Falta qualidade mesmo

O que falta ao time do ABC é qualidade técnica mesmo, aliada a uma impressionante previsibilidade tática que resulta na insatisfação e desconfiança do torcedor. O time de Ranielle Ribeiro com 12 pontos já está na final do primeiro turno e para confirmar a vantagem de decidir o título dentro do Frasqueirão podendo jogar pelo empate precisa no mínimo de um empate contra o Força e Luz no confronto deste domingo. Agora, se o leitor transportar a qualidade do time do ABC para a própria Copa do Brasil onde vai enfrentar o modesto Galvez no Acre no próximo dia 13, e principalmente para o Brasileiro, a coisa complica. Com o time que Giscard Salton montou com o aval de Ranielle Ribeiro? Tá maluco! Complica e complica muito em nível de Brasileiro.

Existe uma regra básica no futebol. Se você está na Série D e quer brigar firme pelo acesso tem que montar um elenco em nível de Série C e assim sucessivamente. O ABC tem que fazer contratações diferenciadas em nível de Série B, e não em nível de D como as que foram feitas até aqui. É simples assim! O dinheiro para contratar, isso não é problema do analista, mas sim de quem administra o clube e principalmente de quem contrata. A mesma regra vale para o Globo que está na C e para o América que está na D. Ou tem quem conheça o mercado e saiba contratar ou os clubes vão apenas jogar dinheiro pelo ralo.

José Magno do Nascimento, é natural de São Paulo do Potengi, mas estava na Comissão de Arbitragem da Federação Paraense de Futebol, onde integrava o quadro da CBF. Militar da Marinha, foi transferido para o Rio Grande do Norte, e após passar pelos testes de avaliação, foi integrado ao quadro da CEAF/FNF, que ganhou mais um árbitro CBF. José Magno estreia neste domingo na partida entre ABC x Força e Luz no estádio Frasqueirão.

2019 começou com a marca da tragédia. Primeiro a de Brumadinho, que destruiu vidas e famílias e agora o incêndio no Ninho do Urubu do Flamengo, que vitimou uma dezena de jovens que sonhavam em jogar futebol. A tragédia de Brumadinho comprovadamente motivada pelo descaso de uma empresa multimilionária, no caso do Ninho do Urubu, é preciso esperar o laudo, o trabalho da perícia para apurar as causas que provocaram o incêndio.

Sei lá, mas o Brasil ainda é o país das tragédias previsíveis. Foi assim na Boate Kiss em Santa Maria, foi assim em Mariana, foi assim em Brumadinho e segundo a Defesa Civil do Rio de Janeiro, o local onde ocorreu o incêndio e vitimou jovens atletas do Flamengo não tinha documentos. Segundo o Secretário da Defesa Civil, “não é exclusividade desse local, mas as pessoas as vezes aprovam uma planta, aí quando vai ver resolve fazer um puxadinho. A gente lamenta que as pessoas não possam fazer um planejamento adequado”.

O local onde ocorreu o incêndio abrigava garotos de 14 a 17 anos, que estavam dormindo na hora do incêndio, o que sem nenhuma dúvida contribuiu para a tragédia. Garotos de todo o país que alimentavam o sonho do futebol e que agora vão precisar de toda a atenção. Os que sobreviveram carecem de um atendimento psicológico profundo e penso que constante. O que viveram, o que testemunharam são marcas eternas.

Qual a realidade dos alojamentos de ABC e América, os dois maiores clubes de futebol do Rio Grande do Norte? Alojamentos das bases reúnem as condições mínimas de segurança para os atletas de base e mesmo os profissionais? E os outros clubes? Quais as condições das chamadas “casas dos atletas” ? É preciso que tudo seja visto com muita atenção. No Brasil não é sempre assim? Depois das tragédias é que as providências são tomadas?