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Falta de turistas encurta período do charter Natal-Madri

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Ricardo Araújo – Repórter de Economia

Em princípio seriam 40 voos distribuídos em dez meses e 388 turistas desembarcando em Natal semanalmente. Os governos estadual e municipal estimavam um aporte na economia potiguar  de R$ 30 milhões durante o período. Porém, diante da retração econômica europeia e  consequente desvalorização do euro, o número de visitantes caiu pela metade e os voos diretos para Natal se tornaram inviáveis.

A empresa Iberojet, com sede na Espanha, responsável pelo fretamento de voos que trariam turistas de Madri para Natal, encurtou em cinco meses o período de operação do translado entre a cidade espanhola e a capital potiguar. “Antes mesmo da assinatura do contrato, a Iberojet estimou que a procura de turistas espanhóis por Natal e Pipa seria abaixo do esperado”, confirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hóteis (ABIH RN), Enrico Fermi.

Uma parceria foi firmada entre a ABIH RN, prefeituras de Natal e Tibau do Sul, governo estadual e donos de empreendimentos hoteleiros para a divulgação do projeto. Juntos, eles arrecadaram 150 mil euros (R$ 400 mil pela cotação na época) que seriam utilizados durante os eventos destinados à promoção das cidades de Natal e Pipa como destinos turísticos.

Diante da negativa da Iberojet em assinar o contrato de parceria com a ABIH RN, o montante ficou congelado e está à disposição da Associação para ser devolvido aos parceiros locais, mas o presidente tem outro objetivo. “O valor do projeto está disponível em contas específicas. Enviamos um pedido ao Ministério Público para mudança do objetivo do convênio. Desta forma, podemos utilizar esse valor para outros projetos de promoção do turismo local em diversos países europeus”, analisa Fermi.

Um outro fator que contribuiu para a diminuição dos turistas espanhóis em Natal, foi a triangularização do voo. A viagem que deveria ser direta entre Madri e Natal, passou a ter uma conexão em Salvador. Na realidade, o voo Madri-Salvador já existia como comercial e não fretado, ou seja, uma viagem regular da Iberojet. Os turistas com destino a Natal eram colocados em voos de outras empresas como a Webjet, por exemplo. Além deste inconveniente, muitos optavam por permanecer em Salvador, contribuindo para a diminuição do número de turistas em Natal.

Fermi comenta que a ABIH estuda um projeto de parceria com a empresa aérea TAP. A empresa opera voos comerciais na Europa e Brasil, inclusive com voos regulares para Natal. O objetivo da Associação é concluir o estudo até meados de setembro para iniciar o fretamento de voos entre Natal e cidades portuguesas ainda em 2010. A análise do Ministério Público é aguardada para que haja uma migração do dinheiro que seria utilizado no projeto da Iberojet para este novo plano de ação com a TAP.

Setur aguarda aquecimento interno

Apesar da redução do número de turistas espanhóis, a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur) aguarda com otimismo a alta estação. “Acredito que essa crise é passageira. Estamos no olho da crise, mas por outro lado nosso turismo interno cresceu. O brasileiro viaja e gasta mais hoje em dia”, enfatiza o secretário  estadual de Turismo, Múcio Sá.

 O secretário pontua que a crise internacional refletida na Europa nos últimos meses, contribuiu para a diminuição de turistas, não só espanhóis, visitando as praias do estado. Além disso, a ascensão econômica brasileira fez com que os papéis se invertessem: mais brasileiros viajaram entre 2009 e 2010 para a Europa e Estados Unidos.

 Em relação ao valor do investimento no voo fretado da Iberojet, Sá analisa: “O que nos prejudicou foi o fato deles pousarem em Salvador antes de Natal. O que deveria ter sido feito era um contrato para um voo direto, com todos os documentos preenchidos corretamente”. O que causou o problema nos voos fretados da Iberojet foi um erro no preenchimento dos documentos solicitados pelas agências de aviação. Com isso, o voo não tinha autorização para pousar em Natal, apenas em Salvador.

   Com a interiorização do turismo através dos eventos de aventura e religiosos, especula-se que a atividade permaneça em alta no estado. Sá espera atrair mais turistas nacionais com o Santuário de Santa Rita em Santa Cruz e Festa de Santana em Caicó, além do turismo de aventura praticados nas serras espalhadas pelo RN.

  “Nós perdemos com a queda do número de turistas europeus. Perdemos, mas não tivemos prejuízos. Nosso objetivo agora é ampliar as ofertas para a expansão do turismo interno”, afirma.

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