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Fazendo humor longe da crueldade do mundo

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O que um ex-gay, uma freira mal humorada, uma cantora fraca das ideias, a apresentadora de um programa sensacionalista e uma estrela da MPB têm em comum? A princípio nada, se não fosse Octávio Mendes. Ator de teatro e televisão, ele aporta em Natal nesta sexta (3) e sábado (4) para apresentar o show de humor “Irmã Selma e o seu terço insano”. Com sessões às 20h no Teatro Alberto Maranhão, o espetáculo traz para o palco tipos que fizeram sucesso em esquetes do finado projeto Terça Insana, que teve Octávio entre seus fundadores.
Octávio Mendes, como a ‘Irmã Selma’: “Invisto em comentários engraçados e inteligentes”
“Não levanto bandeira nenhuma, também não toco no assunto política, por isso não vejo nenhuma hostilidade. Procuro dar um clima de cabaré ao espetáculo”, disse o ator com exclusividade ao VIVER sobre possível polêmica devido a presença de questões que mexem com religião e homossexualidade. “Não estou falando isso para vender meu peixe, estou em cartaz há mais de um ano e ainda não vi nenhuma reação negativa. Pode até ser que chegue alguém desconfiado, na defensiva, mas quando percebem que a coisa é tranquila relaxam”, garante.

Além de aparecer como a Irmã Selma, também encarna o ex-gay Walmir, “um cara que mudou de vez”; a sensacionalista Mônica Goldstein (inspirada na apresentadora Márcia Goldschmidt); a atriz e cantora Maria Botânica; e a ingênua cantora Xanaína.

No ar como o velhinho ranzinza Seu Memê, personagem do humorístico A Praça é Nossa (SBT), Octávio Mendes avisa: “Não tem palavrão, só em uma cena”, confessa. “Outros humoristas me perguntam como consigo fazer as pessoas rirem por 1h30 sem sem falar palavrão”. Para ele o humor está sendo “contaminado pela crueldade do mundo”, e por isso investe em comentários engraçados e inteligentes. “Faço um espetáculo para as pessoas saírem felizes do teatro. Faço humor de bom gosto, não tem apelação. No show tem o momento de interação com a plateia, paródia, música, mas nada ofensivo. Não sou nem burro de fazer uma coisa dessas, imagine sofrer pressão da igreja ou do movimento LGBT? Me contento com a dádiva de provocar o riso”.

Ator, diretor e autor, Mendes contou que tem formação em Psicologia e no seu trabalho como artistas procura considerar o lado existencial das pessoas. “O que está dentro de cada personagem são seres humanos e não gueto”.

Para compor a Irmã Selma, o humorista lembra que procurou freiras de verdade para saber até onde poderia ir. “Perguntei se freira fuma, e disseram que não era de bom tom mas que também não era pecado”.

Ele disse que a personagem Irmã Selma é meio maldosa e adepta do humor negro, que participa dos shows de comédia a força para conseguir dinheiro para construir um orfanato. “E olha que a freira nem parece gostar tanto assim de criança, nem simpatiza muito com o público. Está ali para cumprir horário e receber o cachê”, diverte-se o ator.

O tempo de cada um dos cinco tipos em cena é equilibrada, Xanaína que fica mais tempo por cantar duas músicas e fazer algumas brincadeiras com o público. “Quando Xanaína, uma ex-prostituta que virou cantora, começou na carreira artística disseram que ela precisava por uma letra nas músicas: resolveu compor usando apenas a letra ‘A’. Tem piadas ótimas explorando esse perfil ingênuo dela”, adianta.

Sobre Walmir, o ex-gay, Mendes satiriza esse papo de cura gay. “Ser gay não é uma escolha do tipo: ah, hoje está chovendo e resolvi ser gay. Não existe isso”.

Serviço
Espetáculo de humor “Irmã Selma e o terço insano”, com Octávio Mendes. Sexta-feira (3) e sábado (4), sempre às 20h, no Teatro Alberto Maranhão – Ribeira. Ingressos antecipados já à venda: R$ 80 e R$ 40 (meia). Informações no 3222-3669. Censura: 14 anos.

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