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Fia quer que carro venha com bloqueio de celular

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Genebra (AE) – A Federação Internacional de Automobilismo quer a criação de um sistema que limite de forma drástica o uso de celulares dentro dos carros, alertando que em muitos países os aparelhos já são as principais causas de acidentes nas estradas. Na sexta-feira passada, em um evento com colaboração da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da entidade, Jean Todt, apontou que o total de mortes nas estradas já é duas vezes superior ao das mortes por malária e equivale aos registros de aids. 

No mundo, 1,3 milhão de pessoas perdem a vida por ano em acidentes de carro, segundo números oficiais. Se nada for feito, o número chegará a 2 milhões em 2020. Além disso, as estatísticas apontam para 15 milhões de feridos a cada ano. Mas, enquanto por muito tempo o problema foi causado por bebida ou velocidade, a constatação agora é de que, em alguns países, mandar mensagens pelo celular ao dirigir já é o maior motivo, superando até o álcool no sangue.

Todt agora negocia com empresas de tecnologia e montadoras a criação de um sistema equivalente ao “flight mode”, que permite que o celular esteja ligado no avião, mas sem nenhum sinal. “Como temos no avião, a ideia é ter um ‘driving mode’ para o carro.”

A proposta é de que sensores sejam instalados e, no momento em que o carro estiver em movimento, o celular se conecte automaticamente ao sistema de bordo. Seria possível atender o telefone no volante e ouvir pelos alto-falantes. Textos ficariam desativados.

Todt não deixou de se queixar da falta de atenção dada pelos governos ao tema e lembrou que, nos países em desenvolvimento, há outros problemas. “Não há educação suficiente nem investimentos suficientes em infraestrutura, os níveis do carros são ruins e há muita corrupção. Não há transporte publico e por isso vemos cinco pessoas em uma moto, todas sem capacete”, disse, lembrando que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto.

Outro obstáculo, em sua opinião, são as punições aos maus motoristas. “A corrupção é um problema real.” Segundo o presidente da FIA, os acidentes no mundo em desenvolvimento custam anualmente a essas economias cerca de US$ 100 bilhões, o mesmo volume de dinheiro que recebem em ajuda internacional de países ricos. No Brasil, as multas por dirigir falando ao telefone já se aproximam das por excesso de velocidade.

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