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‘Faxina’ melhora aprovação de Dilma

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São Paulo (AE) – Pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem indica uma virada geográfica nas taxas de popularidade do governo Dilma Rousseff: pela primeira vez, o Sul é a região que mais aprova a gestão da presidenta, considerada ótima ou boa por 57%. Em todo o Brasil, o índice ficou em 51%, contra 48% da pesquisa realizada há dois meses. Entre julho e setembro, período marcado pela “faxina” em que Dilma demitiu diversos acusados de corrupção, o Sul passou da última para a primeira posição no ranking de satisfação com a administração – a taxa de ótimo/bom subiu 12 pontos porcentuais

A aprovação também aumentou no Sudeste, de 47% para 54%, mas oscilou para baixo no Nordeste (de 52% para 50%) e caiu no Norte/Centro-Oeste (de 46% para 43%). O governo tem agora seus piores índices nas regiões onde a presidenta venceu a eleição de 2010 com maior folga.

A aprovação ao desempenho pessoal de Dilma também subiu no País como um todo (de 67% para 71%) e, principalmente, no Sul (de 61% para 75%).

Não houve variação significativa, entre as duas últimas pesquisas encomendadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos resultados estratificados por renda e educação dos entrevistados. A presidenta continua mais bem avaliada pelos mais pobres e menos escolarizados.

Associação

Para o gerente de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, os resultados do Ibope estão diretamente relacionados à chamada “faxina”, que marcou o noticiário nos últimos meses. “Dilma conseguiu capitanear para o governo as ações contra a corrupção”, afirmou, citando as demissões de ministros e funcionários públicos envolvidos em denúncias de irregularidades e desvios de recursos na Esplanada dos Ministérios.

ESCÂNDALOS

O levantamento mostrou que o assunto “corrupção” é o que está mais em voga, na opinião dos entrevistados. Quando indagados sobre quais as notícias de que mais se lembravam nas últimas semanas, 19% citaram as denúncias de irregularidades em ministérios e 13% mencionaram, espontaneamente, a “faxina” – termo do qual a presidenta diz não gostar, por dar a ideia de uma ação pontual e não duradoura, mas consagrado no imaginário popular.

Fonseca lembrou que, na rodada anterior da pesquisa, os entrevistados citaram as denúncias de corrupção, mas não as associaram à tomada de providências por parte do governo. A parcela da população que considera o noticiário recente mais favorável ao governo subiu de 23% para 27% entre julho e setembro.

Comparação

Para 55% dos entrevistados pelo Ibope, a gestão Dilma é igual à de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para 15%, o atual governo é melhor, e, para 26%, pior. Os mais saudosos em relação ao ex-presidente são os nordestinos – na região, 30% consideram que a gestão dele era melhor.

Dilma, porém, se sai melhor na comparação com Lula quando são levados em conta os índices de ótimo/bom dos dois governos após nove meses de gestão: 51% de setembro de 2011 contra 43% em setembro de 2003. No mesmo período, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) obteve taxa ainda menor: 40%.

A pesquisa Ibope foi feita entre os dias 16 e 20 de setembro. Foram ouvidos 2.002 pessoas com idade superior a 16 anos, em 141 municípios de todo o País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Saúde e impostos lideram índices de desaprovação

Brasília (AE) – Um dia depois de a presidenta Dilma Rousseff ter dito que a própria população brasileira se encarregará de defender a criação de um tributo para financiar a saúde quando sentir que isso é necessário, a pesquisa CNI/Ibope mostrou um cenário inteiramente adverso para essa tese. Os piores índices de avaliação constatados pelo levantamento, divulgado ontem, foram exatamente as áreas de impostos e de saúde

De acordo com a pesquisa, o setor de saúde é o que apresenta o maior porcentual de desaprovação pelos brasileiros: 67%. Apenas 30% dos entrevistados aprovam as políticas do governo federal para o setor. Já a área de impostos é reprovada por 66% da população e apenas 27% avalizam as ações de governo nessa área.

A avaliação do gerente de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, é de que esses números mostram que a população acompanha “com preocupação” o debate alimentado pelo governo de que é preciso “aumentar impostos para resolver o problema da saúde”.

CPMF

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de segunda-feira, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, admitiu que o governo defenderá a criação de um tributo nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a área de saúde. Na entrevista, Ideli ressalvou apenas que a escalada da crise financeira internacional impõe o adiamento desse debate para o próximo ano.

A pesquisa CNI/Ibope mostrou uma oscilação negativa de 69% para 67%, em comparação com a rodada anterior (realizada em julho), na desaprovação ao governo federal em suas ações na área da saúde. Essa variação, no entanto, ficou dentro da margem de erro do levantamento.

‘Problema sério’

Na quinta-feira, em entrevista à TV Record, ao falar sobre a hipótese de criação de um tributo para financiar a saúde, Dilma ressaltou que não estava pedindo um aumento de impostos para ser adotado agora. “Nós vamos melhorar a gestão da saúde neste país. E quando ficar claro para a população que ela precisa de mais coisa, ela mesma vai se encarregar de pedir”, argumentou a presidenta.

Dilma admitiu a existência de “um problema sério de gestão” no setor da saúde. “A gente tem recursos e o uso desses recursos tem de ser melhorado”, reconheceu. Ela afirmou que é preciso melhorar a qualidade dos hospitais e aumentar a quantidade de médicos.

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