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FGV mede impacto financeiro da covid no mercado

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Um dos efeitos da pandemia de Covid-19 foi a queda abrupta da atividade econômica em praticamente todos os países. Essa desaceleração teve como consequência a desvalorização significativa em todas as bolsas mundiais. Um estudo coordenado pelo professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP) e consultor da FGV Projetos, Joelson Sampaio, identificou que apesar do impacto do novo coronavírus ser mais severo em alguns países do que em outros, o efeito econômico é generalizado, sem ser possível observar relação entre o impacto da pandemia na saúde pública e no mercado financeiro.
Estudo indica que medidas precisam ser tomadas tanto pelos governos quanto pelas empresas para reduzir impactos da pandemia
O estudo identificou que os mercados, de forma geral, se depreciaram após o dia 20 de fevereiro. A análise é de que as bolsas mundiais não estão precificando efeitos imediatos e temporários da pandemia, mas sim as consequências de médio prazo esperadas devido à desaceleração global.
Em uma visão mais ampliada, a pesquisa identificou que apesar das perdas generalizadas em 2020, algumas bolsas do mundo ainda se encontram em níveis superiores aos observados no início de 2019. Países com EUA, China e Suíça tiveram, até 17 de abril, valorização superior a 10% quando se compara com 1º de janeiro de 2019.
Já a Bolsa brasileira foi severamente afetada pela Covid-19, com o pior desempenho entre todas analisadas. A análise setorial aponta que o setor imobiliário se desvalorizou em torno de 45,7%. Dentre os sete setores observados, os menos afetados foram os índices de energia elétrica (+22,08%) e de utilidade pública (+15,90%). De acordo com o estudo, isso se deve ao fato de que a demanda por itens básicos, como energia elétrica, água e saneamento tendem a não sofrer quedas significativas mesmo que haja redução do poder de compra associada a uma possível redução de renda dos brasileiros em decorrência da Covid-19. A pesquisa também revela que essa é uma sinalização de que o mercado não vislumbra uma recessão acentuada.
A pesquisa ainda avaliou o resultado das estatais brasileiras que atuam nos setores financeiro, de energia elétrica e de utilidade pública, além de empresas concessionárias de serviços público, além do impacto da Covid-19 nas finanças públicas. A análise aponta que as medidas adotadas pelas diversas esferas dos governos para mitigar os efeitos da crise irão afetar bastante as contas públicas. As estimativas do tesouro é que elas representem mais de 23% do PIB. O déficit do setor público deve chegar a R$ 549 bilhões.
O estudo indica que medidas precisam ser tomadas tanto pelo governo quanto pelas empresas para minimizar os impactos negativos da Covid-19. A avaliação dos economistas é que medidas microeconômicas, como diferimento tributário, desoneração da folha de pagamento, flexibilização das regras trabalhistas com contrapartida de manutenção do emprego e criação de crédito subsidiado para micro e pequenas empresas são políticas que pode ajudar tanto na fase mais aguda quanto no momento de recuperação. 
Por outro lado, as empresas também vão precisar tomar medidas para sua manutenção no mercado. O estudo indica que é preciso se antecipar aos problemas e não aguardar chegar ao limite do seu caixa para buscar crédito, visto que esse processo costuma ser demorado e burocrático. Outra alternativa apontada é negociar com fornecedores e buscar ser transparente com todos os stakeholders. Por fim, o estudo aponta que a inovação pode ser uma fonte de amadurecimento e recuperação econômica e financeira.
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