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Falta estrutura no litoral potiguar

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Mariana Ceci
Repórter

Há 46 anos, o cenário da orla da Redinha faz parte do dia-a-dia de Ivanize Januário Barbosa. Aos 72 anos de idade, ela é, há quase cinco décadas, proprietária do Bar da Sandra e Ivanize, onde, assim como os outros comerciantes do Mercado, prepara a especialidade da casa, que é procurada pela maior parte daqueles que chegam na Redinha: ginga com tapioca. “Foram meus pais que começaram com essa negócio da ginga com tapioca. Aí popularizou pra todo mundo, e tem quase 50 anos que trabalho com isso aqui”, conta Ivanize.

A praia da Redinha conta hoje com menos estrutura do que outras praias em Natal, como Ponta Negra. Há calçadas quebradas e faltam chuveiros


A praia da Redinha conta hoje com menos estrutura do que outras praias
em Natal, como Ponta Negra. Há calçadas quebradas e faltam chuveiros

#SAIBAMAIS#No auge dos preparativos para receber os veranistas na alta temporada, é possível observar, em diversos pontos das praias urbanas de Natal, obras de reforma dos calçadões, extensão do enrocamento e construção de banheiros. Algumas praias, no entanto, estão bem mais preparadas para receber natalenses e turistas do que outras: enquanto em Ponta Negra, um dos cartões postais da cidade,boa parte da extensão da praia possui um nível maior de conservação, na Redinha, os comerciantes instalados no Mercado e fora dele sofrem com a falta de estrutura básica para atender aos clientes, como banheiros, chuveiros e calçadas, e já começam a sentir, na  gradativa redução do número de frequentadores da praia ao longo dos últimos anos, os resultados do abandono.

“Posso conversar com vocês à vontade, porque não tem cliente para atender”, afirma Ivanize. De fato, além dos garçons e proprietários dos quiosques, o mercado se encontrava praticamente deserto na manhã desta terça-feira (11). “Você pode pensar que é porque é dia de semana, mas a verdade é que aqui não estamos tendo praticamente distinção entre os dias da semana, fins de semana e feriados. Antigamente, quando chegava um feriado a gente se preparava, comprava mais mercadoria pra atender aos clientes. Hoje, é raro ter um tipo de movimento como aquele”, completa.

O cenário da praia da Redinha, na zona Norte da cidade, é diferente do encontrado em Ponta Negra. Um exemplo prático disso  – e uma reclamação em comum dos comerciantes que atuam na Redinha – são os banheiros. Ao todo, de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), as orlas de Natal contam com 12 banheiros públicos. Desses, seis estão localizados em Ponta Negra, e seis estão na Praia do Meio. Atualmente, todo este equipamento está sendo reformado pela secretaria, e será administrado pela iniciativa privada, através da empresa Montecom Segurança e  Serviços Eireli. Em Ponta Negra, as reformas já foram em grande parte concluídas – e já é possível ver as caixas de cobrança no valor de R$ 2,00 para utilização dos banheiros.

A reforma de toda a parte elétrica, de acordo com a Semsur, custou R$ 234.152,62, e a Praia do Meio é a próxima que deve receber as obras nos banheiros, para que eles tenham em seguida a administração cedida à iniciativa privada. Na Redinha, no entanto, ao contrário das outras praias urbanas de Natal, a estrutura montada para servir de banheiro segue em construção há um ano, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas (Semov).

De acordo com o secretário, Tomaz Neto, a obra dos banheiros da Redinha vem se arrastando por ter sido feita com recursos próprios o que, em tempos de crise, dificulta o processo. A obra, no valor de R$ 539 mil, é um pedido antigo de muitos dos moradores e comerciantes locais, que têm que lidar no dia-a-dia com a sujeira que acaba ficando na praia graças à falta de banheiros.

“Há quase 20 anos luto para que se instale um banheiro nessa praia. É uma vergonha, porque a Redinha podia ser um cartão postal da cidade, mas não há o mínimo”, afirma Júlio Merege, de 44 anos, que mora em frente à praia. Júlio conta que foram muitos os ofícios enviados à Prefeitura ao longo dos anos para tentar garantir a instalação dos banheiros na praia. “Só temos o do mercado, que é imundo, porque todo mundo que vem aqui usa. Antigamente instalavam uns banheiros químicos, mas isso também parou de acontecer. Agora, temos essa obra aí, que parece que não termina nunca”, afirma.

Novo mercado
A Prefeitura, no entanto, afirma ter planos para a praia. De acordo com o secretário Tomaz Neto, um projeto para o novo mercado da Redinha está sendo elaborado por arquitetos da Semov. “A ideia é que possamos aproveitar todo o potencial que a Redinha tem a oferecer. Ela pode e deve ser um cartão postal tanto quanto Ponta Negra”, afirma Tomaz Neto. O projeto já possui mais de R$ 20 milhões garantidos para sua execução. Até agora, o valor total de custo do novo mercado ainda não está estipulado, pois o projeto não está concluído, mas o secretário afirma que as estimativas estão em torno dos R$ 70 mi. “O restante dos recursos pretendemos conseguir através do Ministério do Turismo”, conta.

Atualmente, a Semov já está responsável pelas obras de recuperação dos calçadões da orla, enrocamento da Praia do Meio, prolongamento do enrocamento e engorda da praia de Ponta Negra. São projetos grandes, e a maior parte de seus impactos, salvo o dos calçadões, não deve ser sentido ainda neste veraneio pelos frequentadores das praias potiguares. “A mesma empresa que está fazendo as obras do enrocamento também está responsável pelo calçadão, porque conseguimos licitar no valor de R$ 12 milhões, e tínhamos R$ 14 milhões assegurados. Isso nos deu uma margem que nos permitiu garantir ambos serviços”, explica Tomaz Neto.

Na Praia do Meio, as obras já estão em andamento, e o trecho do calçadão que ainda não está pronto deve ser concluído depois das pedras do enrocamento serem colocadas. Na Redinha, no entanto, grande parte da praia permanece sem calçada, banheiros  e, em grande parte dos dias, também sem banhistas.

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