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Falta de transporte dificulta ensino

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Garantir que a educação básica chegue a todas as escolas do Estado em qualidade e com profissionais para ministrar as disciplinas ainda é um desafio no Rio Grande do Norte. Para especialistas, entre os principais fatores que contribuem para dificultar o processo está o fato de não existir, no Estado, um programa institucionalizado de transporte para levar os professores as escolas mais distantes, especialmente na zona Rural. Muitas vezes, as autoridades têm que improvisar o transporte com motoristas da Secretaria.

Ex-secretária de educação do Estado e doutora em educação, a professora Claudia Santa Rosa acredita que a situação vem melhorando no Estado. “O bom desempenho do RN em relação aos outros estados brasileiros é um indicador disso”, afirma. Para ela, no entanto, os efeitos da reorganização que vem sendo feita nos últimos anos na rede estadual só deverá começar a ser sentida nos próximos anos, como parte de um processo gradual.
Em muitas situações é preciso improvisar o transporte de professores com motoristas da própria Secretaria

Em muitas situações é preciso improvisar o transporte de professores com motoristas da própria Secretaria

#saibamais#“Há uma tendência a buscamos o imediatismo, mas na educação, não funciona dessa forma. As mudanças que implementamos nos últimos três anos só devem começar a ser sentidas nos indicadores futuros”, explica. Para ela, a formação de professores, em especial a formação continuada, é fundamental para melhorar os resultados em sala de aula.

No último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Rio Grande do Norte se destacou negativamente, com o terceiro pior índice brasileiro: 2,9. “Nenhum estado conseguiu bater a meta estabelecida. Temos que buscar crescer esse índice, mesmo que a passos lentos, para não estagnarmos. Será um desafio”, afirma o secretário Getúlio Marques.

Tanto a ex-secretária como o atual gestor da SEEC destacaram a importância de fazer uma reorganização das escolas do Estado. “O que acontece é que temos uma quantidade de recursos que deveria ser suficiente para suprir a necessidade de todos os nossos alunos, mas nós temos uma rede que dificulta que esse recurso seja distribuído da forma ideal”, diz Santa Rosa.

Para ela, no entanto, seria necessário ir além de reorganizar o sistema: é preciso tornar a profissão mais atrativa e oferecer os benefícios para que as pessoas queiram ir às escolas mais distantes, que são as que mais são afetadas pela falta de professores e nas quais os poucos professores precisam se dividir para lecionar as disciplinas. “Talvez um sistema de gratificação, talvez um abono no tempo de serviço após tantos anos trabalhando em uma dessas localidades. Quando não for possível, no entanto, é possível considerar também a ideia de deslocar esses alunos para um lugar mais próximo e que ofereça essa estrutura, mas isso não é ideal. O que não pode acontecer é privar o aluno de ter acesso aqueles conhecimentos proporcionados nas disciplinas”, completa.

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