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Ferro mantém trajetória de alta

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RESERVAS - Mina em Jucurutu paralisa produção de ferro

São Paulo – O Brasil poderá ganhar um bom dinheiro das exportações de produtores minerais ao longo deste ano. Essa pela menos é a expectativa do mercado. O diretor financeiro da Companhia Vale do Rio Doce, Fábio  Barbosa, avalia que o preço do minério de ferro continuará em alta no mercado  internacional. Segundo ele, ainda há fundamentos que indicam que o ciclo, o  mais longo desde 1970, está longe de ser concluído.

“Há pouco tempo, a maioria  dos analistas afirmava que haveria queda nos preços em 2006, porque o valor  tinha subido tanto, que não havia outra direção a tomar senão a de queda. Mas,  não existem razões objetivas para que isso ocorra”, afirmou, lembrando que entre  2002 e 2006 o preço de metais-base aumentou em 210%, ante aumento de 160% do  preço do minério de ferro, o que, segundo ele, evidencia a visão de longo prazo  da companhia nas negociações com seus clientes.

Para Barbosa, existem fatores de desequilíbrio vindos do crescimento da demanda  na China que devem puxar para cima os preços ainda este ano. Na projeção da  Vale, o consumo chinês deverá ser de 50 milhões de toneladas a mais do que havia  sido previsto no final do ano passado.

Além disso, disse o diretor, a previsão  é de que a China continue tendo seu PIB crescendo em torno de 10% ao ano nos  próximos anos, o que significa um consumo também crescente pressionando a oferta.  Outra pressão, avaliou, vem da Índia, que já tem crescimento de seu PIB na casa  de 9% previstos para este ano, com tendência a aumentar nos próximos. 

“Da Índia, podemos esperar dois tipos de pressão alternativa. A primeira, a  curto prazo, deve refletir o crescimento modesto da produção indiana de minério  de ferro (praticamente equivalente ao do ano anterior), que deve atender somente  ao mercado interno e, portanto, ter reduzida sua participação no mercado externo.

Já o segundo efeito, a ser verificado mais a longo prazo, é da posição da Índia  como importadora de minério de ferro”, avaliou.  Para o diretor, estas considerações aumentam as perspectivas para a duração  do ciclo de alta de preços.

Os resultados disso são aumento ainda maior no custo  dos investimentos, demora na entrega de equipamentos encomendados, maior escassez  de novos projetos e busca de novos ativos em regiões mais complexas, que envolvem  maiores riscos e decisões mais lentas. 

Ele destacou que, apesar do aumento generalizado de custos, a companhia continua  a desfrutar de vantagens competitivas relativamente a seus concorrentes no mercado  mundial. Para ilustrá-las, ele exemplificou que, no caso do minério de ferro,  o custo estimado de investimento da Vale é de US$ 24 por tonelada contra US$  47 por tonelada, em média, para as empresas concorrentes.

O preço alto do minério incentiva a exploração fora do eixo tradicional. No Rio Grande do Norte, uma mina de ferro começou a ser explorada, mas o escoamento da produção está parada por causa da destruição de uma passagem molhada construída pela empresa no rio Piranhas. Essas dificuldades podem levar os investidores a optar por uma parceria para a construção de, por exemplo, uma estrada de ferro e um porto em Areia Branca.

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