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Família Thies participou do homicídio de Andréia

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INVESTIGAÇÃO - Delegado mostra manchas de sangue na almofada

O delegado Raimundo Rolim, que investiga o assassinato da dona-de-casa Andréia Rosângela, afirmou em documento enviado à Justiça na terça-feira, dia 6, que o companheiro da vítima, Andrei Thies, seu irmão Rodrigo e seus pais Hamilton e Mariana, “planejaram e executaram o homicídio e a ocultação do cadáver”. É a primeira vez que o delegado afirma categoricamente tal envolvimento. Hoje, ele deve embarcar para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no mesmo vôo em que segue o caixão com o corpo de Andréia. No RS, ele pretende ouvir parentes de Andrei. 

A juíza substituta da 1ª Vara Criminal de Parnamirim, Daniela Cosmo, que acatou o pedido de prisão preventiva da família Thies, explicou na decisão que os fatos apresentados pela polícia não permitem individualizar a conduta de cada um, mas “demonstra que todos concorreram para o homicídio diretamente, todos tentaram atrapalhar as investigações levando a polícia a despistes, e todos ocultaram o cadáver da Andréia, não importando nesse momento processual, se apenas um deles, quem quer que seja, tenha desferido o golpe de facão”. 

Consta ainda na decisão que “todos os depoimentos desde o início das investigações, os fatos apurados, como o depoimento de Mariana que chegou a agredir Andréia porque esta não quis dar o dinheiro da filha mais velha à filha de Andrei, o fato de Andréia ter sido obrigada a assinar contrato de locação quando não tinha renda, a dependência econômica dos três representados frente a Andrei, ou ainda, o fato de a família de Andrei procurar advogado para impedir que Andréia levasse para o RS a filha do casal, demonstram que as investigações apontam para uma comunhão de desígnios dos quatro representados (Andrei, Rodrigo, Hamilton e Mariana) para tirar Andréia do caminho, e a ocultação na casa onde toda a família morava constituem um indício forte dessa premeditação”.

As preventivas, segundo a decisão, foram concedidas para garantir a ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. Diz a decisão que se dependesse de Andrei, Rodrigo, Hamilton e Mariana, “até hoje estariam sustentando a versão de que Andréia teria saído para comprar cigarros e nunca mais retornara”.

Raimundo Rolim, ontem, fez várias diligências sobre o caso. Ele apreendeu cinco almofadas na casa dos pais de Andrei, em Ponta Negra, nas quais existem vestígios de sangue. Na mesma casa foram apreendidos documentos que, segundo o delegado, “são importantes para o caso”. O delegado concentra esforços em provar que Mariana e Rodrigo também têm envolvimento no crime. Andrei e Hamilton, segundo o delegado, são réus confessos, mas a participação deles também está sendo robustecida nos autos do inquérito policial.

Sobre a viagem ao RS, o delegado explicou que vai interrogar parentes do sargento Andrei. Ele acredita que a irmã do militar – que mora em Porto Alegre, mas passou férias em Natal no mês que antecedeu o crime – tinha conhecimento do assassinato. O delegado quer trazer para Natal a filha de 12 anos da vítima, que prestou depoimentos para o desfecho do caso. Ele quer confirmar com ela detalhes sobre os depoimentos. 

Avião da Base levará corpo da dona-de-casa assassinada

O corpo de Andréia segue às 6h de hoje para o Rio Grande do Sul. O avião cedido pela Aeronáutica parte da Base Aérea de Natal às 6h e deve chegar à Base Aérea de Canoas (RS), região metropolitana de Porto Alegre, às 15h, horário local. De lá, o caixão segue de carro até o município de Três Cachoeiras – em uma viagem de 270km – onde será sepultado.

No estado gaúcho, há muita ansiedade por parte dos parentes de Andréia, que depois da aflição de tê-la como desaparecida, tiveram a amarga experiência de descobrir que ela havia sido vítima de um crime terrível. “Não vejo a hora de acabar logo com isso. Minha irmã merece descansar. Estamos todos muito ansiosos”, disse por telefone Priscila Rodrigues, em contato telefônico na tarde de ontem.

Assim que o corpo da dona-de-casa de 37 anos foi encontrado, Priscila veio a Natal e se manteve próxima a todas as investigações, aguardando a liberação do corpo da irmã. Hoje ela deve sair de Três Cachoeiras e aguardar o avião da FAB em Canoas. Como o esquife ainda deve seguir de carro durante cerca de três horas, o corpo só deve chegar ao local do enterro no início da noite.

“Eu queria que fosse antes, mas como o cemitério fecha às 18h, só vamos poder fazer o enterro no outro dia de manhã”, explicou Priscila. O sepultamento já está marcado para acontecer às 10h desta sexta-feira. “Queria que fosse mais cedo, mas algumas pessoas não são tão compreensivas, e pediram que aguardássemos mais um pouco, porque ainda estarão chegando a Três Cachoeiras”, disse Priscila.

O velório de Andréia será realizado na capela do cemitério municipal de Três Cachoeiras. A maior parte da família mora no mesmo município, com exceção de Priscila, que reside em Tramandaí, e da mãe delas que vem da cidade de Osório, a uma hora do local do sepultamento. “A minha irmã sofreu tanto. E o corpo dela passou por tantos lugares, que pra gente é um conforto dar um enterro digno pra ela”, declarou a irmã.

Irmã da vítima fala sobre adaptação de Andriely

Priscila Rodrigues falou também sobre a pequena Andriely, filha do sargento Andrei e Andréia, mantida agora sob sua guarda. Segundo ela, a garotinha está se adaptando à nova casa e à nova família. Priscila tem mais três filhos – dois garotos de doze anos e dez meses e uma menina de dez anos – primos de Andriely que tornaram-se irmãos.

“Ela brinca muito com os novos maninhos. Meus filhos farão de tudo para que ela seja uma menina muito feliz”, disse a tia Priscila. Segundo ela, a menina chegou ao RS comendo pouco e com aftas, problemas que já foram resolvidos. “Agora ela está comendo muito bem, e sorri o dia todo”. Andriely já foi levada a um médico e tomou vacinas que não lhe foram dadas em Natal.

Quanto à declaração do advogado dos Thies, Álvaro Filgueira, de que algum integrante da família pode vir a entrar na briga pela guarda da menina, Priscila disse que não se amedronta, e que toda a família Rodrigues está disposta para a disputa. “Não fui pegar esta guria em Natal à toa. Eles não têm condições de criá-la e não acredito que algum juiz iria jogar essa menina na família Thies novamente”.

Priscila ratificou a informação de que a filha mais velha de Andréia, Andressa, de 12 anos, virá mesmo a Natal, acompanhada do pai. Segundo a tia, a garota está disposta a viajar e ajudar a polícia em tudo o que for necessário. “Antes disso ela já tinha dito que voltaria a Natal se fosse preciso”, disse. O pai de Andressa casou-se novamente e tem uma nova família, mas está ajudando a filha e não pôs obstáculos na vinda deles para o RN.

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