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Família cobra explicações por nova morte no Itaquerão

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São Paulo (AE) – A morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, ocorrida no último sábado, provocou irritação nos seus familiares. O primo da vítima, Everson, não poupou críticas aos responsáveis pela obra do Itaquerão, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. Para ele, Fabio não poderia estar trabalhando em uma altura elevada – ele sofreu uma queda de oito metros. Além disso, Everson acusou os responsáveis de tentarem encobrir detalhes do acidente.
O estádio Itaquerão, sede da abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho, voltou a ser notícia com a morte de mais um operário
“Antes da perícia chegar, os funcionários jogaram areia e pedaços de plástico para esconder o sangue. Não teve como fazer a perícia certa e os responsáveis da obra não deixaram ninguém dar entrevista”, lamentou, revelando também um bônus oferecido aos funcionários para que eles terminassem a obra antes do previsto.

O operário sofreu o acidente por volta das 10h30 de sábado quando tentava fixar o equipamento de segurança num cabo de aço. Ele atirou o gancho, que não prendeu, e acabou se desequilibrando com o movimento do corpo. Como não estava preso, sofreu grave queda. A Fast Engenharia, que contratou a WDS para realizar o trabalho, diz que a altura era de 8 metros. “A empresa reitera que seu funcionário era treinado, conhecia a atividade e tinha à disposição todos os equipamentos necessários”, defendeu-se a WDS, sem entrar em detalhes sobre as causas do acidente.

#SAIBAMAIS#Antes de trabalhar nas obras da Arena Corinthians, Fabio foi ambulante e também tinha experiência em um lava-rápido. Com o atual salário de R$ 1.200, ajudava a sua família, além de sua namorada. “Ele estava feliz, pensando em comprar uma moto ou um carro. Com esse dinheiro ele sustentava a mãe dele e também a namorada, que teve um filho recentemente e ele pretendia assumir a criança”, disse.

Com a morte de Fábio, Everson não sabe como vai ficar a situação da família, mas cobra algum tipo de auxílio.

MORTES

Arena do Corinthians é a que mais registrou acidentes
– Fábio Hamilton da Cruz é a oitava vítima fatal relacionada com obras de arenas da Copa do Mundo.
–  No Itaquerão morreram: em 27 de novembro, Fábio Luiz Pereira, 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 44, atingidos por um guindaste que içava a estrutura da cobertura.

A primeira morte ocorreu no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em junho de 2012. José Afonso de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, caiu de uma laje.

Na Arena Amazônia, foram quatro mortes:
1 – Antônio José Pita Martins, 55 anos, foi atingido por peças de um guindaste;
2 – Marceleudo de Melo Ferreira, 22, sofreu um queda de 35 metros;
3 – Raimundo Nonato Lima Costa, 49, caiu de uma altura de cinco metros;
4 – José Antônio da Silva Nascimento sofreu um infarto quando trabalhava.

Nos outros estádios construídos ou reformados para o Mundial brasileiro não foram registrados acidentes com maior gravidade.

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