Os motoristas que trafegam pelas principais avenidas de Natal estão com a visibilidade de placas e semáforos prejudicada pela altura das folhas das árvores em alguns pontos da cidade. A equipe de reportagem da Tribuna do Norte circulou por algumas vias e pôde constatar as dificuldades dos condutores. As fontes ouvidas pela reportagem têm um discurso praticamente idêntico: a falta da poda atrapalha a visão e pode ocasionar colisões entre veículos. Aliado a isso, os motoristas relatam receios de acidentes envolvendo pedestres.
Cruzamento da Apodi com a Afonso Pena
De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), atualmente há um processo em andamento para a licitação de contratação definitiva da poda das árvores da cidade, ou seja, não haverá contratação emergencial. Desde 2017 o contrato da Semsur com a empresa que realiza as podas está suspenso.
Ainda de acordo com a pasta, a licitação estava prevista para ser lançada no último dia 7. Entretanto, o processo precisou retornar para readequações. A expectativa é de que nas próximas semanas o novo aviso de licitação seja lançado. Em relação aos semáforos, a Semsur informou que, no mês de julho, cedeu dois profissionais à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), para realizar a poda das árvores que estavam impedindo a visualização dos equipamentos nas principais vias da cidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana , já foram executados a poda de árvores em toda a Av. Bernardo Vieira e Av. Afonso Pena. Também foi executado na Av. Sen. Salgado Filho, em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Até o fechamento desta reportagem, a STTU não sabia informar se novos trechos foram atendidos pela pasta. Os dois arboristas foram cedidos pela Secretaria de Serviços Urbanos, enquanto a Secretaria de Trânsito colabora com alguns insumos e o caminhão de transporte do material podado, além de disponibilizar agentes de mobilidade para apoiar a operação.
Avenida Rodrigues Alves com a Ceará-Mirim
Durante o período chuvoso, em especial, a combinação entre chuvas e ventos – que se intensificam no mês de agosto, aumentam os riscos de queda e quebra de galhos, especialmente para as árvores mais antigas e de grande porte. Todo e qualquer corte ou poda de árvores em vias públicas em Natal deve ser autorizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). Uma vez autorizada, a Semsur realiza a poda. Há anos, um projeto de mapeamento e criação de um inventário das árvores da cidade, em especial as mais antigas, é discutido na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo.
Atualmente, a Secretaria de Meio Ambiente afirma possuir todo o projeto técnico para que esse inventário finalmnte seja feito, o que facilitaria muito a organização do cronograma de podas para as árvores da cidade. Faltam, no entanto, profissionais que possam de fato tocar o projeto.
Cruzamento da Apodi com a Afonso Pena
Na avenida Apodi com a Afonso Pena, por exemplo, quem está vindo da Hermes da Fonseca só consegue observar a cor do sinal quando chega praticamente próximo à faixa de pedestre. A altura das árvores, dos dois lados da rua, aliada a enorme quantidade de folhas, cria uma sombra até agradável no local, no entanto, a falta da poda dificulta consideravelmente a vida dos condutores.
De acordo com o cearense radicado em Natal Ivan Claudino, de 60 anos, que trabalha próximo ao local, a falta de podas atrapalha em demasia a sinalização, colocando em risco não só os motoristas, como também os pedestres que ali transitam.
“Eu acho que essa falta de poda das árvores, de certo modo, coloca em risco a gente, porque quando você vê o sinal e está fechado, você já está praticamente em cima da faixa. E a segurança das pessoas também, principalmente, não digo nem as colisões.”, disse.
Avenida Rodrigues Alves com a Ceará-Mirim
No cruzamento da Avenida Rodrigues Alves com a Ceará-Mirim, a ausência do serviço de podas também atrapalha consideravelmente os motoristas, em virtude de uma árvore presente na esquina, que deixa os condutores à mercê dos que estão na frente para saber se o sinal está aberto ou não.
O natalense Alberto Araújo, de 62 anos, estava parado no sinal da rua em questão na sua moto e disse que a sinalização está bem complicada não só no trecho, como também em outros pontos da cidade de Natal.
“Isso não é só aqui. Em vários pontos da cidade existe essa obstrução da sinalização por causa das árvores que não são cortadas. Acontece aqui, acontece na Prudente de Morais. Em vários pontos das vias, estamos tendo problemas com a visualização da sinalização em função das árvores que não estão sendo podadas. ”
Romualdo Galvão com a Nascimento de Castro
Em situação semelhante a da avenida Apodi, o cruzamento da Romualdo Galvão com a Nascimento de Castro (no sinal em frente ao Colégio CEI), também registra grande quantidade de folhas. Para se ter uma ideia, a visibilidade já é diminuta a partir do quarto ou quinto carro atrás do semáforo.
Romualdo Galvão com a Nascimento de Castro
Francisco Ferreira de Morais, 65 anos, analista judiciário aposentado, foi abordado pela reportagem na Romualdo Galvão. Ele era o quarto carro na fileira após a faixa de pedestre e era possível notar a dificuldade em observar as cores do sinal.
“Está atrapalhando sim. Está horrível. Na verdade a sinalização aqui em Natal está péssima. Você tem muita dificuldade em ver as placas de sinalização, são as multas de graça, entendeu? A questão aqui da faixa de pedestre aqui em Natal é triste, você não tem.”
