sexta-feira, 29 de março, 2024
26.1 C
Natal
sexta-feira, 29 de março, 2024

Falando sobre o Mundo de Gaia, de Carol Vasconcelos

- Publicidade -

Chumbo Pinheiro
Crítico literário

“Os humanos teriam que entender que a Terra não pertence a eles. São eles que pertencem a Terra.” Esse trecho  é um pequeno fragmento em que se revela uma filosofia, uma maneira de ver a vida e acreditar nela. É um pensamento encontrado em um livro recentemente lançado. Nascido na verdade, com a marca das ideias contemporâneas de se posicionar em defesa da vida. Vida no seu significado e sentido mais amplo e abrangente.
Carol Vasconcelos traz para os leitores uma história sintonizada com os anseios dos sonhadores
Uma ficção. Uma história que se passa segundo a narradora na Terra. Talvez pudesse ser ambientada no Brasil, no continente Europeu, na África ou em qualquer outro espaço geográfico. Porém, as próprias circunstâncias geradas pelo dinamismo socioeconômico, cultural e político levaram os acontecimentos para o país que hoje detém um dos maiores arsenais capaz de destruir o planeta.

Diante de tão grande e eminente possibilidade, quantos de nós procuramos vislumbrar uma solução, uma saída que garante a beleza da vida expressa nos sorrisos inocentes das crianças, no voo suave de um passarinho, na beleza sincrônica do nado dos peixes em seus cardumes nas águas ou na arte milenar de fazer e manter sob controle o fogo que aquece sem queimar?

Um encontro de mundos que há muito se perdeu e segue divididos: um entre o progresso racional e egoísta, o outro imaginário harmônico, equilibrado mais também preparado para reagir aos constantes ataques do primeiro.

Assim a narrativa mistura em sua ficção todos os seres vivos dando-lhes palavras e atitudes para chamar a atenção para os graves problemas causados à natureza e seu habitat. E faz de uma forma jovial, embalada e inspirada em grandes sucessos da literatura mundial recente que evidencia a capacidade de dar vida aos elementos que constituem toda a força criadora e destruidora da terra.

O livro está dividido em duas partes que se ligam de forma mágica: A jornada e a Guerra. É interessante como a autora, ciente dos fatos do mundo real implanta em meio à correria do mundo globalizado ciência e magia. Assim como muitas de nossas crianças mesmo abandonadas tem a sorte de ser recolhida a alguma instituição que as mantém, até um dia conseguirem que uma família a adote. O que nem sempre acontece. E pouco a pouco seguem de instituição em instituição de acordo com a idade ou acabam sem lar e sem rumo; Assim também como os países mais ricos do planeta em nome do progresso industrial e tecnológico destroem o meio ambiente.

Aurora personagem principal encontrou um rumo. Seus sonhos eram maiores que todas as adversidades. Sua imaginação ia além dos limites das coisas possíveis. Em busca de si mesma, vê-se nas páginas dos grandes livros e encontra as respostas para suas dúvidas, aprende a ver as diferentes formas de vida. Diz a narradora: “Foi ai que, ao virar a página, todas as respostas que Aurora procurava apareceram como um passe de mágica, assim que a menina pôs os olhos numa foto de um ser muito bonito.”.  A vida está nos quatros elementos da natureza e todos abrigam seres vivos. Esta descoberta acontece em um momento especial para Aurora. Diferente das outras que crianças com as quais convivia no mesmo orfanato, contava apenas com o amigo que sempre lhe dava atenção. Mais ele havia sido escolhido para adoção e ela ficaria praticamente sozinha naquele lugar. Esta descoberta ocorrida com ajuda da bibliotecária enviada do mundo mágico mudaria a história de Aurora, da humanidade e todos os habitantes dos dois mundos. Aí ela inicia sua jornada. Emoção e aventura, conhecimento e beleza, unidade e diversidade. No reino das águas uma revelação. É o elemento que está seja na forma de chuva, seja no rio ou no oceano: água.  A narradora da voz a Aqua Maynne, a rainha das águas: “- E mesmo em formas diferentes, em cores diferentes, raças e crenças diferentes, humanos, seres mágicos, plantas e animais, são iguais em sua essência.”.

A jornada de Aurora segue pelo reino do gelo, depois de ter passado pelos guardiões da terra e das águas. Depois chega ao reino do fogo. Termina sua jornada quando chega ao mais especial lugar do mundo mágico, chamado Tuvalun.

É em Tuvalun que a pequena Aurora, já tendo vivido e adquirido tanto conhecimento sobre a natureza receberá dos seres vivos não humanos com os quais ela tem o poder de dialogar: fadas, sereias, gnomos, duendes, pássaros, ursos, e outros seres imaginários, a missão de encontrar uma solução que salve a terra da destruição que vem sendo realizado pelos humanos. Água, Fogo, Terra e Ar já cansados dos ataques humanos já sabem o que devem fazer: declarar a guerra, estabelecer o caos: para que se possa reconstruir a terra. Aurora é humana é filha da terra, A Filha de Gaia, a única que reúne os quatro elementos da natureza e pode tomar a decisão. Ainda haverá esperança? Ainda haverá amor? Todo começo tem seu fim e todo fim é um novo começo. Encontros com os homens mais poderosos da terra, reunião com estudantes e cientistas. Um reencontro especial com um velho amigo do orfanato.  Qual será a decisão de Aurora?

Carol Vasconcelos traz para os leitores potiguares uma história sintonizada com os anseios dos sonhadores, de uma geração que cresceu lendo e assistindo Harry Potter, O senhor dos Anéis, As crônicas de Nárnia. Convida o leitor a fazer uma visita ao Mundo Mágico. E certamente quem o fizer, sentirá a emoção de uma bela e emocionante viagem.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas