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Federal usa tecnologia de última geração no RN

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Andrey Ricardo – Jornal de Fato

Reconstruir a cena de um crime com precisão cirúrgica e reproduzi-lo em imagens de terceira dimensão (3D), descobrir de onde veio um determinado carregamento de droga a partir das substâncias encontradas no entorpecente (diz até a região do País exportador), utilizar robôs no desarmamento de artefatos explosivos ou usar carros especiais que andam na água. Parece até o roteiro de um daqueles seriados norte-americanos, mas são apenas alguns dos trabalhos realizados pela Polícia Federal.

Enquanto a Polícia Científica estadual trabalha de maneira totalmente precária, principalmente no interior do Rio Grande do Norte, a Polícia Federal possui equipamentos de ponta – de fazer inveja aos diretores do famoso seriado CSI, que mostra o uso da tecnologia no esclarecimento de crimes. Hoje, o RN possui equipamentos que são utilizados pelas melhores polícias científicas do mundo, como Estados Unidos e na Inglaterra.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no RN, o delegado Marcelo Mozele, a instituição vem investindo maciçamente na modernização dos equipamentos eletrônicos, minimizando quase que totalmente a possibilidade dos chamados “crimes perfeitos”. “Estamos muito próximos dessa realidade (que é mostrada nos seriados tipo CSI). Temos um trabalho de interação com outros países e tudo que eles têm de mais moderno, também está sendo utilizado aqui no Rio Grande do Norte”, ressalta Marcelo Mozele, enfatizando que hoje a atual estrutura da PF é uma das melhores do mundo.

“Nossa estrutura (de perícia criminal) hoje é excelente, comparado com perícias estaduais (Instituto Técnico-Científico de Polícia e Instituto Médico Legal), a Polícia Federal está muito bem. Temos feito ótimos trabalhos em contabilidade, informática… Temos bons laboratórios, fazemos perícias eletrônicas, de engenharia… Muito desvio de verbas públicas em barragens, em móveis… Tudo isso podemos detectar com nossos peritos, mostrando, por exemplo, que houve um desvio, que houve um superfaturamento em uma obra pública. Tudo isso é possível através da perícia”, disse Mozele.

Segundo o perito José Taleires, coordenador do Setor Técnico-Científico (Setec) da PF do RN, nos últimos três anos houve um grande investimento na área de perícia e hoje a PF pode atuar em áreas como informática, audiovisual, química, análise de documentos, contabilidade, engenharia civil, meio ambiente, etc.. Ele calcula que os equipamentos disponíveis hoje no RN estejam avaliados em R$ 3 milhões. “Temos laboratórios montados com o que há de melhor de equipamentos no mundo, sem medo de errar. Temos o que há de melhor no mundo à nossa disposição”, avalia Taleires.

O coordenador do Setec da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, José Taleires, cita como exemplo de equipamentos de última geração que estão à disposição um VC500, que é usado para analisar documentos. Com esse equipamento, explica o perito, é possível aumentar em até 70 vezes a assinatura de um documento, avaliando praticamente todos os traços da escrita.

A partir disso, é feita a comparação entre a assinatura questionada e a verdadeira, tornando quase nula a possibilidade da falsificação ser aceita. “Tudo isso foi possível graças a uma parceria feita pelo Governo Federal com outros países”.

Robôs serão utilizados durante jogos da Copa

A segurança da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, é hoje um dos assuntos mais discutidos nos encontros entre representantes do Governo Brasileiro e membros da Federação Internacional de Futebol (Fifa). O investimento nessa área tem sido altíssimo desde quando o Brasil foi escolhido para sediar o mais importante evento esportivo do mundo e a Polícia Federal já começou a se aparelhar para garantir o sucesso do evento.

Recentemente, a Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, cuja capital irá sediar jogos da Copa, recebeu robôs que vão auxiliar no desarmamento de artefatos explosivos, em caso de ataques terroristas, por exemplo. De acordo com Marcelo Mozele, superintendente da PF do RN, os robôs já estão à disposição, assim como a equipe que irá trabalhar nessa divisão já passou por um treinamento específico para poder manuseá-lo.

Mozele lembra que os órgãos internacionais têm uma grande preocupação com os ataques terroristas, que nos últimos anos têm aterrorizado as grandes nações, como Estados Unidos e países europeus. Na última copa do mundo, realizada na África do Sul, o assunto também foi amplamente discutido e, de início, bastante questionada o aparato da segurança disponibilizado no país sede.

Carro especial vai aos locais de crime

Enquanto o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) do Rio Grande do Norte não possui nem ao menos a maleta com o kit perícia (por completo), que é usada em locais de crime para o levantamento de vestígios, a Polícia Federal possui um carro totalmente equipado que é utilizado para auxiliar a perícia nos locais de crime. O veículo foi adquirido recentemente e está orçado em cerca de R$ 380 mil – o normal é menos de R$ 100 mil.

Entre as novidades, está a inclusão de um moderno sistema de ar, permitindo que a caminhonete possa trafegar em áreas alagadas com até um metro de profundidade, além de coletar vestígios para serem utilizados em exames de DNA.

Para facilitar perícias à noite, a caminhonete possui conversor/alimentador de energia de 110 volts, que funciona com o motor ligado e ainda três tomadas 12 volts. Assim, será possível ligar até três refletores de iluminação, o que antes só era permitido através do isqueiro do veículo, de forma individual, dificultando a visibilidade.

Outra novidade é um guincho frontal que também está à disposição dos peritos federais, funcionando tanto de forma manual, quanto remoto, além do sistema de ar tipo Snorkel, colocado na lateral do veículo. Com ele, é possível trafegar com até um metro de água.

Dentre outros recursos desse novo modelo, está a plataforma retrátil de acionamento elétrico na traseira. O dispositivo impulsiona o compartimento da parte traseira para fora do veículo, evitando que o perito tenha que realizar tal esforço durante o trabalho. Na adapta-ção da caminhonete tipo L200, a empresa Carbe, a mesma que equipou os veículos anti-bomba para os Jogos Pan-Americanos de 2007, utilizou tecnologia alemã para desenvolver o projeto em conjunto com peritos da Polícia Federal.

A caminhonete possui ainda equipamentos e produtos para a coleta de vestígios biológicos para serem utilizados em exames de DNA, além de uma sonda paramétrica que possibilita a verificação dos níveis de poluição e contaminação da água, medição topográfica, material de fotografia e filmagem para usar nos locais de crime.

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