Penso que a frase é do ex-presidente da FNF, João Machado : “Natal continua sendo uma fazenda iluminada” e lembrei dela ao acompanhar ainda em Marabá a polêmica criada pelo fato do ABC ter realizado um treino fechado na segunda-feira antes do jogo contra o Paysandu pela Copa do Brasil. Pouco discutiram sobre o jogo, a formação do ABC, as possibilidades de avançar ou não, qual a melhor formação tática para enfrentar o Papão, se Fabinho Alves deveria mesmo começar no banco ou começar jogando. Nada! O tema predominante nas resenhas e nos portais foi o treino fechado e a declaração de Josué Teixeira que por ele o treino seria aberto e que a determinação de fechar veio da diretoria.
Se foi do treinador ou da diretoria pouco importa, o que não tem mais sentido é polemizar em cima de uma realidade do futebol que é o treino fechado. Boa parte dos grandes clubes do país já tem dentro da programação semanal o treino restrito ao torcedor e com janelas específicas para o trabalho da imprensa. Acontece em SP, RJ, MG, RS, CE, PE, BA e é encarado como absolutamente normal, não é mais notícia e tampouco alvo de polêmica. Evidente que o treino fechado por si só não ganha jogo, mas ele serve para trabalhar variações táticas, jogadas de bola parada, posicionamento e para dar ao treinador e jogadores a privacidade necessária no ambiente de trabalho deles. Se a determinação foi de Josué Teixeira, ele finalmente reconheceu que no futebol profissional, fechar treino não “é folclore”. Folclórico foi ele dizer que “nos meus treinos dou até camarote para o adversário filmar o meu trabalho”, este tipo de comportamento não cabe mais no futebol profissional. Se foi da diretoria, está correta a decisão, afinal de contas depois de muito tempo o ABC tem um profissional experiente e com passagens em clubes grandes para gerenciar o futebol, que é o Rodrigo Pastana. Mas que lendo e ouvindo o noticiário de segunda-feira, lembrei da frase “Natal continua sendo uma fazenda iluminada” juro que lembrei, principalmente quando vejo algo tão corriqueiro ganhar destaque como o caso em tela.
Roberto Fernandes sabe
Este assunto de treino fechado, nem deveria mais ser discutido em Natal. Desde que assumiu o América pela primeira vez e depois no ABC e agora novamente no América, Roberto Fernandes tem usado sistematicamente este método de trabalho, e por várias vezes conseguiu surpreender os adversários. Normal, natural, usual no futebol brasileiro e não tem nada de folclore ou de algo alheio que se pratica em boa parte dos clubes do Brasil.
Outra coisa
Será que existe mesmo a necessidade de em todos os treinos, da reapresentação ao trabalho final antes de um jogo, do CT ser aberto para torcedores, sejam sócios, conselheiros ou não? O CT é o local de trabalho do time e penso que deve ser cada vez mais restrito aos profissionais do clube a imprensa. Quem sabe abrir uma vez por semana para o torcedor, mas acho um exagero o que acontece com ABC e América, que todo treino o torcedor tem acesso. Hoje estou saudosista, lembrei novamente da frase que abriu esta coluna.
Em Goiânia
O América poderia fazer um jogo com absoluta tranquilidade hoje no Serra Dourada não fosse o vacilo no jogo da Arena quando permitiu que o Atlético marcasse dois gols. Hoje o time de Roberto Fernandes pode perder por até um gol de diferença que avança para a terceira fase da Copa do Brasil. Vai com time completo, com o mesmo que começou o jogo de ida e que fez a estreia na Série C em Marabá, e se jogar como jogou a primeira parte do confronto de Natal tem tudo para voltar classificado. Hoje tem jogar de forma equilibrada, com regulamento debaixo do braço para avançar.
Hermano Morais
Começou ontem a gestão de Hermano Morais, como vice-administrativo do América e com o grande desafio de tirar o time da Série C. O América não poderia ter escolhido melhor o dirigente para este momento que se não é de crise, é de uma gravidade extrema, a começar pela dificuldade financeira do clube. Hermano é conciliador e capaz de unir o clube em torno do principal objetivo que é o acesso. Como segundo passo entendo que o América precisa estruturar de forma profissional o futebol, que no América continua sendo feito por abnegados, o que não tem mais espaço na era do profissionalismo, mas lógico que o primeiro passo é arrumar a casa e trabalhar o acesso.
CEAF está certa Parece que muita gente não entendeu a postura da Comissão Estadual de Arbitragem da FNF, quando a entidade se manifesta contra os erros que acontecem em jogos envolvendo ABC e América em competições nacionais. A CEAF está usando um canal livre com a Comissão Nacional de Arbitragem para mostrar que estão acontecendo erros e que existe a necessidade de qualificação para quem erra. Reclamar contra o do árbitro que trabalhou no primeiro jogo do ABC contra o Payssandu em Belém com anulação do gol de Kayke e a atitude desastrosa do árbitro de Águia x América em Marabá, ganha muito mais força quando parte da CEAF, embora todo mundo saiba que os resultados não serão alterados ou coisa parecida, mas mostra que ABC e América não estão sozinhos, que tem o apoio da FNF através da Comissão de Arbitragem. É por ai.
