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Ferrovias do RN foram desmontadas

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Mariana Ceci
Repórter

A paralisação dos caminhoneiros de maio deste ano revelou a dependência nacional em relação ao transporte rodoviário. Ao passo em que alguns estados ainda possuem ferrovias e o transporte aquaviário, o Rio Grande do Norte ainda é refém das rodovias, muitas das quais se encontram em estado precário. As linhas férreas do Estado, construídas no final do século XIX, que interligavam Mossoró a Alexandria, Macau a Ceará-Mirim e Parnamirim a Nova Cruz, ficaram no passado, quando ainda apostava-se na malha ferroviária como meio de fomentar a economia e otimizar o transporte de mercadorias no Estado. De fora de grandes projetos como a Ferrovia Transnordestina, sem interligação ferroviária entre os principais pólos de produção agrícola e industrial, o Estado parece não procurar saídas para a diversificação na logística de transportes, seja para cargas, ou para passageiros.

A imagem mostra a antiga estação de Lajes. RN já contou com  rede ferroviária que ligava várias regiões do interior do Estado
A imagem mostra a antiga estação de Lajes. RN já contou com rede ferroviária que ligava várias regiões do interior do Estado

#SAIBAMAIS#Atualmente, as únicas linhas de trem ainda em funcionamento no RN estão sob responsabilidade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Os planos de expansão das linhas para passageiros, são muitos. As execuções, poucas. A modernização do sistema de trens urbanos de Natal é um plano antigo, concebido ainda para a Copa do Mundo de 2014. O “ano da modernização”, como a CBTU classificou em seu próprio site o período, no entanto, é executado a passos lentos, e corre o risco de ficar no passado.

Até março deste ano, apenas 25% do total de recursos necessários foi liberado pelo Governo Federal para a execução das obras – dinheiro destinado apenas para a “modernização” da atual linha férrea, sem planos reais de expansão. Apesar das várias tentativas de entrar em contato, ao longo de duas semanas, com a direção da CBTU, por parte da equipe reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a Companhia se recusou a comentar sobre o tema, afirmando “não ter novidades”, inclusive sobre possibilidades de expansão e a situação das obras.

O transporte ferroviário, atualmente, é usado principalmente pelos moradores de cidades da zona metropolitana que trabalham na capital, como Ceará-Mirim, Parnamirim e Extremoz. O transporte, cinco vezes mais barato que o ônibus intermunicipal que liga as cidades, é a alternativa mais viável para aqueles que precisam vir diariamente à capital. Os horários, no entanto, são limitados: aqueles que dependem do transporte, basicamente, só podem vir à capital em dias úteis, já que ele não costuma funcionar nem em domingos, nem em feriados.

“O principal motivo que me faz usar é o preço. Acho que o de todo mundo. Depois que trocaram os vagões, ficou bem melhor, mas a questão do horário ainda é o principal problema. No fins de semana, quem não tem o dinheiro para a passagem de ônibus, fica impossibilitado de vir à Natal”, conta Maria Zeneide de Oliveira, de 29 anos, que pega o transporte diariamente para chegar à Natal, onde trabalha como vendedora.

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