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Faltam reagentes usados pelo Lacen RN nos testes para Covid-19

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Ícaro Carvalho 
Luiz Henrique Gomes
Repórteres
O processamento dos testes que  identificam a presença da infecção por coronavírus ficará mais lento no Rio Grande do Norte a partir desta terça-feira, 14. Com falta de reagentes, insumos que aceleram a extração do DNA da amostra coletada em pacientes suspeitos, técnicos do Laboratório Central do Rio Grande do Norte (Lacen/RN) terão que executar o serviço manualmente, o que demanda mais tempo e menos análises diárias. Com os reagentes, os testes eram depositados num robô e os resultados eram processados com maior rapidez. A expectativa é de que os reagentes cheguem na sexta-feira, 17.
Sem reagentes, produção diária do Laboratório Central cai para menos da metade quando os insumos são usados no equipamento que processa as amostras dos pacientes
#SAIBAMAIS#Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde Pública  (Sesap/RN) ligou o alerta para a falta do material que retira a secreção ou mucosa dos pacientes suspeitos de Covid-19, para a realização do teste molecular. O estoque atual deve durar até duas semanas.
Um mês após o primeiro caso confirmado de coronavírus no Estado, segundo Magaly Bezerra, diretora do Lacen-RN, cerca de 2.186 testes para a doença foram feitos. Um quantitativo de 4 mil testes foi adquirido e estão para chegar neste mês.  De acordo com a coordenadora de biologia molecular do Lacen, Themis Rocha, com o robô funcionando, a linha de produção do laboratório é de 96 amostras por dia. 
“Faltando isso, teremos que “ir na mão” e nossa linha de produção cai. Tudo depende de ter ou não o reagente. Sábado, por exemplo, fizemos três placas de 96, quase 300 exames. Sem os reagentes, nossa linha cai para 60 por dia, no máximo”, declara Themis Rocha. 
A situação, porém, não é nova, revela Themis. Segundo ela, na semana passada, os reagentes acabaram no domingo e uma nova remessa só chegou no final da tarde da última quinta, 9. Para dar vazão à demanda reprimida, um mutirão foi feito no final de semana, chegando a fazer o processo em 800 amostras. Os testes passam por fases que vão desde a extração de DNA, análise, digitação e liberação de resultados. O diagnóstico final para Covid-19 sai em até 10 horas.
“Passamos a semana sem (reagentes) e ficamos dando prioridade às urgências, que eram em torno de 50 a 60 por dia. Era o que conseguíamos fazer manualmente. As urgências são as pessoas internadas, óbitos e profissionais de saúde. A população ficou sem a resposta durante a semana. Esse material está sendo disputado pelo mundo todo. Eles deram uma previsão de até sexta, mas o que a gente não sabe. Vai ser só o reagente? Não sabemos. Temos de usar uns acessórios específicos do robô. Quinta, quando chegaram os reagentes, não chegaram os acessórios. Pegamos emprestado da Paraíba”, ressalta Themis Rocha.
No Instituto de Medicina Tropical (IMT), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), parceira do Lacen e que também está testando pacientes no Estado, o estoque de reagentes disponíveis deve durar de 10 a 15 dias, segundo projeção do chefe do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, André Luchessi. 
“Os reagentes acabam e a dificuldade é conseguir trazê-los para Natal. Conseguimos uma remessa, mas a empresa ligou suspendendo a venda. Com o robô, consigo fazer 96 amostras em três horas. Sem ele, são 16 em duas horas”, explica. Desde que começou a testar pacientes no Estado, o IMT analisou amostras de pelo menos 1.500 pessoas, segundo André Luchessi.
Insumos em falta
O estoque de material para coleta dos testes de coronavírus na Sesap/RN está perto do fim e deve durar pelas próximas duas semanas. De acordo com o secretário de Saúde do RN, Cipriano Maia, o material em falta é o swab, um cotonete específico para a retirada de secreção ou mucosa dos pacientes suspeitos de Covid-19 para a realização do teste molecular, feito em parte da população. A ideia é comprar o material da China, já que na Itália, principal exportador do material, diminuiu as remessas para o Brasil.
Natal registra 5º óbito por Covid-19
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal informou no início da noite desta segunda-feira, 13, a confirmação de mais uma morte provocada pela Covid-19.  O paciente, do sexo masculino, teinha 71 anos. Ele apresentava quadro de cardiopatia e hipertensão. Apresentou os primeiros sintomas para a doença no dia 4 de abril. No dia 8 de abril foi internado num hospital público da capital e morreu no dia seguinte. Natal é a segunda cidade do Rio Grande do Norte com o maior número de mortes por coronavírus, ficando atrás de Mossoró, com seis. 
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