O esporte potiguar amanheceu de luta ontem. O paratleta Joseano Felipe morreu em decorrência de um ataque cardíaco, ele tinha 42 anos e deixa um filho, Felipe Michel, que era o seu treinador. Campeão mundial e recordista sulamericano de halterofilismo, o ex-policial militar estava na fase final de preparação para a disputa dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, que acontecem em agosto. O sepultamento está marcado para ocorrer hoje, às 11h, no Cemitério Parque da Passagem.
“Joseano era muito querido e popular no circuito do IPC de halterofilismo. Estava também bem próximo de conseguir vaga nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Sua falta será sentida por todos do Movimento Paralímpico, em especial aqueles da comunidade do halterofilismo”, disse Phil Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Joseano como policial militar, em 2000, foi baleado na coluna vertebral durante ação para evitar a fuga de Valdetário Carneiro – lendário assaltante de bancos conhecido como o novo “Lampião do Nordeste” -, em uma rebelião no presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade próxima a Natal. Assim, Joseano se tornou cadeirante e entrou em depressão. Somente quando começou a fazer hidroginástica e depois conheceu o halterofilismo a convite de Zeca Vilar, que reencontrou motivação. Em 2005, vice-campeão brasileiro, se convenceu: “Este é o meu esporte”.
Atual recordista sulamericano, com a marca de 206 kg atingida em evento-teste realizado na última quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, Joseano era nome praticamente certo nos Jogos Paralímpicos e um dos favoritos na modalidade para ficar com a medalha de ouro. Nas redes sociais, amigos, familiares e admiradores do atleta potiguar postaram mensagem de solidariedade aos entes de Joseano.
Polícia
Em comunicado oficial divulgado, a PM lamentou a morte de Joseano. Ele serviu à corporação no antiga Companhia de Polícia de Choque (atual BP Choque). “A Polícia Militar perde, nesta quinta-feira (28), um policial exemplar, que, enquanto no exercício da atividade policial, defendeu e preservou a ordem pública, mesmo com o risco da própria vida.
Atletas
Os companheiros de seleção de Joseano Felipe, também lamentaram bastante a more do representante potiguar. “Meu grande amigo até agora não encontro palavras para descrever essa dor que todos nos estamos sentindo com a sua perda. O halterofilismo está todo de luto mas o céu esta em festa com a sua chegada. Treinamos ontem brincamos, conversamos e hoje ao amanhecer fico sabendo que você já não está entre nós. Só peço a Deus que te receba de braços abertos e te bote em um bom lugar. Um guerreiro nunca morre ele vira lenda. Descanse em paz Joseano Felipe”, escreveu João Euzébio na página do halterofilista no Facebook.
A nadadora ?Cecília Kethlen Araújo?, que está em São Caetano do Sul-SP e luta pelo sonho de estar na Rio-2016, fez questão de expressar toda gratidão por aquele que foi o grande incentivador de sua carreira. “Ser amigo não é está presente em todos os momentos, mas fazer-se presente quando necessário. Há 3 anos escrevi isso pra você. Sei que aonde estiver quando necessário estará sempre ao meu lado. Hoje um grande amigo se foi. Acho que uma das primeiras pessoas que me impulsionaram em busca do meu sonho, quando apenas tinha 9 anos. Que fez o que podia pra me incentivar. Hoje e sempre haverá dentro de mim gratidão por ti. Descanse em paz grande amigo Joseano Felipe!!!”.
