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Festa na Academia

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Woden Madruga
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O escritor e professor de Literatura Humberto Hermenegildo de Araújo toma posse, hoje à noite (20 horas), na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, onde ocupará a cadeira 2, que tem como patrono Nísia Floresta e o primeiro ocupante o poeta Henrique Castriciano. Nela se sentaram ainda o historiador e jurista Helio Galvão, o médico e   musicólogo Grácio Barbalho e o médico e professor Ernani Rosado Soares, agora sucedido por Humberto. O novo imortal é seridoense nascido no Acari e vive em Natal desde 1972. Tem 58 anos. Professor de Literatura (UFRN) com mestrado e doutorado, integra o Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-rio-grandenses da UFRN.

Depois de publicar três livros de ensaios na área da Literatura, “Modernismo Anos 20 no Rio Grande do Norte” (1995), “Asas de Sófia” (Ensaios Cascudianos, em 1998) e “Velhos Escritos de Jorge Fernandes” (2008), Humberto estreou na ficção, este ano de 2017, com o romance “Rastejo”, e também na Poesia, com o livro “Argueirinha”, vencedor de um concurso patrocinado pela Universidade de Goiás.  A ANL ganhar um grande reforço no seu time com a presença de Humberto Hermenegildo. Ele será saudado por Vicente Serejo.

Thiago Gonzaga em seu livro “Impressões Digitais”, primeiro volume (2013), onde reúne entrevistas com “escritores potiguares contemporâneos”, incluiu um bate-papo com Humberto.  Na conversa, o novo imortal vai contando a sua vida, derna do sítio Cajueiro, onde nasceu, até a sua vinda para Natal no começo da adolescência, descobrindo o mundo do Alecrim. São muitos caminhos e veredas, incluindo o surgimento do escritor. Aliás, boa parte dessas memórias está contada no seu romance “Rastejo”, que é uma deliciosa leitura com a marca de escritor de tutano.

Transcrevo algumas passagens da entrevista de Humberto, notadamente quando do tempo de Acari e a sua mudança para Natal:

– Nasci no sítio Cajueiro, no município de Acari e morei naquela cidade entre os quatro e doze anos. As lembranças mais marcantes são de férias escolares que eu passava naquele sítio ou em outro, do meu avô materno, no município de Currais Novos. Na cidade, em tinha poucos amigos e como a nossa casa era localizada no pequeno centro (entre a rua da Matriz e praça da igreja do Rosário), eram alio que aconteciam as brincadeiras, iguais às de todos os meninos do interior.

– A minha primeira faculdade foi o Grupo Escolar Tomás de Araújo. Na classe, tinha um grande artista – Ambrósio Córdula. Uma imagem marcante eram os caminhões carregados de algodão que chegavam das fazendas para a Sambra e para a usina de Nóbrega & Dantas, de Francisco Seráfico Dantas.

– Todas as minhas lembranças da infância são do mundo rural e da vida de uma pequena cidade que permanece a modo de suspensa na minha imaginação. Nenhuma grande viagem, nenhuma grande leitura, nenhuma grande aventura. O meu pai era o herói daquela história, todo encourado em cima de um cavalo.

Humberto muda-se com a família para Natal e conta:

– Vim para Natal em cima de um caminhão, em 1972. O meu pai tinha perdido as terras que herdara em, após vender o último sitio, comprou uma casa na Avenida 10, no Alecrim. Nessa rua, montou uma mercearia que também não deu certo. A entrada de Natal se dava pela antiga estrada de Macaíba, chegando pelas Quintas e desembocando na Avenida 4. Natal para mim era o Alecrim e o seu grande comércio. Era uma grande aventura “andar de ônibus”: para ir ao Centro da cidade, pegava-se o “Rocas-Quintas”.

– Fui estudar no Atheneu por um acaso: após cursar o primeiro ano do antigo Segundo Grau, na Escola Anísio Teixeira, os alunos do segundo ano foram transferidos para a Escola Sebastião Fernandes, que era situada em um lugar muito isolado (não havia ônibus do Alecrim para aquelas imediações da Av. Prudente de Morais. Naquele ano (1975) eu já trabalhava numa farmácia e não dava certo sair da Rua João Pessoa para a escola e, depois, sair da escola para o Alecrim após as dez horas da noite (era necessário fazer o trajeto a pé até o cemitério do Alecrim, se quisesse pegar o ônibus). ”

Brasil constitucional
Está no editorial do jornal Estado de S. Paulo, de ontem, com o título “A regra do jogo”:

– Exercendo sua prerrogativa constitucional, o Senado rejeitou anteontem, por 44 votos a 26, a estapafúrdia decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que havia determinado o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato, além de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno. Como está claro na lei maior do País, cabe ao Congresso, e não ao Supremo, dar a palavra final sobre a interrupção de mandatos obtidos nas urnas.

– Ao contrário do que pensam os indignados que viram na decisão do Senado a prova cabal da impunidade dos corruptos, a sessão de anteontem não julgou a conduta de Aécio Neves, suspeito de corrupção passiva e obstrução de Justiça. Não estava em questão se o senador tucano é culpado ou inocente dos crimes pelos quais foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Afinal, Aécio nem mesmo é réu, ou seja, não tem do que e como se defender. Se o Senado resolvesse aceitar o afastamento de Aécio, como havia ordenado a Primeira Turma do Supremo, estaria aplicando pena antes que foi ditado o veredicto. Isso só existe em regimes de exceção.

E arremata:
– Espera-se que esse episódio, afinal, sirva como parâmetro para determinar os limites institucionais da ação de irresponsáveis que pretendem destruir a política em nome da salvação do Brasil

Livro
Terça-feira que vem, dia 30, na sede da OAB, começado às 19 horas, haverá o lançamento do livro “Traços e Perfis da OAB/RN” (Criação e histórias. Vitórias e derrotas), do professor Carlos Roberto de Miranda Gomes. É uma segunda edição, comemorando os 85 anos de fundação da OAB.

Caravana
Hoje, 20, é dia da Caravana de Escritores Potiguares chegar ao município de Rio do Fogo. O projeto tem o patrocínio da Cosern. Lá estarão os escritores Carlos Fialho, Damião Gomes, Manoel Onofre Jr., Rafael Marques, Oreny Júnior e Thiago Gonzaga. Os papos serão na Escola Estadual Governador Lavoisier Maia. Escritores, professores e alunos.

Lixo
A Urbana, ou coisa que tal, precisa dar uma passada para ver o lixo acumulado pelas calçadas da rua São José, limites de Lagoa Seca com Alecrim.

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