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Falta de verba atrasa plano da CBTU

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Luiz Henrique Gomes
Repórter

A modernização do sistema de trens urbanos da Região Metropolitana de Natal é executado lentamente. Concebido em 2012, o projeto é vinculado à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e depende de verbas do Governo Federal para ser efetivado. Entretanto, a política de contingenciamento dos gastos públicos dos últimos anos prejudicou o projeto: em seis anos, somente R$ 146,5 milhões de um investimento orçado em R$ 575 milhões foram liberados – 25% do total. Para este ano, estão previsto R$ 7 milhões.

Além do conforto do VLT, o preço é outro atrativo para a população: tarifa para Ceará-Mirim e Parnamirim custa apenas R$ 0,50

Além do conforto do VLT, o preço é outro atrativo para a população:
tarifa para Ceará-Mirim e Parnamirim custa apenas R$ 0,50

#SAIBAMAIS#O projeto foi concebido para a Copa do Mundo de 2014. A CBTU chegou a considerar este ano o “da modernização”, segundo registra o site oficial. Entretanto, a retenção de gastos atrasou o cronograma e, em 2018, ele pouco saiu do papel. “Nos últimos anos, não recebemos os valores previstos e isso atrasou todo o nosso cronograma”, avaliou Patrícia Gurgel, gerente de planejamento e engenharia da CBTU. “Nós trabalhamos com equipamentos caros. Infelizmente, sofremos os efeitos da crise econômica, assim como os outras obras federais”.

A modernização faz parte da segunda dase do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC II). O contingenciamento de verbas começou em 2015, três anos depois da elaboração do projeto. Neste período, os recursos recebidos pela CBTU foram utilizados para o pagamento dos Veículos Leves sobre Trilhos (cinco estão em operação), elaboração do projeto executivo e compra dos materiais para novos trilhos. Sem execução das obras, estes permaneceram estocados por anos. O valor total do projeto também teve alterações: passou de R$ 311,65 milhões para R$ 470 milhões e, posteriormente, R$ 575 milhões.

De acordo com Patrícia Gurgel, o projeto executivo foi concluído somente em 2017, quando a modernização dos trilhos teve início e, atualmente, 8,6 km da malha ferroviária de 56 km, está nova. Os trechos contemplados são: Estação Central, na Ribeira; entre o viaduto da BR-101 e estação Parnamirim; e entre as estações Nordelândia e Soledade I, na zona Norte de Natal.

O restante da malha ferroviária aguarda as verbas do Governo Federal para ser reconstruído. A previsão para este ano é a modernização de 14 km da linha Ceará-Mirim, nos trechos próximos às estações Santarém e Soledade I. Serão construídas duas estações (desativando as existentes) e dois desvios para possibilitar o trânsito de mais de um trem, além de novos trilhos. “Isso é o que a gente prevê, mas é preciso que a verba chegue para começarmos as obras”, ressaltou Patrícia Gurgel.

Por enquanto, não há previsão de expansão da rede atual. O projeto em execução contempla somente a modernização da linha férrea, com novos trilhos e VLTs, e a reconstrução das 22 estações atuais, além da construção de outras três.

A CBTU comprou 12 VLTs no fim de 2013 para operar nas linhas Sul e Norte, mas, pouco mais de quatro anos depois, somente cinco operam. O restante sequer chegou à NataL A empresa contratada para o fornecimento dos VLTs entrou com pedido de recuperação judicial em julho de 2015. Esse é um recurso para as empresas endividadas negociarem com os credores. Seria a última chance de vida da empresa antes da falência.

Questionada sobre o processo, a superintendência local da CBTU informou que está sob responsabilidade da administração central, no Rio de Janeiro.

Números
R$ 575
milhões é o valor atual orçado para o projeto de modernização da linha férrea da Grande Natal;

R$ 146,5
milhões foi o valor recebido e utilizado pela CBTU

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