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Fechamento de espaço aéreo causa indignação

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Brasília (AE) – A decisão de quatro países europeus de fechar o espaço aéreo para um voo do presidente da Bolívia, Evo Morales, provocou reações indignadas entre os líderes da América do Sul. Uma cúpula emergencial da União de Nações Sul-americanas (Unasul) em desagravo ao boliviano foi convocada para hoje, em Cochabamba, por insistência do presidente do Equador, Rafael Correa. No Brasil, a presidenta Dilma Rousseff divulgou uma dura nota manifestando “indignação e repúdio ao constrangimento imposto” a Evo Morales.
França, Portugal, Espanha e Itália não permitiram parada técnica para abastecer avião de Evo
Em um tom acima do normalmente usado em questões diplomáticas, a nota do governo brasileiro classificou a atitude dos países europeus de inaceitável e a desculpa de que o ex-analista da CIA Edward Snowden poderia estar a bordo, de “fantasiosa” e “um grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações”.

“O constrangimento ao presidente Morales atinge não só a Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação”, diz o texto assinado pela presidente Dilma Rousseff, completando ainda que encaminhará iniciativas em instâncias multilaterais para que a situação nunca mais se repita.

Em trânsito entre a Ucrânia e a Holanda, o chanceler Antonio Patriota conseguiu falar apenas na manhã de ontem com o seu colega boliviano, David Choquehuanca, a quem ofereceu a solidariedade brasileira contra o que classificou de “atitude arrogante” dos europeus.

Evo Morales saiu de Moscou no início da noite de terça-feira, onde havia participado de um encontro internacional de países produtores de gás. Uma parada técnica de abastecimento estava prevista em Lisboa, mas Portugal, assim como Espanha, França e Itália, proibiram o pouso e o sobrevoo de seu espaço aéreo, a menos que Morales permitisse a revista do avião. A aeronave da Força Aérea Boliviana terminou fazendo um pouso de emergência em Viena, onde passou a noite. Ontem pela manhã, a aeronave fez ainda um pouso nas Ilhas Canárias e seguiu rumo ao nordeste brasileiro, antes de chegar no início da tarde em La Paz.

Já na noite de terça-feira, os presidentes da região começavam a reagir ao que consideraram uma enorme ofensa a Evo e à América do Sul. Em seu Twitter, Cristina Kirchner relatou que recebeu um telefonema e Rafael Correa relatando o caso. “Estão todos loucos Chefes de Estado e seus aviões têm imunidade total, não pode haver esse grau de impunidade”, afirmou a presidente argentina em seu Twitter e em seu Facebook. Cristina relatou, ainda, que conversou com o próprio Evo e também com José Mujica, do Uruguai, que estaria indignado.

Também em seu Twitter, Correa cobrou o comparecimento dos chefes de Estado da região ao encontro da Unasul em Cochabamba. “Se isso não for um bom motivo para uma reunião da Unasul, não sei mais o que é. Se destruiu o direito internacional”, disse. Ainda assim, a reunião deve se manter praticamente em nível ministerial. O Brasil vai enviar o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Eduardo Santos.

ESCALA

O avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, seguiu com destino a La Paz depois de ter feito uma escala técnica na Base Aérea de Fortaleza para abastecimento. Evo Morales, que originalmente não sairia do avião durante a parada, preferiu descer da aeronave e seguiu numa van para a sala vip do aeroporto internacional Pinto Martins, onde permaneceu sem contato com a imprensa por 40 minutos. O avião de Morales teve proibição de sobrevoar o espaço aéreo de quatro países europeus, sendo obrigado na volta para La Paz a fazer paradas técnicas nas Ilhas Canárias e em Fortaleza.

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