Ramon Ribeiro
Repórter
A estilista Jéssica Cerejeira, da marca Cerejeira, resolveu apostar na
confecção de roupas exclusivas. Ela usa tecidos leves para abrandar o
clima quente da cidade, sem abrir mão do conceito
“Resolvi oferecer e divulgar essa opção (peças para o carnaval) depois de ter recebido algumas encomendas de fantasias e perceber que existe esse público mais exigente e criterioso, que quer ter uma fantasia super elaborada, criativa e acima de tudo exclusiva”, diz Jéssica. A estilista conta que grande parte das pessoas que a procuram já chega com alguma ideia em mente. “Elas trazem imagens inspiracionais, mas sempre questiono se posso brincar um pouco com a referência inicial. E claro, dependendo da abertura que eu tiver, vamos trocando ideias e construindo juntos. É bem divertido quando o cliente me permite fazer interferências, nas modelagens, nos tecidos, nas cores, nos aviamentos e até nos adereços que acompanham a produção”, explica.
Caso a foliã esteja sem inspiração, Jéssica bate um papo rápido para ir pescando gostos, interesses pessoais, referências musicais, dentre outros aspectos. “São coisas que no primeiro momento podem parecer bem aleatórias, mas que servem de repertório para encontrarmos uma ideia bacana, que tenha potencial para uma boa fantasia”. E para uma boa fantasia, ela diz ser fundamental o brilho.
Chitas e apliques no vestido carnavalesco com inspiração retrô
Jéssica conta que “tem sido lindo ver e viver esse novo momento de valorização do que temos aqui”. Mas, tendo em vista o clima quente da cidade, a confecção de suas peças são pensadas levando esse aspecto em consideração para que fiquem confortáveis no corpo, afinal os foliões vão passar o dia na rua. “Opto por tecidos mais leves e naturais, de preferência com maior percentual de algodão, pois ajudam na absorção do suor. Se conseguir incluir na produção algum tecido com proteção UV, melhor ainda. As malhas frias são ótimas aliadas, pois oferecem conforto e mobilidade. Comprimentos mais curtos para mangas, saias, calças, shorts e vestidos, são essenciais”, explica.
Sobre às cabeças
Quando o assunto é adereços para o carnaval, alguém que entende do babado é o artista visual, figurinista e cenógrafo Carlos Sérgio Borges, que tem feito a cabeça de foliãs potiguares há 30 anos. Sua produção é de máscaras, tiaras, cocares e diademas, tudo feito com muitas plumas, pedrarias, flores e tecidos brocados. As referências vão do glamour do carnaval antigo até figuras da cultura popular.
Carlos Sérgio Borges entre galantes no seu ateliê da Cidade Alta
O artista começou a produzir para o carnaval em 1989 por na época já ser conhecido pelos trabalhos como aderecista e cenógrafo de espetáculos de balé. Borges depois aperfeiçoou suas peças de carnaval quando participou como carnavalesco da escola Imperatriz Alecrinense. Pela escola, ganhou três campeonatos.
Com a retomada do carnaval na cidade, ele percebe que cada vez mais as pessoas tem demandado por fantasias criativas, peças autorais, enfeites para brincar nos bloquinhos com estilo e conforto. “A gente vê as pessoas de glitter. Isso é algo mais de hoje. Antes era areia brilhante, as penas só tinha de peru, a gente tinha que colar, criar textura, estampar, praticamente criar tudo. Hoje já se encontra tudo pronto”, compara. Como já é possível encontrar tudo pronto, se torna fundamental a visão do artista, ressalta Borges. “Levou para às peças minha experiência nos espetáculos. Penso tudo para ser visto de longe e de perto, os efeitos, a harmonia entre as cores. Brilho é tudo, mas se você encher muito não vê o desenho da peça”.
Serviço
Jéssica Cerejeira
As encomendas podem ser feitas pelo fone: 98848-7195 ou pelo e-mail [email protected].
Mais informações estão no site: www.cerejeiralab.wixsite.com
Carlos Sérgio Borges
As peças do artista podem ser encontradas em seu atelier, na rua Santo Antônio, 704, na Cidade Alta. Para encomendas o fone é 99983-8659.