viagem.

A equipe não fazia parte do mesmo voo que transportou o presidente e a
droga foi encontrada na bagagem pessoal do militar. Mesmo assim, o
episódio envolvendo um voo oficial da Presidência causou desgaste
internacional a Bolsonaro.

O pedido para que os oficiais que investigam o caso no Brasil possam
interrogar o sargento foi enviado à Espanha pela FAB logo após a prisão,
com a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM).

Sem conseguir ouvir Rodrigues, porém, a conclusão do inquérito precisou
ser adiada por mais 20 dias, no início do mês. A expectativa é de que um
novo pedido de prorrogação seja feito no dia 23 de agosto, quando o
prazo se esgota.

Enquanto isso, a equipe da FAB que apura o caso está ouvindo outras
pessoas que já viajaram com o sargento. Está sendo avaliado até mesmo se
ele transferiu patrimônio a parentes e amigos. Desde 2015, Rodrigues
fez pelo menos 29 viagens oficiais e em uma delas estava no grupo de
militares que seguiram Bolsonaro de Brasília a São Paulo, em fevereiro
deste ano.

Procurada, a PF também informou que aguarda sinalização das autoridades
da Espanha para marcar o interrogatório. O objetivo da investigação da
PF é apurar eventuais ligações do militar com narcotraficantes e as
circunstâncias que propiciaram a obtenção da droga. Já a defesa afirma
que existe uma “armação” contra Rodrigues.


Segurança

A prisão do sargento com droga na bagagem fez a Aeronáutica rever as
normas de embarque de aviões militares nas bases aéreas mais
estruturadas e da comitiva presidencial. Desde julho, estão em vigor os
novos procedimentos, que preveem vistorias mais rigorosas.

Antes, as revistas das bagagens eram aleatórias, assim como a dos
passageiros, que nem sempre eram submetidos aos pórticos de raio X.
Agora, somente passageiros previamente identificados e tripulantes
entram na área onde ficam os aviões que irão decolar. Essas medidas não
foram adotadas no caso do avião que levou o sargento para a Espanha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Estadão Conteúdo
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